São Paulo

Entrevista: Alex fala sobre a Copinha e satisfação com ciclo no São Paulo

O técnico Alex de Souza, que comanda o sub-20 do São Paulo, vive uma grande expectativa: treinar um time na Copa São Paulo de Futebol Júnior. Pela primeira vez participando como treinador da maior competição das categorias de base do Brasil, o ex-meia conversou com o Portal Esporte News Mundo na última quarta-feira, 29.

Finalizando o seu ano inicial no São Paulo, Alex falou sobre o que ele encontrou e o que transformou nesse ciclo no Centro de Formação de Atletas Laudo Natel, em Cotia:

Quando eu chego no São Paulo, eu encontro um grupo no qual o próprio São Paulo, as pessoas do São Paulo, diziam que era uma geração que já tinha dado aquilo que podia dar. Já tinha entregue à equipe principal aquilo que poderia entregar e eu bato muito em cima disso com os meninos desde o primeiro dia, que se eles estavam no São Paulo, se eles estavam tendo aquela oportunidade, eles tinham que fazer por onde pra seguir dentro do São Paulo. Eles teriam que trabalhar muito e que eu, o PC e a comissão nós trabalharíamos muito pra que eles pudessem melhorar individualmente, pra que eles pudessem melhorar como coletivo.

Para o treinador, passados os nove meses no cargo, o saldo é satisfatório em relação aos atletas do sub-20 do tricolor:

A satisfação final é que a gente conseguiu fazer com que esses jogadores acreditassem no seu potencial e pudessem melhorar. Eu encontro, no final desses nove meses jogadores, mais animados, jogadores mais confiantes e com uma campanha razoável para boa no Campeonato Paulista e uma campanha muito boa no Campeonato Brasileiro, que infelizmente o título acabou não vindo, o Internacional realmente foi melhor do que nós na final, mas que deu uma demonstração a eles próprios de que aquelas informações iniciais, de que era uma geração que não podia fazer mais do que já tinha feito, na verdade eles poderiam fazer muita coisa diferente e melhorar nesse processo que eles têm de busca pela carreira. Então é um final de ciclo no qual eu me sinto bastante satisfeito, porque tudo aquilo que foi combinado entre mim, o Biasotto e o Muricy acabou acontecendo.

Entre os atletas recuperados pelo treinador, o nome de Gabriel Maioli é um dos que se destaca, não só pelo resultado dentro de campo, mas pela história do atleta. Artilheiro da base do São Paulo junto com Marquinhos, na categoria 2003, Maioli passou por uma grave lesão e chegou a ficar mais de um ano fora dos gramados. O jovem atuou em 17 partidas com Alex, marcou três gols e deu uma assistência, além de fazer parte da lista de inscritos na Copinha.

O Maioli traz com ele uma história pesada. Por que eu digo pesada? Ele era esse companheiro do Marquinhos desde molequinho e de repente você vê o Marquinhos estreando no time principal e ele ficando pra trás. Mas por que ele fica pra trás? Teve lesões sérias, lesões que o tiraram do campo por quase um ano e meio. Isso é muito tempo pra qualquer pessoa, você imagine pra um atleta. Acho eu que o Maioli ainda precisa de muito mais tempo. O Maioli traz uma história hoje de uma ansiedade muito grande. Pra você entender o tema das minhas conversas com o Maioli, é que um ano e meio que ele perdeu, ele não vai recuperar em três meses. Tem que tirar um pouquinho dessa ansiedade dele, talvez essa seja a parte mais difícil. A gente tá tentando, vamos seguir tentando na Taça, vamos seguir tentando em 22, porque é um menino que tem valências físicas boas, tecnicamente é bom jogador, pra ver se ele consegue aí recuperar esse tempo que infelizmente a lesão o deixou fora e possa seguir os sonhos dele, possa ser bom jogador de futebol, porque qualidade pra isso ele tem – disse Alex.

Em termos de jovens talentos e grandes expectativas, Alex tratou de colocar os pés de todos no chão e segurar um pouco a ansiedade da torcida e dos próprios atletas em relação ao rendimento que eles podem ter no time principal. Um dos nomes que chama a atenção é do atacante Caio Matheus, de apenas 17 anos e o único jogador nascido a partir de 2004 a ser chamado por Rogério Ceni para compor a lista de relacionados do elenco profissional.

