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Tem história! Relembre os momentos do América-MG nos estádios Prado Mineiro e Alameda

América deca campeão
Reprodução/Acervo América-MG

Na próxima sexta-feira, 30 de abril, o América-MG celebra 109 anos de história. Antes de ter como casa o Independência, o alviverde que começou como time de várzea mandava seus jogos em um campo, localizado na rua dos Timbiras em Belo Horizonte, que pertencia a Prefeitura. Anos depois, em 1921, o Coelho entrou para a história e anunciava a construção do primeiro estádio de Belo Horizonte, o Prado Mineiro.

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No Prado Mineiro o América-MG viveu momentos de glória, conquistou três títulos do Campeonato da Cidade e abrigou a histórica conquista do decacampeonato. A primeira partida no local foi, realizada em 7 de setembro de 1922, diante do Palestra Itália (hoje Cruzeiro), em comemoração ao centenário da independência do Brasil, mas as obras ainda não tinham sido concluídas.

No ano seguinte, em 1923, o estádio do América se tornou o berço oficial da Liga Mineira, e todas as partidas do Campeonato da Cidade eram realizadas no local, inclusive, em partidas de clubes que não eram donos do espaço.

Foto: Jornal Estado de Minas/Reprodução

A era do estádio Prado Mineiro chegou ao fim no ano de 1929. O espaço passou a abrigar o tradicional Mercado Central de Belo Horizonte. O projeto foi do ex-prefeito da cidade Cristiano Machado e teve o aval do ex-governador Antônio Carlos de Andrada, devido ao grande crescimento populacional na cidade, no final dos anos 20. O local foi inaugurado em 7 de setembro de 1929, após sete anos da primeira partida no estádio do clube. Atualmente, há uma placa na entrada da Avenida Augusto de Lima, em homenagem ao primeiro estádio de futebol de Belo Horizonte.

Para a construção do Mercado Central, o governo municipal fez um acordo com o América-MG no processo de desapropriação e em troca construiria o novo estádio para o clube.

Alameda

Foi no bairro de Santa Efigênia em Belo Horizonte, em 1928, que o América inaugurava na capital o maior e mais moderno estádio de futebol da época. O espaço localizado na Avenida Araguaia (atualmente, Francisco Sales), ficava entre as atuais ruas Alameda Ezequiel Dias e a Alameda Álvaro Celso. O estádio recebeu o nome do antigo jogador e presidente do América, Otacílio Negrão de Lima, mas ficou conhecido como estádio da Alameda.

O local foi casa do América por mais de 40 anos, de 1929 a 1972.De acordo com documentos do arquivo público da cidade de Belo Horizonte, o complexo esportivo do Alameda possuía, além do campo de futebol e três grandes arquibancadas, uma piscina, duas quadras de basquete e uma quadra de tênis.

Em 1930, o América passou por períodos turbulentos no futebol e ficou de fora de torneios importantes no esporte profissional. Após a conquista do campeonato, o clube se envolveu em polêmicas com a Federação Mineira de Futebol e protestou contra a falta de profissionalismo das equipes mineiras.

Foi em 1948 que o antigo presidente alviverde Alair Couto resolveu reformar o local. Conforme o acervo do Coelho, “o campo, que então possuía espaço para pouco mais de 5 mil espectadores, foi transformado no maior e mais moderno estádio de Minas Gerais e ampliou sua capacidade para mais de 15.000 pessoas (título que perderia após a inauguração do Independência, em 1950), além de ser o terceiro maior do Brasil na época (atrás apenas de Pacaembu e São Januário) e o segundo maior estádio particular”.  Além do campo, toda a estrutura da praça de esportes foi restaurada para a prática de modalidades olímpicos, como atletismo, natação, vôlei, tênis e basquete.

A reinauguração do Estádio da Alameda foi marcada por um, comemorativo, único torneio interestadual da temporada conhecido como “Taça dos Campeões”. A disputa quadrangular que reuniu, além do América como anfitrião, os campões estaduais do sudeste brasileiro, Vasco, São Paulo e Atlético-MG.

No torneio, o Coelho garantiu a vaga na final com a vantagem de um empate, após passar pelo Vasco, e reencontrou o antigo rival Atlético. Em uma partida disputada, o placar final foi 2 a 2 e o alviverde ficou com a taça.

Além da conquista da Taça dos Campeões, a passagem pelo Alameda marcou o fim de jejum do clube de títulos estaduais. Após 23 anos sem vencer, o Coelho bateu o Atlético-MG por 3 a 1 na decisão do estadual. A partida foi finalizada antes do apito final, após invasões e confusões dentro e fora de campo. Com o trunfo, o alviverde igualou ao Galo como maior campeão estadual, com 11 títulos.

Foto: Acervo Marinho Monteiro

Pouco antes de sua casa ser desativada em 1964, o América enfrentou o Siderúrgica, e precisava apensas de um empate para a conquista do título estadual. Mas, apesar do favoritismo, o Coelho foi superado de virada, em um placar de 3 a 1, e ficou com o vice-campeonato.

De acordo com o Acervo do Coelho, o Alameda passou por uma série de problemas envolvendo manutenção e o terreno foi vendido a uma rede de supermercados sem o consentimento dos torcedores, em um acordo articulado pela ditadura militar, o estádio foi demolido em 1972. Na época, um jornalista torcedor do Coelho publicou uma reportagem questionando venda do local e chegou a ser preso pelo regime militar.

Alguns torcedores do alviverde afirmam que aquele estádio tinha algo de especial. Existe uma lenda contada por admirados do clube de que o portão do estádio se recusou a deixar o solo e permaneceu fincado ao chão mesmo após a demolição completa e precisou ser retirado com explosivos e dinamites. 

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