O Fluminense derrotou o Internacional, de virada, na noite desse domingo (22) e voltou a vencer após duas derrotas seguidas. Mesmo com desfalques, lesão de Yago durante a partida e o gol do Inter no início, o Tricolor teve forças para reagir e saiu com os três pontos do Beira-Rio pela 22ª rodada do Brasileirão. Em coletiva de imprensa, Odair Hellman falou sobre a oscilação do Flu no campeonato.
– Acho até que a gente está conseguindo uma regularidade. É claro que nos últimos dois jogos, duas derrotas, mas nós vínhamos de oitos jogos com boa regularidade. De quase dois meses de competição em um Campeonato Brasileiro tão disputado e tão difícil. Isso é uma regularidade, de pontuação, performance. Claro, que é natural, e está acontecendo com todas as equipes do campeonato. Há uma oscilação pela dificuldade que são os adversários, os jogos. Mas acho que a gente tem conseguido manter uma regularidade, por isso a gente está conseguindo ter essa pontuação e se mantendo na parte de cima da tabela.
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ANÁLISE DA PARTIDA
Acho que no primeiro tempo foi um jogo bastante truncado, onde o Inter conseguiu em uma movimentação entre linhas, achar uma tabela e fazer o gol. Nós tínhamos trabalhado e conversado essa situação, mas ela acabou acontecendo. Então esse é um ajuste que a gente precisa fazer, de movimentação. Principalmente quando os adversários propõem esse momento entre linhas. Mas acabou acontecendo só aquele lance no primeiro tempo. Nós conseguimos ter a posse e ela foi, novamente, até a parte final do campo, onde não conseguíamos traduzir essa posse, essa circulação, essa construção inicial nossa em chances claras de gol. Nós acabamos tendo mais dificuldade nesta última parte do campo, que é isso que estamos trabalhando bastante para conseguir traduzir essa posse, essa construção, em parte final. Para você criar oportunidades, criar finalizações, e consequentemente, você estar muito mais próximo do gol. Acho que quando foi anulado o gol, a gente já criou uma situação, uma oportunidade mais clara de imposição. Nós tivemos a bola, mas não tivemos a efetividade e o domínio da fase final para ser efetivo nas finalizações. O Inter conseguiu, no início, naquela construção. Mas depois também não conseguiu mais, nem contra atacar e nem construir, pois a posse estava sob nosso domínio.
No segundo tempo acho que nós ajustamos essas situações, a bola do Lucca que nós acabamos trocando no intervalo, invertendo. Nós treinamos muito essa inversão na batida. Iniciamos de uma forma batendo, invertemos no intervalo, e ela deu frutos no empate. E aí a equipe manteve a solidez, a posse, até uma parte final do jogo, quando o Inter começou a ter um pouco mais de posse, cruzar na área, mas sem nos trazer muito perigo. E para nós abriu uma possibilidade para fazer o segundo, como fizemos, e de até buscar um placar maior. Mas são ajustes que nós precisamos fazer para todos os jogos e esse é uma ajuste que estamos procurando. Claro que temos que pontuar, quando você muda muito a equipe de um jogo para o outro, você acaba precisando e necessitando de um tempo maior para esses movimentos se encaixarem. Hoje a gente buscou uma formação diferente por todos os problemas que tivemos na semana. Então demanda um certo tempo, apesar de ser uma avaliação nossa, mas são características diferentes dentro do campo. Por tudo isso, nós fomos merecedores do resultado, do início ao fim. Soubemos sair de um placar adverso, manter a maturidade de jogo e construir as jogadas para que a gente conseguisse a vitória e foi muito importante para a nossa caminhada.
