O Palmeiras perdeu a final do Campeonato Paulista para o São Paulo por 2 a 0 neste domingo (23), chegando a mais um troféu desperdiçado na atual temporada. Foi o terceiro seguido, e tudo isso em menos de dois meses. Somado a isso, a passividade e a falta de ofensividade da equipe em campo irritaram os torcedores, que já estão sem paciência com alguns jogadores e com a maneira de jogar proposta pelo treinador Abel Ferreira.
Nas redes sociais, os pedidos por reforços aumentaram demais, e o técnico português já deixou aquele status de intocável. A perda do título da Recopa Sul-americana para o Defensa y Justicia (ARG), em 14 de abril, foi um divisor de águas, quando toda aquela euforia pela tríplice coroa recente esgotou-se.
A exibição ruim do time em Brasília, somada a postura defensiva, custaram caro no último lance da partida, com o gol adversário que forçou a prorrogação e, posteriormente, as cobranças de pênaltis. O gol de Marcelo Benítez foi marcado justamente em um momento onde todos os 11 jogadores estavam praticamente dentro da sua própria área. Nos pênaltis, veio o vice, e cobranças em cima do trabalho da comissão, além do treinamento de penalidades (o vice da Supercopa também foi obtido na marca da cal).
Após atuações consistentes na Libertadores e a classificação heroica ao mata-mata do estadual, a moral foi lá em cima. Mesmo tendo de viajar e jogar a cada dois dias, conseguiu despachar dois times de primeira divisão rumo à final, mesmo atuando como visitante: Bragantino e Corinthians.
Porém, na hora da decisão, e com força máxima, o Palmeiras passou os 180 minutos da decisão estadual sem assustar o Tricolor Paulista. Foram inúmeros passes trocados somente no campo de defesa. Além disso, o goleiro Weverton e o trio de zaga foram transformados em armadores, com lançamentos longos que não obtiveram resultado algum.
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No total, foram apenas quatro bolas chutadas na direção do goleiro são paulino, Tiago Volpi, sendo todas sem perigo. Ainda por cima, a torcida teve que ver o rival, mesmo já vencendo por 1 a 0, ir pra cima, criar chances e fazer 2 a 0, sacramentando o título com certa facilidade.
Com isso, após o apito final do árbitro Raphael Claus no Morumbi, a revolta com a estratégia utilizada no confronto pela comissão técnica era visível nas redes sociais. Pra piorar, Abel afirmou na coletiva que “nosso adversário não foi melhor do que nós em nada”, prejudicando ainda mais a sua imagem. O não reconhecimento da clara e manifesta superioridade adversária foi algo lamentável.
A impaciência palmeirense com o presidente Maurício Galiotte voltou à tona, com cobranças pelos reforços que Abel havia pedido, além da insatisfação com jogadores que há tempos estão na mira da torcida. Mayke e Lucas Lima, que tomou um cartão amarelo durante os 90 minutos mesmo sentado no banco de reservas, foram os principais alvos. As duas caras novas desta temporada são Victor Luis e Danilo Barbosa, porém só o segundo foi uma contratação. Victor retornou de empréstimo.
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Agora, Dudu só poderá atuar em agosto, e a mesma coisa vale para um possível retorno do colombiano Miguel Borja. Por enquanto, sem a perspectiva de novas contratações, a pressão sobre os dirigentes aumentam, em um momento em que o Brasileirão já começará contra o Flamengo, rival que o clube não vence desde 2017.
Caso venha mais uma derrota para o Rubro-Negro, os bastidores no Alviverde deverão ficar ainda mais quentes. Resta saber se, com o fim da maratona de jogos e, portanto, maior tempo para treinamentos, a resposta virá dentro de campo, com o elenco que aí está.
