Tudo pode não passar de coincidência, mas para aqueles mais supersticiosos o 15 de junho traz um significado maior, carregado de boa sorte. Era uma terça-feira de inverno em 1920 quando a Baixada do Moinhos de Vento, primeira casa do Grêmio FootBall Porto-Alegrense, recebeu mais um amistoso contra o seu conterrâneo Juventude. O que deveria ser apenas um jogo se transformou em um marco para a torcida tricolor. Naquela tarde, os gremistas ansiavam conhecer o recém chegado goleiro Eurico Lara Fonseca. Nenhum daqueles torcedores presentes no estádio poderia imaginar que estavam presenciando uma das mais importantes partes da história do tricolor gaúcho. O atleta foi o jogador que defendeu o time do Grêmio por mais tempo. Foram 15 anos como goleiro gremista e mais de 16 títulos e taças. Seus feitos são contados até os dias de hoje e seu nome está no hino oficial do clube.
Mas o sortudo 15 de junho reservava mais para o coração gremista. Sessenta anos depois da apresentação de Lara, outro jogador chegava para fazer seu nome no tricolor. Vindo de Bento Golçalves, Serra Gaúcha, e chamado para substituir Tarciso, Renato Portaluppi, com apenas 17 anos, vestia pela primeira vez o manto gremista. A estreia do camisa 7 aconteceu também em uma partida amistosa contra o Comercial-MS. Renato Gaúcho, como é mais conhecido, ficou marcado na história do Grêmio e hoje é considerado o maior ídolo do imortal. Entre tantos feitos, Renato conquistou a Libertadores como jogador e como técnico, além de ter sido o responsável pelo título Mundial do Grêmio, com seus dois gols contra o Hamburgo.
Além de todas as coincidências, Renato Portaluppi e Eurico Lara carregam juntos uma parte importante da história do Grêmio. Jogadores, heróis e tudo aquilo que a torcida gremista idealiza e ama em seu time do coração. O 15 de junho, responsável por ajudar o tricolor a apresentar ao mundo um pouquinho do que é ser gremista, hoje conta a história vitoriosa de um dos maiores clubes do Brasil.
