O novo Vice-Presidente de Finanças e Estratégias do Vasco, Adriano Mendes, foi um dos onze VPs a tomarem posse na noite da última segunda-feira (25), na Sede Náutica da Lagoa, no Rio de Janeiro. Após a cerimônia, Adriano falou com o Esporte News Mundo e os repórteres presentes.
Em uma das perguntas, Adriano Mendes respondeu sobre o Vasco ser apenas o 12º time em faturamento no Brasil:
– As receitas do Vasco, de fato, são muito deprimidas para o tamanho do clube. São várias fontes. Primeiro, você consegue fazer várias receitas surgirem ao longo do tempo de onde, hoje, o Vasco não explora. Para dar um exemplo claro, se olhar os casos do Flamengo, Palmeiras… no exato momento que o Eduardo Bandeira de Mello e Paulo Nobre entraram, se você traçar um gráfico, é uma crescente absurda. Essa mesma crescente, você olha em um clube grande como o Vasco, no momento que você coloca profissionalismo e planejamento estratégico para isso – disse.
O VP falou como será a estratégia do Cruz-Maltino para alcançar uma receita de R$ 400 milhões:
– Então, a nossa ideia é crescer muito nas receitas comerciais, que hoje são baixas. E evidentemente explorar o tempo todo o que o Vasco tem ali. Por exemplo, a gente tem pouca loja. Não é tão fácil hoje comprar uma camisa do clube. Nós temos uma demanda enorme em todo lugar. Manaus, por exemplo. A ideia assim, é aos poucos você chegar a um patamar de R$ 400 milhões. Novamente, parece muito, mas se você olhar o valor do Vasco hoje, está longe de ser. Todos os clubes brasileiros; os dois de Minas – agora o Cruzeiro não – os dois do Sul, os quatro de São Paulo, Athletico-PR e Bahia têm receitas de R$ 400 milhões. É nisso que a gente está mirando e acredito que será até mais. São várias ações, naturalmente num clube grande, quando você profissionaliza, o Vasco consegue produzir muita receita simultaneamente. Tem um plano para isso… criptomoeda, token, tem loja… tem várias receitas – completou.
Confira outros trechos da entrevista
Pagamentos dos salários
– Na verdade, eu gostaria que, daqui a dois, três meses, a nossa conversa não fosse sobre salários atrasados e “fosse uma grande notícia”, no Vasco, pagar salários. Mas como hoje em dia ainda é isso, sim, estamos fazendo várias operações agora para, muito provavelmente, no passar do mês estarmos regularizando boa parte ou tudo que estamos devendo.
Sobre priorizar o pagamento dos atuais atletas em detrimento aos funcionários e ex-funcionários, o VP de Finanças foi enfático
– Prefiro nem pensar nisso. A ideia é sempre pagar de forma igualitária. Mesmo os jogadores que saíram, não vamos deixar de pagar quem esteve com a gente… A princípio eu não gostaria de pensar em nenhuma discriminação da forma que for. É pagar todo mundo ou não pagar.
Análise da questão financeira da gestão de Alexandre Campello
– A gente tem uma imensa vantagem que dá para dizer. Por exemplo, vou falar por mim, talvez o maior desafio ali é a questão financeira. Resolvendo isso, que é a doença do clube, tudo vai. O futebol vai e o resto também. Então, é muito diferente o que eu vou tocar agora com que eu “entrei de supetão” há três anos atrás. (Por exemplo) Não tínhamos dentro de casa o contrato com a Globo. Você tinha um contrato de seis anos, o maior da história do Vasco e você não tinha (o contrato) dentro do clube . Você não tinha noção do fluxo diário. Não sei o que o Vasco ia pagar amanhã. Esse foi o Vasco que a gente encontrou. Hoje, neste instante, eu sei fidedignamente a situação do clube. Exatamente o que tem que fazer e estamos aqui para isso. Difícil? Claro que vai ser. Mas possível e provável? Será. Então esse diagnóstico é a grande vantagem.
– Por outro lado, a gente teve um ano de 2020 muito ruim. Os números que virão, vão mostrar isso. É muito provável que tenhamos um aumento razoável da dívida. Interrompendo, no mínimo, uma trajetória de dois anos em queda (das dívidas) ou estabilização. Eu sempre citei isso, até na minha saída, foi muito com a gestão financeira do futebol. O futebol é 70% da folha. Se você controla mal, você tem um problema. É óbvio que o Cano é um excelente investimento, nunca foi a questão do Cano e sim como você trata 40, 45 jogadores… é ruim para todo mundo. Para os próprios jogadores, você atrasa… Temos que, como todo clube, ter um processo e fazer a coisa andar de forma uniforme. O financeiro tem que andar junto com o futebol e vice-versa. Essa acho que será a grande transformação. Hoje, meu desafio é menor que há três anos atrás, pois eu sei o que tem que fazer. No passado, demorei um ano para poder botar pessoas e saber o que tinha que fazer.
Conseguir aumento de receitas mesmo em momento de pandemia e recessão mundial
– O grande trunfo do Vasco em relação aos outros clubes grandes é o custo baixo. Aí eu coloco para todos vocês. A imprensa, se você colocar o custo dos clubes, o Vasco não é muito maior que o do Botafogo. Então, qual é o grande ponto? Eu não preciso de aumento de receitas para equacionar o fluxo e botar o Vasco em um caminho razoável. O custo é o grande lance. Assim, o que aumentar, tem que aumentar para o futebol. Com o custo baixo… se a receita só subir 25 ou 30% em três anos, eu já consigo colocar o Vasco no caminho que tem que estar. Evidentemente, um clube grande como o Vasco passar 20 anos como passou, o tempo é tudo. Eu vou fazer de forma lenta, mas não vou deixar de fazer. O custo é tão baixo, que mesmo com o problema que o Brasil tem – que é muito grave, deve continuar em 2021 e diminuir o potencial de aumento – mesmo assim, qualquer aumento vou conseguir explorar bem.
Prazo para a receita de R$ 400 milhões
– A receita de R$ 400 milhões começa a partir de junho. Vamos nos preparar para depois de seis meses, várias ações serem lançadas. Nós elencamos e orçamos algo em torno de 11 ações e projetos separados. Inclusive alguns estão em andamento, (o programa de) sócio, vamos reformular, fazer alguma coisa… Os 11 projetos vão aumentando a partir de junho/julho já começa a fazer e lançar, para chegar a receita de R$ 400 milhões em 2023.
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