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Apesar de placar elástico, Maurício Souza contém euforia: ‘Quem vê o resultado acha que foi tranquilo’

Maurício Souza Vasco
Foto: Daniel Ramalho/Vasco

Após a vitória de 3 a 0 sobre o Operário na noite desta sexta-feira, em São Januário, pela 14ª rodada, que isolou o Vasco na vice-liderança da Série B, com 30 pontos, a um do líder Cruzeiro, o técnico Maurício Souza acredita que o placar foi elástico para o que foi de fato o jogo, mas que sua equipe mereceu vencer pelo 2º tempo que realizou.

– Sem dúvida, eu acredito que não tem jogo fácil na Série B. A gente vê que é um campeonato equilibrado. O time mostrou hoje o que vem sendo sua tônica: um time que luta, que não se entrega, que dificulta muito as ações ofensivas do adversário e que acredita na vitória desde o início. Volto a falar: não tem jogo fácil. Quem pegar o resultado vai achar que foi um jogo tranquilo. Mas acho que, no segundo tempo, fizemos um jogo em que merecíamos sair com a vitória – comentou Souza.

Antes de sair o primeiro gol, marcado por Quintero, houve um ensaio de vaias em São Januário. Para Maurício, foi normal pela ansiedade da torcida em vencer a partida, que andava difícil, com o Operário até melhor em certos momentos. No entanto, o treinador se manteve tranquilo e disse que confiava no time.

– Eu estava extremamente tranquilo. Nossa semana foi proveitosa. A gente sabe que a equipe ainda busca evolução e vem mostrando isso. É natural que a torcida cobre o gol, ela quer gritar gol. É natural, também, que ela esteja apreensiva, é uma Série B com equipes muitos próximas. Só posso dizer que (a vaia) não chegou nem perto do quanto isso foi importante para nossa vitória, do quanto incentivou a gente para sair daqui com os três pontos. É só exaltar o que a torcida tem feito, não só hoje. E falar que a gente precisa muito dela. Ela vai ser determinante para que a gente consiga as vitórias.

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As mudanças na equipe deram uma mexida no jogo, principalmente com Palacios, que acabou marcando um golaço e deu mais opção no meio-campo. Yuri Lara, com cartão e quase expulso, foi sacado por precaução. Maurício comentou as alterações.

– A entrada do Palacios, saindo de fora para dentro, trouxe um homem a mais no meio de campo, o que gerou para a gente uma qualidade de troca de passes importante. Começamos a empurrar mais a linha defensiva deles para trás, ficamos mais com a bola. Conseguimos, nesse momento, fazer com que a equipe do Operário corresse mais atrás da gente. Isso trouxe confiança, começamos a atacar com mais gente e fomos premiados com o gol. A partir dali, deu uma tranquilidade. O Operário tem que se soltar um pouco mais, a gente soube ter tranquilidade, ficar com a bola, rodar. Foi um primeiro tempo disputado, e o segundo, pelo que eu vi, trouxe para a gente a certeza de que merecíamos sair com a vitória.

Confira outros trechos:

Alteração tática da equipe no 2º tempo

 – Quando a gente coloca o Palacios, a gente traz o Figueiredo para 9 e pede ao Palacios para que, com a bola, ele faça esse movimento aberto. E, quando a bola circular, que ele venha para dentro para ser mais um homem. Começamos a ter quatro jogadores no meio de campo. A ideia com ele era essa, ter uma superioridade por dentro, liberar um pouco a passagem do Edimar. Defensivamente, o Palacios é um jogador que não retorna tanto. A gente começou a ganhar a segunda bola e a ter o contra-ataque no pé dele. O Edimar cortava e caía no pé dele. Isso é uma coisa que a gente vem analisando, é uma estratégia nossa de momento de jogo, vem do treino. O Palacios é um jogador com uma qualidade muito grande, provou isso hoje. A gente entende que ele, nesse momento, pode entrar tanto por fora como por dentro.

União do grupo

 – Psicologicamente é uma equipe muito forte, não se abala, que se acostumou a jogar aqui dentro com pressão a favor ou contra, se acostumou a jogar fora com pressão a favor ou contra. Posso estar enganado, mas esse foi o segundo jogo que a gente faz três gols. Fizemos contra o Náutico e agora. O que eu percebi no vestiário foi a alegria pela forma como atuamos, principalmente no segundo tempo, no que tange à posse de bola. O vestiário está muito contente, muito alegre. É uma equipe muito forte emocionalmente. Essa vitória traz mais confiança. Falei para eles que estamos só no início da caminhada, falta muita coisa. Não tenho a menor dúvida que, ao continuar com essa mentalidade vencedora, vamos conseguir nosso objetivo. Falei para eles que respeitava toda e qualquer história, cada um tem uma história linda que já foi construída, algumas ainda serão, mas não existe responsabilidade maior e comprometimento maior do que esse momento que estamos vivendo. Sem dúvida alguma a maior responsabilidade de todos os jogadores que estão no vestiário do Vasco da Gama é fazer o Vasco subir. Vai ser muito difícil tirar esse time do eixo. Com o apoio da nossa torcida, ela entendendo a importância que tem para esses jogadores, não tenho a menor dúvida de que, no final, vamos comemorar o acesso.

Nível de competitividade da Série B e desempenho Cruz-Maltino

– É difícil ver hoje na própria Série B um time fluindo o tempo todo. Eu encontro o Vasco que se defendia muito bem, mérito total do Zé (Ricardo), que conseguiu organizar essa equipe defensivamente. O próximo passo é a gente não perder essa solidez defensiva e conseguir dar ao Vasco um jogo mais controlador, mais perto do que foi o segundo tempo. Nós sofremos em alguns momentos, mas não tomamos gol. Buscamos agora uma sequência de quatro vitórias, o que também é importante. Continuamos no G-4, o que também é importante. É claro que isso dá confiança para a equipe. Nossa equipe não está preocupada em jogar um futebol que coloque em risco nossa vitória, ela está preocupada em sair do campo vencedora. Com ponto na testa, como foi o Conceição. Com dor do Yuri, dor do Edimar, de quem for em campo. Eles estão preocupados em sair do campo deixando a vida e com os três pontos.

Palácios e Nenê podem jogar juntos?

– Sou totalmente favorável, acho que a qualidade técnica tem que estar dentro de campo. Porém, é preciso que se tenha uma entrega, uma doação para não sofrermos defensivamente. É uma equipe que vem se mostrando na competição que se defende muito bem. Temos que começar a encontrar esse equilíbrio. É uma ideia nossa, e a gente está tentando isso e vamos gradativamente conseguindo, fazer com que seja um time mais controlador com a bola. Mas não descarto essa hipótese, não. São dois jogadores que, com a bola, vão causar prejuízo a qualquer defesa da Série B.

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