Especial

A regra das cinco substituições e seu impacto no futebol

FOTO: Alexander Hassenstein/Getty Images

Por conta da pandemia do novo Coronavírus, o futebol, assim como diversos setores da sociedade, precisou passar por um processo de reformulação, além de ter que rever algumas regras do esporte que já perduram por décadas. Uma das mudanças realizadas pela FIFA, entidade máxima que regulamenta o futebol no mundo, foi o aumento do número de substituições durante um jogo, que passou de três para cinco. O objetivo da entidade foi diminuir o desgaste dos atletas, que precisaram ficar meses sem jogar devido ao auge do contágio do Coronavírus em todo o mundo. A mudança gerou opiniões diversas, encontrou certa resistência, mas foi adotada nos principais campeonatos de futebol no mundo. Agora, com pouco mais de seis meses da regra em vigor, quais impactos ela provocou no futebol?

Inicialmente a medida da FIFA e que foi regulamentada pela IFAB (Internacional Board) órgão responsável por regulamentar as regras do futebol, tinha prazo para terminar no mês de julho de 2021, mas a medida foi prorrogada por mais duas vezes e a expectativa é de que até o mês de dezembro do ano que vem a entidade permita campeonatos com esta regra. Temendo por uma paralisação exagerada do jogo para as substituições, a FIFA ainda ainda determinou outra regra nesse sentido: fazer as cinco substituições usando, no máximo, três paradas (sem contar possíveis mudanças no intervalo).

No futebol brasileiro a paralisação aconteceu ainda durante os campeonatos estaduais e demorou pouco mais de três meses até que a bola voltasse a rolar. No retorno às atividades, os atletas relataram desgaste físico rápido e dificuldade na readaptação, fatores que fizeram a qualidade do espetáculo cair consideravelmente. A utilização das cinco substituições por parte dos treinadores brasileiros visou, no primeiro momento, diminuir o desgaste físico dos atletas e, também dessa forma, melhorar a qualidade dos jogos em seus minutos finais, quando a maioria dos jogadores já se encontrava com pouca energia.

Como resultado dessas alterações para buscar manter o nível de energia das equipes, vimos diversos gols saindo já além dos 40 minutos do segundo tempo, inclusive definindo partidas em campeonatos pelo mundo. Embora pareça pouco, as duas substituições a mais criaram uma possibilidade de decisão, além de uma grande oportunidade estretégica para os treinadores, que puderam investir também em uma mudança tática mais defensiva ou ofensiva, dependendo da história apresentada durante a partida.

Um outro fator positivo que a adaptação da regra trouxe foi o maior número de jogadores atuando. Atletas que nem sempre eram aproveitados e passavam a maior parte do tempo no banco de reservas, passaram a ser opções frequentes dos treinadores e, dessa forma, também ajudando na construção dos placares dos jogos. A possibilidade de fazer mais alterações trouxe aos treinadores a chance de ver em ação e em jogos importantes, jogadores que anteriormente não encontravam tanto espaço nas equipes.

Apesar de, em muitos casos, a nova regra de cinco substituições ter feito sucesso, além de trazer para o futebol exatamente aquilo que a FIFA esperava, a entidade já comunicou que em breve o esporte passará a ter novamente três alterações por jogo, como já era o tradicional. A FIFA jamais escondeu que a intenção de adaptar as regras do esporte se dava por conta da pandemia e que, assim que tudo se normalizasse no mundo, as adaptações para a melhora do espetáculo deixariam de existir. A próxima grande competição a ser organizada pela entidade é a Copa do Mundo de 2022, no Catar. Inicialmente a única mudança prevista é no formato do mundial, que terá uma fase preliminar. As demais regras do futebol, além da incorporação de artifícios tecnológicos, serão os mesmos que já foram utilizados na Copa do Mundo de 2018, na Rússia.

Clique para comentar

Comente esta reportagem

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

As últimas

Para o Topo