Atlético-GO

Acusados por morte do jornalista esportivo Valério Luiz vão a júri popular nesta segunda

Valério Luiz de Oliveira tinha 49 anos quando aconteceu o crime e era jornalista esportivo na Rádio Jornal 802 AM, em Goiânia. Na tarde 5 de julho de 2012, enquanto se preparava para retornar a casa, Valério foi alvo de seis tiros que o levaram a óbito dentro do seu carro, em frente a rádio que trabalhava. De imediato, Mauricio Borges Sampaio, até então vice-presidente do Atlético-GO, foi apontado como mandante mas somente agora, mas somente na próxima segunda, 14 de março de 2022, quase dez anos depois, o crime deve receber uma resolução judicial com o acusado e mais quatro réus passando por júri popular.

Segundo o Ministério Público, o acusado de ser mandante não gostou de criticas feitas a direção do clube por parte do radialista e o ápice da tensão, segundo a acusação, teria sido o momento em que Valério usou a expressão “os ratos são os primeiros a deixar a barco”, referindo-se ao pedido de afastamento da diretoria feito pelo Sampaio durante má fase do clube. O crime aconteceu dias depois.

O acompanhamento do caso já foi recusado por dois juízes que alegaram “questões pessoas” e o júri popular acontece na segunda-feira (14), depois de vários adiamentos e cancelamentos. Mesmo com a decisão de júri popular ainda antes de 2015, deve acontecer somente mais de 7 anos depois. O processo foi de difícil condução e a família, junto a defesa, questiona diversas ações da justiça nesse tempo.

Mesmo com as acusações, o Atletico-GO não desligou Mauricio Borges Sampaio e possibilitou seu crescimento dentro da diretoria do clube. Depois da sentença de pronuncia, que determina júri popular, o acusado foi eleito Presidente do clube em 2015, reeleito em 2017 e ficou no cargo até 2018. Após deixar o cargo, Sampaio foi eleito presidente do Conselho Deliberativo e, atualmente, é conselheiro do clube.

A diretoria do clube segue apoiando Sampaio e Adson Batista, atual Presidente e diretor de futebol na gestão do acusado será uma das testemunhas de defesa na próxima segunda. Além dele, o também conselheiro e diretor na comunicação na gestão do acusado, tenente-coronel Wellington Urzeda, também testemunhara em defesa.

A família da vítima, que enfrentou entraves desde o crime para levar o julgamento a uma resolução, aguardam com ansiedade a sentença. Jornalistas também classificam a definição do caso como importante para a liberdade de imprensa, já que a motivação do crime segundo Ministério Publico tem relação direta com como a vítima executava seu trabalho.

Para o filho, o advogado Valério Luiz de Oliveira Filho, é preciso separar a história do clube da atual diretoria que está a frente do clubes desde 2012. Segundo ele, a uma postura adotada foi “cínica” diante do crime e que não existe interesse do clube em prestar o mínimo de solidariedade, agindo na direção contraria e buscando o tempo todo mudar a opinião pública sobre o acusado, usando a mídia local para isso. Ele também disse sentiu que houve uma movimentação para atrasar ao máximo o processo por parte do clube.

Além de Mauricio Borges Sampaio, também são acusados pelo crime o cabo da Polícia Militar Ademá Figueredo Aguiar Filho, que seria o autor dos disparos, Marcus Vinícius Pereira Xavier, Urbano de Carvalho Malta e o sargento da PM Djalma Gomes da Silva, que teriam articulado o homicídio. Todos são ligados ao dirigente e respondem em liberdade.

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