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Análise tática: Goiás faz mudança necessária, mas usa as peças erradas

David Duarte x Keno: zagueiro esmeraldino teve dificuldade para tentar parar o atacante do Galo. Foto: Fotos: Pedro Souza / Agência Galo
David Duarte x Keno: zagueiro esmeraldino teve dificuldade para tentar parar o atacante do Galo. Foto: Fotos: Pedro Souza / Agência Galo

Pela primeira vez no ano, o Goiás jogou com uma formação diferente do tradicional 4-3-3. O clube esmeraldino tem a defesa mais vazada no Campeonato Brasileiro e busca formas de encaixar o time defensivamente.

                 

Na partida de ontem contra o Atlético Mineiro, a equipe goiana entrou em campo no 4-4-2, com dois meias de criação e dois atacantes. Para a atual situação do Goiás, a mudança era necessária e já vinha sendo pedida pelos torcedores. O problema da alteração na maneira de jogar está na escolha dos jogadores para cada função.

A formação 4-4-2 funciona com dois atacantes móveis, que consigam dar opções e se movimentar no ataque. Além disso, é necessário que os meias ajudem na marcação.

O jogo

Desde o início da partida, o Goiás adotou uma posição extremamente defensiva, contando com mais de 8 jogadores apenas defendendo a maior parte do tempo. Essa opção pelo jogo recuado foi determinante para o resultado final.

Na circunstância de jogar dentro do próprio campo, era necessário que um jogador recuasse para a primeira linha nos momentos de ataque do Galo, o que não aconteceu.

O Goiás continuou insistindo no 4-4-2 sem a posse de bola. Aos 27 minutos do primeiro tempo, o volante Gilberto saiu lesionado. No lugar dele, Enderson Moreira colocou Heron, o terceiro zagueiro. Ao invés de jogar defensivamente com 5 jogadores na primeira linha, o Goiás começou a liberar os laterais para o ataque conforme o lado do campo, sempre mantendo 4 jogadores na linha de defesa.

Assim, os zagueiros davam combate nas laterais, que foi como surgiu o primeiro gol do Atlético. Keno, destaque do Galo na partida, avançou pela lateral para cima de David Duarte, um zagueiro de 1,92cm e pouca velocidade, e conseguiu o passe para Eduardo Sasha, que sofreu um pênalti questionável.

Para o jogo, o técnico Enderson Moreira escolheu começar com dois atacantes que não têm velocidade, Rafael Moura e Vinícius Lopes, eliminando qualquer possibilidade de contra-ataques. O He-Man acabou sendo um pivô isolado no ataque em boa parte do jogo.

Pelo meio, foram escolhidos dois jogadores com pouca capacidade de marcação e velocidade, Daniel Bessa e Shaylon. O Goiás conta com três jogadores de características muito semelhantes para a posição. O meia Daniel de Pauli possui o mesmo estilo de jogo que os dois escalados. O único meia com características diferentes é o chileno Jara, que não vem tendo oportunidades no time.

Após a saída de Gilberto, Breno era o único volante em campo, mas ele estava perdido taticamente, contribuindo de maneira direta, seja por mal posicionamento ou por falha técnica, com os gols do Galo. Em diversas ocasiões, o volante estava jogando mais adiantado que os meias de criação.

Apenas aos 32 minutos do segundo tempo o técnico fez uma mudança tática. Entrou o atacante argentino Keko no lugar do meia Shaylon. Com a troca, o Goiás começou a jogar em um 4-2-3-1, com Rafael Moura isolado no ataque, estratégia que não se mostrou eficiente.

O resultado

Do começo ao fim da partida, o Goiás não soube ajustar a formação para combater os avanços do Galo e foi uma vítima fácil. O placar de 3 a 0 para o time mineiro poderia ser mais amplo caso o goleiro Tadeu não tivesse feito, pelo menos, 5 defesas difíceis.

O técnico Enderson Moreira, apenas em seu terceiro jogo após a volta ao clube, busca encontrar uma formação que funcione para o elenco, mas tem falhado em fazer as mudanças necessárias nas peças do time titular e no ajuste tático durante os jogos. Tática 4-4-2 pode funcionar com as peças corretas para a formação.

Também foi possível observar um Goiás abatido em campo. A decisão da diretoria de deixar a torcida organizada entrar no CT e falar com os jogadores foi um grande tiro no próprio pé. Ao invés de motivar os jogadores, a ação deixou os jogadores com medo, o que refletiu no futebol apresentado pelos atletas em campo.

O Goiás chega à terceira derrota consecutiva e continua na lanterna do Brasileirão. O clube goiano volta a campo na terça-feira (13) contra o vice-líder Flamengo no Maracanã, às 18h, em jogo atrasado pela 11ª rodada.

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