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Ao ENM, gerente da base do Botafogo detalha trabalho desenvolvido com os jovens, captação de atletas e treinos sobre posicionamentos

Tiano Gomes
Foto: Vitor Silva - Botafogo

O Esporte News Mundo traz com exclusividade uma entrevista com Tiano Gomes. Gerente geral da base do Botafogo. O ex-jogador falou sobre a experiência de trabalhar com os jovens, troca de ideias com os treinadores do clube e também sobre a importância de mostrar aos atletas os movimentos corporais, como saber receber um passe, se posicionar no campo, entre outros fatores. O sub-20 do glorioso está nas semifinais da Copa do Brasil. E enfrentará o Avaí no próximo domingo (30).

ENM: A situação financeira do Botafogo é algo sempre debatido e mostrado pela imprensa. Em relação a isso, como o clube faz para trazer jogadores para a base? E como é feito o mapeamento? Recentemente trouxeram o volante Guilherme Liberato que era do Cruzeiro.

Tiano Gomes: Temos uma metodologia de trabalho bem definida com relação a isso. Estamos sempre atentos ao mercado em busca de oportunidades de captar jovens com potencial de agregarem valor ao clube. Realizamos um trabalho minucioso e detalhado de mapeamento em competições estaduais e nacionais; em projetos, escolinhas, entre diversas frentes, através do nosso departamento de captação em integração com as comissões técnicas e com a direção.

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ENM: Os defensores Glauber e Lucas Pimenta saíram do clube antes mesmo de estrearem nos profissionais. O Botafogo também vendeu o Jonathan que surgiu bem em 2019 para a Espanha, antes até do final de turno daquele brasileirão. Recentemente o Luís Henrique e o Caio Alexandre também saíram bem rapidamente. Como o clube se organiza na base hoje para evitar essas perdas? E conseguir aproveitar o máximo de atletas nos profissionais?

Tiano Gomes: Todos os atletas citados foram importantes para o Clube de uma forma ou de outra. Alguns conseguiram dar um retorno técnico em campo e financeiro fora dele, outros deram apenas o retorno financeiro. As negociações acontecem por uma procura natural do mercado aos nossos atletas.Então, nosso trabalho aqui na base é preparar cada vez mais jovens para atuarem em alto nível na equipe de cima e ajudarem o Botafogo. É isso continuaremos focados em realizar.

ENM: Na base do Vasco da Gama, o gerente Carlos Brazil disse em uma oportunidade que a ideia é que todas as categorias joguem de formas semelhantes. Ideia de jogo, entre outros. Existe uma possibilidade de isso ser implementado no Botafogo? Que desde o sub-15 por exemplo até o 20, as equipes tenham a mesma maneira de jogar?

Tiano Gomes: Nós já temos esse trabalho bem desenvolvido no Botafogo. Temos um documento orientador que é seguido por todos os profissionais que trabalham aqui. Esse documento detalha toda a metodologia de trabalho a ser aplicada do Sub-10 ao Sub-20 e envolve não só a parte técnica mas também a parte da formação do atleta como um todo, de forma integral. Aqui no Botafogo a nossa preocupação não é apenas de formar um atleta de futebol mas sim de formar um cidadão com um DNA alvinegro.

ENM: Você teve carreira como jogador e possui formação de treinador, fez as licenças da CBF. Como é a sua conversa com os treinadores do Botafogo? O que mais debatem? O que você mais tenta repassar aos profissionais baseado em suas ideias e vivência no Futebol?

Tiano Gomes: Aqui o canal de comunicação é sempre aberto para trocas que possibilitem a evolução do Botafogo. Temos reuniões periódicas para debatermos todas as questões que envolvem o campo e bola, que sabemos são complexas e não são poucas. Temos sempre reuniões pré e pós-jogo para avaliarmos o que vem dando certo e o que precisamos mudar. Nosso coordenador técnico, Carlos Garrit é quem comanda todo esse processo. Por eu ter uma vivência como atleta de futebol, tento compartilhar minhas experiências e um pouco do que já vi. Entretanto, ressalto que é sempre uma troca e eu posso afirmar que também aprendo muito dentro destes debates que realizamos com nosso competente corpo de profissionais.

ENM: No primeiro jogo da decisão da Taça Rio entre Botafogo e Vasco da Gama, um fato curioso no final da partida chamou atenção, quando o Warley não conseguiu dominar uma bola na lateral e o Chamusca reclamou sobre o posicionamento do atleta. Na base, como vocês trabalham isso? Movimentação corporal, saber receber a bola, marcar o adversário, entre outros. A exigência sobre esses fatores é algo que vem crescendo tanto no campo, quanto o debate em torno dele.

Tiano Gomes: : Com certeza. O posicionamento corporal, que você deu como exemplo, é fundamental para o desenvolvimento dos atletas tanto na fase ofensiva quanto na defensiva. Ações subsequentes dependem da forma de como você inicia a movimentação. Esse é apenas um exemplo que do que trabalhamos. Na fase de iniciação fundamentos técnicos e organização tática Na fase de iniciação (Sub-10 ao Sub-14), tentamos implementar os fundamentos de forma gradativa e com ações lúdicas, sempre lembrando que a criança precisa gostar de jogar futebol e não encarar como um trabalho. Quando chegamos na fase competitiva (Sub-15 ao Sub-20), é o momento de intensificar os treinamentos para que eles aprimorem e desenvolvam tudo o que aprenderam.

ENM: Matheus Nascimento já está nos profissionais, mas o clube tem o Kaue e o Jhonnatha como outras grandes promessas do Botafogo. Como vocês trabalham esses atletas para o futuro? E como é feita a mudança de categoria, seja do 17 para o 20 e depois os profissionais. Muito se debate que as vezes os clubes sobem de forma incorreta seus jogadores na preparação técnica.

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Tiano Gomes: Matheus, Kauê e Jhonnatha sempre foram grandes expoentes da nossa base. Construíram uma história e vão, aos poucos, colhendo os frutos do trabalho deles. Entretanto, precisamos ter tranqulidade para trabalhar o processo de formação. Não só deles, mas de todos atletas. Quando enxergamos que um atleta está rendendo de forma superior a categoria dele, é o momento de oportunizá-lo a um desafio maior para provocar uma evolução e evitar acomodações. Entretanto, nada impede de haver uma volta quando avaliamos que existe alguma situação que possa agregar no processo de formação. Um exemplo disso foi o próprio Matheus, que retornou ao Sub-20 no último jogo da Copa do Brasil, vivenciou uma experiência de valor e foi importante marcando um gol.

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