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Análise financeira não vê nada positivo no São Paulo: ‘Vivendo como há dez mil anos’

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O Banco Itaú BBA realiza anualmente uma análise econômico-financeira dos clubes brasileiros. O relatório referente ao ano de 2019 foi publicado nesta semana e apontou somente problemas no São Paulo, afirmando que o clube vive “como há dez mil anos”.

O parecer do Itaú sobre a situação financeira do São Paulo começa com uma sessão de pontos positivos, que foi deixada em branco. Na sequência, resumidamente, são apontadas as falhas: redução de receitas, publicidade abaixo do potencial, investimentos acima da capacidade, aumento de custos e do endividamento.

ENDIVIDAMENTO, IRRESPONSABILIDADE E JEJUM DE TÍTULOS

– A recuperação era lenta, os erros existiam, mas ao menos o rumo era conhecido. Em 2019 o São Paulo resolveu não apenas repetir os erros comuns a tantos clubes, como aumentou a carga. Afinal, a vida é curta para economizar e passar vontade. E a gestão esportiva fala mais alto que a gestão financeira – afirma a análise.

Ou seja, a presidência optou por comprometer a saúde financeira do clube para tentar conquistar algum título durante sua gestão – o que não é mais possível, graças à eliminação vexatória no Paulistão para o Mirassol, na última quarta-feira (29). As demais competições terminarão somente em 2021 e as eleições do São Paulo estão marcadas para dezembro de 2020.

A receita total do São Paulo sofreu queda pelo segundo ano consecutivo. Em 2017, era de R$ 497 milhões, caindo para R$ 416 milhões em 2018 e chegando a R$ 374 milhões em 2019. Se em 2018 o Tricolor registrou superávit de 2%, em 2019 houve um déficit de 42%. A dívida do clube, por sua vez, sofreu o maior crescimento de 2018 para 2019 entre todos os 24 clubes presentes no relatório: de R$ 312 milhões, passou a R$ 526 milhões.

Amargando um jejum de títulos desde 2012, o São Paulo é o terceiro clube que mais investiu na contratação de jogadores nos últimos cinco anos, somente atrás de Palmeiras e Flamengo. De acordo com o estudo, só em 2019, o Tricolor gastou R$ 130 milhões na formação do elenco. E, ao contrário do alviverde e do rubro-negro, que conquistaram títulos importantes, o clube do Morumbi não ergueu novos troféus no período.

PERSPECTIVA PARA 2020

Com a pandemia, a perspectiva para 2020 é ainda mais pessimista. A projeção aponta que a receita do São Paulo deve sofrer nova queda, mesmo contando com a venda de alguns atletas. Contudo, os efeitos da crise financeira ficaram evidentes mesmo antes da paralisação do futebol. Houve atraso nos salários e, durante o período sem jogos, o corte salarial foi acima do estipulado, sem acordo com os jogadores.

– O Futebol gasta, o Marketing olha e o Financeiro corre para tentar pagar as contas. Era assim na época da bola de capotão. Hoje não dá mais. Sem paciência, planejamento, gastos controlados e eficientes, tecnologia, inovação, o São Paulo seguirá se achando na vanguarda, operando uma calculadora Facit (modelo antigo e obsoleto) enquanto os adversários já usam inteligência artificial. O São Paulo precisa deixar o passado e entender que o futuro é hoje – conclui o estudo.

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