Minha expectativa é que ele (Caio) siga o processo dele. É um menino que tem muita qualidade, mostra isso no São Paulo desde os 13, 14 anos, mas eu não gosto muito de chancelar o jogador, como se faz. Ele realmente entrou bem nos jogos do 20, mas se olharmos em outros jogos, ele não aconteceu tão bem no próprio 17. O que pra mim é totalmente normal, porque ele é um menino de 17 anos, com dificuldades físicas grandes, que ele vai ter que trabalhar pra ser atingido, principalmente imaginando o nível da equipe principal do São Paulo. Ele é bom jogador? Ele é bom jogador, mas ele está envolvido dentro de um processo, no qual envolve jogar a Taça São Paulo, envolve participar mais vezes no sub-20, envolve ele jogar na Seleção Brasileira da categoria. É um menino que tem potencial, mas que tem um caminho grande pra seguir. Eu dizendo isso, ele não cabe na equipe principal? Cabe. Ele e mais alguns cabem, mas eles necessitam passar por um processo normal, que um jovem jogador tem que enfrentar – disse Alex.

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Um dos destaques individuais da jornada de Alex em 2021 foi o atacante Vitinho, que também está inscrito na Copinha e foi um dos artilheiros do São Paulo sub-20 na temporada. O treinador destaca que foi o melhor ano de Vitinho nos juniores e acredita que o jovem seja o mais pronto do seu elenco atual para jogar no time profissional do tricolor:

O Vitor é um menino que está no clube desde os 13, 14 anos. Quem acompanha o São Paulo já ouviu falar do Vitinho muitas vezes. Quando eu chego no clube, o Vitor tá treinando no time de cima com o Crespo e as pessoas que estavam lá em cima acharam que era melhor o Vitor retornar para o sub-20 e eu o recebi bem aqui e ele nos ajudou muito. Fez um belíssimo ano, um belíssimo brasileiro. A gente olhando os números de performance do Vitor, dos três anos de juniores dele, esse ano foi o melhor ano dele. Se vocês me perguntarem de um jogador que esteja preparado pro time de cima, que está melhor preparado, é o Vitor, até pela idade dele, pela maturação atingida nos últimos anos.

Em relação ao estilo de jogo e a Copa São Paulo, Alex lembra que o São Paulo é um time que corre riscos, pois uma equipe com a grandeza do tricolor precisa arriscar para vencer e seu time demonstrou isso ao longo da temporada. No entanto, o treinador ressalta que deve haver equilíbrio e acredita que seu elenco está bem treinado e preparado para as diversas situações dos jogos da competição:

Eu sou a favor de defender processos, principalmente em futebol de base, então nós fizemos todas as variações possíveis que a gente tinha com aquele elenco. Nós vamos seguir fazendo? Vamos seguir fazendo dentro daquilo que o jogo pedir. Se a gente precisar ganhar, temos que nos arriscar mais. Se a gente precisar proteger o resultado, a gente protege o resultado. É final de ciclo, então, excetuando o Petri, que veio do XV (de Piracicaba) e o Rodriguinho, que participou pouco com a gente porque teve uns probleminhas (físicos) no 17, o restante do pessoal todo já trabalhou conosco ao longo do ano. Eles já sabem as variações, eles já sabem as possibilidades, já sabem onde nós vamos marcar, já sabem quando a gente vai esperar um pouquinho, quando a gente vai atacar mais. A única coisa que o torcedor que nos acompanhou viu, é que o nosso time é um time que corre risco, porque um time do tamanho do São Paulo tem que correr riscos para vencer jogos e isso a gente vai fazer desde o primeiro jogo. São jogadores que gostam da bola, que gostam de atacar e o principal, pela grandeza do clube, por aquilo que o São Paulo representa, todas as vezes que a gente entrar com essa camiseta no jogo, a gente vai buscar vencer. É óbvio que vencer não é atacar igual louco e sim ter um time equilibrado, saber o que fazer. Mas isso acredito que a gente esteja bem treinado para fazer belíssimos jogos e uma belíssima competição.

Confira a entrevista completa no canal do youtube do Portal Esporte News Mundo:

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