Brasil sedia 52ª edição do Mundial da Juventude com 62 países e 400 atletas
O Mundial da Juventude de Vela é realizado anualmente para atletas de até 19 anos e pode ser considerado uma mini-olimpíada por toda estrutura envolvida. Nesta edição brasileira de Búzios (RJ), mais de 400 velejadores de 62 países participam das regatas, que seguem até a sexta-feira (15).
Além de apontar os futuros medalhistas olímpicos da modalidade, o Mundial da Juventude – chancelado por World Sailing e CBVela – oferece uma experiência talvez única para a maioria dos atletas de todos os continentes.
O intercâmbio cultural e a troca de informações técnicas sobre o esporte marcam o evento, que tem o Iate Clube Armação de Búzios e o Búzios Vela Clube como sedes. O convívio de mais de uma semana gera amizades e futuras parcerias em regatas internacionais.
Segundo o presidente da Confederação Brasileira de Vela, Marco Aurélio de Sá Ribeiro, o campeonato é o mais democrático, pois mistura atletas mais destacados e com velejadores que talvez nunca tenham velejado no mar, vindo de países distantes ou com poucas regatas em suas nações.
”É uma troca muito grande de experiência, eles estão aprendendo a cada regata. Daqui sairão os campeões olímpicos de 2028 em diante. E todo mundo vence, do último colocado que ganhou muita bagagem como os vencedores. E nossa equipe brasileira também está cada vez mais crescendo com oportunidades de velejar lá fora e campings de treinamento”.
Caçula da seleção, a pernambucana Valentina Roma aproveita todas as oportunidades de trocar ideias e aprender com os atletas. Presente na flotilha mais numerosa do Mundial da Juventude, a ILCA 6, a jovem de 14 anos tem ainda mais três eventos desse pela frente.
Tina, como é carinhosamente chamada pelos amigos de Equipe Brasileira de Vela, quer usar essa semana em Búzios (RJ) para chegar preparada numa olimpíada, quem sabe em Los Angeles 2028 ou em Brisbane 2032.
”Acho que o nível da flotilha é muito bom. As meninas são muito experientes, todo mundo erra, mas pouco. Então isso me ajuda bastante, porque eu fico cada vez mais focada em não errar e com certeza me ajuda. Eu quero sempre evoluir. Isso é um exemplo”, disse Valentina Roma, que está entre as 20 primeiras na competição.
Sempre quero estar ali junto delas, né? Sabendo que se eu prestar atenção, eu consigo ficar próximo. Eu acho que o nível delas é bem bom e é bem importante velejar com gente com nível alto para meu futuro”.
O Mundial da Juventude reservou também momentos especiais, como a cerimônia de abertura da 52ª edição, que ocorreu no sábado (9) nas ruas de Búzios (RJ). Atletas, treinadores e familiares dos 62 países participantes estiveram no tradicional desfile das bandeiras e no ritual das águas.
Representantes de cada um das nações levaram uma garrafa com amostra de água de seus países e despejaram em um recipiente. Após a festa realizada próxima a Rua das Pedras, tradicional ponto turístico de Búzios (RJ), as águas foram jogadas no mar.
A escolhida para representar o Brasil na cerimônia foi a catarinense Lívia Nogueira, que disputa o Mundial da Juventude ao lado de Clara Meyer na 29er. Ambas estavam devidamente com os rostos pintados de verde-e-amarelo.
O desfile das bandeiras e a cerimônia das águas animaram não só os atletas de até 19 anos, mas também turistas e comunidade local. Ritmistas de uma escola de samba da cidade abriram a festa com os atletas vindo logo atrás e o DJ Blindado fez a festa com os jovens tocando músicas brasileiras conhecidas internacionalmente.