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10 anos do bi: Da troca no comando a batalha de Quilmes; o caminho rumo a final

Divulgação/Internacional

Amanhã (18), completam 10 anos do bicampeonato colorado na Libertadores. E, para relembrar esse momento, estamos trazendo uma trilogia de reportagens sobre a conquista. Já saiu a matéria sobre o caminho do time na fase de grupos. E, hoje, chegou a hora de analisarmos os principais momentos do Inter, em sua trajetória rumo a final.

James Rodríguez pelo caminho

Foto: Divulgação/Libertadores

Após a fase de grupos, novos desafios se apresentavam para o Internacional. Com a sexta melhor campanha, entre os líderes, o colorado teve, no caminho, o Banfield, da Argentina, nas oitavas-de-final. Além disso, esse time, tradicional pelas cores verde, branco e laranja, contava, no meio de campo, com uma jovem promessa colombiana. Com apenas 19 anos na época, James Rodríguez, hoje no Real Madrid, começava ali sua carreira de sucesso.

E foi, contra ele, que o Inter iniciou seu sofrido e nervoso caminho até a final. No jogo de ida, o colorado estava fazendo, no primeiro tempo, um bom jogo, controlando o adversário. Porém, na volta do intervalo, logo aos dois minutos, James Rodríguez apareceu. Com sua já conhecida potente perna canhota, bateu cruzado e mostrou o caminho das redes, sem chances para Abbondanzieri. Mas a resposta veio rápida. Em belo chute do lateral Kléber, na gaveta, o Inter empatou.

Então, veio o baque sobre o colorado. Em dividida no chão, Kléber, na hora de levantar, acabou pisando em um atleta argentino. Expulso, teve que percorrer o caminho dos vestiários já sabendo do que se passava em campo. Na cobrança da falta, cobrada por James, Battión pegou a sobra e, impedido, aumentou a vantagem do Banfield. Com um a menos, o Inter não conseguiu aguentar a pressão e acabou levando o terceiro, de Fernández. Placar final de 3 a 1 e que obrigava os gaúchos a terem uma grande atuação na partida de volta.

Pressionado pelo resultado, no Beira-Rio o Inter começou nervoso, errando muitos passes. James Rodríguez, pelo meio, conseguia controlar o time vermelho. E assim, sem muitas ameaças ofensivas de ambos os lados, o confronto seguiu até os 40 minutos. Foi, então, que brilhou a estrela dos meias colorados. Em bela jogada entre D’Alessandro e Andrezinho, Alecsandro apareceu livre, sem goleiro, para abrir o caminho dos gols para os gaúchos. No segundo tempo, o Inter voltou confiante e, já aos 11 minutos, um garoto deu números finais ao confronto. Walter, oriundo da base, cabeceou, com força, cruzamento de Fabiano Eller. O 2 a 0 classificou o time graças ao tento marcado fora de casa. E, agora, o adversário seria o atual campeão da Libertadores, o Estudiantes de La Plata.

A batalha de Quilmes

Foto: Divulgação/Libertadores

Se enfrentar um garoto promissor, de apenas 19 anos, não foi fácil, imagina se deparar com um meia com passagem pela seleção argentina e grandes times da Europa. Além disso, Verón era, na época, o capitão de um Estudiantes vencedor da última Libertadores (2009). Obviamente, o Inter não teria, no seu caminho, jogos tranquilos contra os atuais campeões.

Como o Estudiantes tinha melhor campanha, o jogo de ida foi no Beira-Rio. E a partida era tensa. Com boas jogadas, para ambas as equipes, mas sem nenhuma vitória sobre as defesas. Talvez, pela situação do confronto, o único caminho, para se conseguir celebrar, seria em uma bola parada. E foi, assim, que o Inter conseguiu o resultado, já no final do jogo. Em cobrança de falta de Andrezinho, o uruguaio Sorondo entrou na primeira trave para garantir uma vantagem, mesmo que mínima, visando o jogo de volta.

Como perdeu na ida, o Estudiantes, natural de La Plata, resolveu mudar o local do jogo buscando um estádio mais acanhado, em que a pressão desse resultado. O escolhido foi o estádio Centenário de Quilmes. E, ainda no primeiro tempo, a mudança deu certo. Em apenas 20 minutos, os argentinos já estavam ganhando de 2 a 0 e a caminho das semifinais. Além disso, o controle de Verón, no meio de campo, parecia impossível de parar, o jogador estava em todos os lados do gramado. A confiança era tanta que, próximo aos 40 minutos do segundo tempo, o capitão apontou para sua torcida e mandou os fãs ligarem os sinalizadores, a classificação estava encaminhada.

Porém, o que Verón não esperava é que, a fumaça, resultante dos sinalizadores, seria o caminho para a vitória colorada. Aos 43 minutos, já com quase metade do gramado coberto pela névoa, Andrezinho recebeu na entrada da área e, com uma visão de jogo perfeita, acertou passe espetacular para Giuliano, que entrava em diagonal pelo lado direito. Vestindo um uniforme completamente branco, era quase impossível enxergar o meia, que recebeu e bateu cruzado, seco, para explosão e euforia dos jogadores do Inter e de toda a nação vermelha. Na comemoração o garoto ainda se ajoelhou e chorou, tornando o momento ainda mais emblemático.

