Depois de muita especulação sobre a permanência ou não de Jesualdo Ferreira como técnico do Santos nos últimos dias, a diretoria do clube anunciou a dispensa do experiente treinador no final da tarde desta quarta-feira. Foram 15 jogos e apenas seis vitórias no comando do Peixe. Não só pelos números, mas também pelo desempenho do time, o trabalho de fato não vinha fluindo. A questão central deste caso, porém, é: este era o melhor momento para demiti-lo?
O português de 74 anos vinha de quatro anos comandando o Al-Sadd na calmaria do Catar. Certamente não sabia onde estava se metendo ao assinar contrato com o alvinegro no início de 2020. Pela história que o Santos tem é um convite irrecusável, mas vale a pena adicionar ao currículo um trabalho com o presidente José Carlos Peres e sua turma?
Somente nos últimos meses o Santos ampliou a dívida com seu elenco, teve troca de farpas pública entre membros da diretoria, descumpriu acordos durante a pandemia, e está prestes a ser proibido de contratar jogadores pelas próximas três janelas de transferências após punição da FIFA.
Ainda há a pendência jurídica envolvendo Everson e Eduardo Sasha, dois titulares da equipe que Jesualdo Ferreira vinha tentando montar, e que pedem o desligamento do clube. Como administrar todas essas questões em um elenco que já havia perdido nomes importantes do ano passado pra cá?
Jesualdo tem sua parcela de culpa. A equipe santista, na maioria das partidas, era pouco intensa, lenta e previsível. Não evoluía nos ataques posicionais propostos pelo técnico. Tinha dificuldades para criar e era inconstante defensivamente. Se o diagnóstico era de que não dava para continuar o trabalho, pra que esperar quatro meses de paralisação e aguardar a eliminação no Campeonato Paulista para tomar a decisão? Faltam apenas três dias para o início do Brasileirão…
Arrependidos ou não da caótica estadia no Brasil, Jesualdo e sua comissão técnica agora engrossam a longa fila de credores que o Peixe tem. Algo precisa ser feito no Santos!
