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Ao ENM, VP financeiro traça planejamento do Vasco e afirma: ‘precisamos vender’

Foto: Arquivo Pessoal

Apesar de ter jogos somente em agosto, os trabalhos no Vasco estão a todo vapor. Enquanto o técnico Ramon aprimora o time para o restante da temporada, a diretoria se esforça para administrar o clube. Com muitos problemas financeiros, o Cruz-Maltino luta principalmente para deixar as contas em dia, mas encontra bastante dificuldade para conseguir.

As pendências recaem sobre os ombros do presidente Alexandre Campello, que tem como aliado na questão financeira o vice-presidente Carlos Leão, responsável pela pasta. O dirigente concedeu entrevista exclusiva ao Esporte News Mundo, explicando o que se pode fazer para colocar o clube em dia. Sem hesitar, Leão afirmou que é necessário que aconteça mais uma venda esse ano.

— A gente está trabalhando para colocar todos os salários em dia. Eu sou muito criticado por isso que vou dizer e eu entendo as críticas, mas hoje precisamos vender mais um ativo além do Marrony. Não precisa ser necessariamente o Talles. Temos outros bons valores do Clube. O Lucas Santos por exemplo já mostrou ter muito potencial, é um ótimo jogador. Tiago Reis é outro grande valor da nossa base. O Pikachu também despertou o interesse em alguns clubes. Tem Vinícius, Andrey. Então podemos negociar e acertar os salários. Não está descartada a venda de um ativo. No entanto, não chegaram propostas que sejam interessantes para o Clube.

Nos próximos dias, Carlos Leão acredita que o Vasco possa quitar ao menos uma folha salarial. Ao todo, o clube tem um custo mensal de R$ 7 milhões, R$ 4 milhões só com o futebol. O otimismo se dá por alguns fatores revelados com exclusividade ao ENM.

— Temos o dinheiro das cotas de TV, que por conta da pandemia, atrasou o pagamento para agosto. Teve ainda a interrupção do Ato Trabalhista, que foi prorrogado por mais um mês. Isso gerou um fôlego de mais R$ 2 milhões para a gente. Com essa composição, poderemos acertar mais um mês.

Renda Gigante

Soma-se a essa quantia o dinheiro arrecadado com o Sócio Gigante, cerca de R$ 3 milhões por mês. Até o fechamento dessa reportagem, 95661 vascaínos renovaram ou aderiram aos planos de sócio. Ao todo o clube tem 112696 associados. Leão explicou que o Vasco até tentou adiantar a receita total, como fez no ano passado, mas os prejuízos da pandemia impediram que a Feng Brasil, empresa que atua na gestão do programa, pudesse repetir a operação.

— Se ainda havia alguma dúvida do comprometimento do torcedor vascaíno com o seu Clube, o forte movimento de renovação das associações passou uma mensagem clara. Nos mantivemos no topo do ranking nacional em número de Sócios Torcedores e isso gerará ao Vasco da Gama uma receita de aproximadamente R$ 3 milhões de reais mensais. Antes da pandemia a possibilidade de antecipação dessa receita até o final do ano, por exemplo, era bem factível, mas depois da crise o caixa da grande maioria das empresas foi bastante afetado o que dificulta o adiantamento das receitas, portanto teremos que trabalhar com esse fluxo mensal.

Crias podem resolver

Por ser um celeiro de craques, o Vasco confia que vai lucrar bastante com o mecanismo de solidariedade da FIFA, que dá ao clube formador uma quantia sobre o valor da transferência de um jogador criado em São Januário. Carlos Leão projeta que o Cruz-Maltino possa receber uma boa grana, principalmente com o euro valorizado (na cotação atual, R$ 6).

— Estão sendo divulgadas propostas por Allan (Napoli) e Douglas Luiz (Aston Villa), então o mecanismo de solidariedade pode agregar bastante. O Coutinho também pode render algo nesta janela. Então se essas transações acontecerem, podemos ganhar com mecanismo de solidariedade o que recebemos com a venda do Marrony, por exemplo.

O dirigente mostrou otimismo também em possíveis transferências de Luan e Mateus Vital, que pertencem ao Pameiras e Corinthians respectivamete. O Vasco tem 40% dos direitos econômicos do zagueiro e 15% do meia.

Efeitos da pandemia

Nem só de boas perspectivas vive o dirigente. Apesar do otimismo, o VP financeiro entende que o ano permanecerá bastante complicado, já que a pandemia modificou o orçamento. Com a temporada esticada para 2021, Carlos Leão estimou que o Vasco tenha um desfalque de uma quantia milionária.

— Do orçamento, já não deveremos receber R$ 30 milhões esse ano. A parcela do Pay per View deve ser reduzida e uma parte ficou para o ano que vem. De premiação do Brasileiro são R$ 18 milhões previstos, que de dezembro, passou para fevereiro ou março, dependendo do término do campeonato brasileiro.

Sem futebol, o Leão revelou que o Vasco acabou perdendo receita do per per view, mas esse problema pode ser contornado.

— Deveremos perder quase metade do pay per view por conta de cancelamentos de assinaturas, mas ainda teremos uma reunião para discutir isso. Existe a possibilidade de voltar mais forte, por conta dos estádios vazios, mas isso é uma previsão a ser confirmada.

A dívida operacional

Atualmente o Vasco deve três meses de salário para o elenco (março, abril e maio) e dois para os funcionários (abril e maio). Vale lembrar que as folhas de pagamento no clube fecham no dia 20. O Cruz-Maltino ainda possui oito atletas que recebem direitos de imagem, remuneração que está em atraso, para alguns desde outubro, para outros, novembro.

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