Desacostumado a perder, infelizmente, ao final do jogo os jogadores do Estudiantes criaram uma armadilha contra o Inter. Logo após o apito final, o zagueiro Desábato se desentendeu com Abbondanzieri. Ambos trocaram empurrões, o que resultou em uma verdadeira pancadaria em campo. Acuado, os jogadores gaúchos tentaram correr para os vestiários. O problema era que o banco de reservas argentino ficava no caminho. O resultado foi nova troca de socos e muita dificuldade dos colorados para acharem um lugar seguro. Apesar disso, Porto Alegre comemorava. Graças ao gol marcado fora de casa, o Internacional estava de volta ás semifinais da Libertadores.

Troca no comando e reforços

Foto: Divulgação/FIFA

2010 foi um ano de Copa do Mundo, que na ocasião aconteceu na África do Sul. Com isso, a Libertadores ficou parada por mais de 2 meses. O que significa esse fato? Que os clubes poderiam, caso achassem necessário, se reformular e ter bastante tempo para treinar. E foi graças e isto que o Internacional, segundo os próprios jogadores, conseguiu encontrar um caminho para jogar bem.

Mesmo tendo se classificado na liderança do grupo, e levado o Inter até as semifinais, Jorge Fossati acabou demitido. A diretoria, na época, entendeu que o time não conseguia render bem fisicamente. Além disso, os resultados apertados, que classificaram os gaúchos somente pelo gol fora, pesaram na decisão de deixar o uruguaio pelo caminho. Para seu lugar, a diretoria trouxe um treinador conhecido dos colorados, Celso Roth.

Além dele, foi do entendimento da direção que, para seguir no caminho rumo ao bicampeonato, eram necessários atletas experientes na competição. E foi, com essa ideia de repatriar campeões, que Tinga, Renan e Rafael Sóbis desembarcaram no Beira-Rio. Posteriormente, toda essa movimentação no mercado se mostrou deveras importante.

No caminho, um tricampeão

Rival na final de 2006, o São Paulo estava novamente no caminho colorado. Por ter perdido, 4 anos antes, o time paulista vinha confiante e com gana por uma revanche. Além disso, contava, em seu elenco, com um jogador que conhecia bem o Internacional. Ex-capitão colorado, Fernandão liderava, junto de Rogério Ceni, aquela campanha tricolor rumo ao tetra.

Por ter desempenho pior que os paulistas, o primeiro jogo foi no Beira-Rio. Sabendo da força do São Paulo, o Inter jogou com inteligência, sem afobação. Naquela que foi uma das melhores atuações vermelhas na Libertadores, soube pressionar na hora certa, sem sofrer grandes riscos. O gol até demorou a sair. Somente aos 22 minutos, do segundo tempo, Alecsandro perdeu uma dividida e a bola sobrou para Giuliano. O meia, que já estava sendo considerado um talismã na competição, virou o corpo e chutou cruzado. A bola achou um caminho entre dois defensores, passou por Ceni e garantiu a celebração gaúcha na primeira partida.

E, se na ida o São Paulo tinha jogado retrancado, na volta este cenário mudaria completamente. A pressão paulista era grande, mas a zaga colorada, comandada por índio, se mostrava impenetrável. Entretanto, isso acabou mudando ainda no primeiro tempo, aos 33 minutos. Em cobrança de falta, de muito longe, o goleiro Renan tentou pegar firme uma bola cruzada. Para infelicidade do arqueiro, ela passou entre suas mãos, estourou em seu peito e sobrou para Alex Silva, zagueiro, completar para o gol vazio. O placar, até então, levava para os pênaltis, e o Inter parecia não conseguir achar um caminho rumo ao gol adversário.

Mas a dificuldade colorada encontrou uma solução pelos pés de D’Alessandro e Alecsandro. Logo aos 6 minutos, do segundo tempo, o camisa 10 cobrou falta em direção ao gol. No caminho, o centroavante desviou a bola, tirando de Ceni. Estava empatado o jogo. Porém, para tensão do Rio Grande do Sul, três minutos depois Ricardo Oliveira apareceu livre, dentro da área, e só teve o trabalho de deslocar Renan. Ainda classificado, graças ao critério de gol como visitante, o jogo já passaria a ser dramático, mas conseguiu ficar bem pior. Tinga, ao empurrar um atleta do tricolor, recebeu o segundo amarelo. Estava expulso e o Inter ficava com um a menos.

Com uma solidez defensiva impressionante, o Inter se retrancou. Por consequência, o nervosismo do torcedor colorado aumentou. Para sorte vermelha, o São Paulo não conseguiu achar um caminho, entre os zagueiros, e o jogo terminou com classificação gaúcha. Novamente na final, após 4 anos, o adversário seria o Chivas Guadalajara, do México. Graças a isso, além de estar na decisão do torneio continental, o Internacional estava, automaticamente, classificado para o Mundial de Clubes. Isto porque os times, da Concacaf, não podem pegar as vagas destinadas as equipes da Conmebol, mesmo ambos disputando o mesmo torneio.

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