ATUAÇÃO DE MARCOS PAULO
Eu discordo até em uma situação bem pontual em relação ao Marcos Paulo. Eu também visualizei esse movimento que você falou (crescer de produção após mudar o posicionamento). O Marcos Paulo tem realmente essa característica de saber jogar, fazer esses movimentos de entre linhas e a capacidade do penúltimo passe. Mas eu acho que, claro que ele não vai ser um Fred por característica, não vai ser um Felipe e nem a gente busca esse movimento quando ele inicia o jogo por dentro, sendo o jogador mais terminal. Justamente quando eu coloco ele por dentro nessa situação, eu quero que ele faça movimentos de profundidade, porque ele tem essa capacidade. Mas eu tento tirar o máximo dos movimentos e dos passes, para essa disputa de primeira bola. Para ser uma construção através de movimentos, de vindas entre linhas, de profundidade, de paralela, que de movimentos para que ele dispute essa primeira bola de imposição, que não é a característica dele. Toda vez que for de encontro a essa característica, a gente tem que ter a paciência, a tranquilidade que ele não vais disputar a bola igual jogadores com essas características. Na minha visão, ele fez uma partida boa em todos os aspectos. No início do jogo, talvez não seja nem por ele, mas a equipe não estava encontrando os movimentos dele, do próprio Nenê.
Quando começaram a encontrar mais esse movimento, mesmo dentro do primeiro tempo, nós conseguimos botá-lo no jogo, o Nenê no jogo. Então é nisso que temos focados no trabalho, para que a gente consiga colocar esses caras do meio e de frente, dentro da partida, o mais rápido possível para que eles possam produzir ofensivamente. Eu preciso ressaltar que trabalhamos a semana toda com uma situação tática, uma possibilidade. No fim de semana perdemos um movimento, no sábado perdemos outro. Eu treinei sábado a equipe para ir para o jogo. Os movimentos, nem tanto, pois é uma variação nosso. Mas ai entram jogadores de características diferentes, que levam certo tempo para se encontrarem. Talvez demorou um pouco, não só o Marcos Paulo, mas toda a equipe. A partir do momento que se encontrou eu acho que nós conseguimos, não só construir inicialmente, mas começar a criar oportunidade de definição. A gente precisa e vai trabalhar cada dia mais isso.
MUDANÇAS NA EQUIPE
Quando você perde jogadores, realmente você fica sem opções nessa relação de variação e capacidade de grupo. Mas outros jogadores têm entrado e dado uma resposta positiva, o caso do André hoje, que entrou muito bem na partida. Parabéns ao grupo pela postura em todas as situações que acontecem, dentro de um clube, de um time. Mas nós todos estamos focando na solução e não trazendo mais essa situação para ficar lamentando. Aqui não tem lamentação. A gente busca a solução para seguir a caminhada.
Em um primeiro momento eu iria manter a estrutura, para fazer o movimento mais simples possível de identificação entre os jogadores. Mas perdi outros dois movimentos para que eu pudesse manter a estrutura (Dodi e Hudson). E já estava dentro de um plano de jogo, da estratégia, do estudo que fizemos do adversário, a busca da variação. Ela acabou acontecendo na parte final da semana. Então talvez por isso tenha demorado um pouquinho para sincronizar a movimentação. Mas quando sincronizou e se encontraram, nós entramos fortes no jogo, consistentes, e conseguimos vencer a partida
Todo jogador, Marcos Paulo, André, e todos quando iniciam a partida e jogam bem, são soluções para todos nós. E é isso que o treinador busca, solução dentro do grupo, em movimentos diferentes… Já usei Marcos Paulo pelo lado, por dentro, já iniciei com outros jogadores… Essa é uma capacidade que o grupo tem que ter. E eu tenho bem claro isso definido com eles. É o grupo que faz a diferença. Claro que tem suas individualidades. Cada um tem sua busca individual. Mas é fortalecer o todo: organização, ideia de jogo. E aí então capacitar e potencializar as individualidades. Hoje o Marcos Paulo conseguiu fazer boa partida porque a equipe proporcionou a ele a possibilidade de fazer uma boa partida depois dos momentos iniciais. Eu busco encorajar e dar confiança aos jogadores para que eles possam estar prontos para estarem prontos para quando entrarem e iniciarem, possam dare uma resposta como hoje.
SOBRE A COVID-19 NO ELENCO
Vou fazer uma oração muito forte para esses que estão com Covid, os funcionários e jogadores, porque são muito importantes para nós. Que eles se recuperem como todos se recuperaram e não tiveram problema maior. Levo também para todas as pessoas. Imagino as pessoas que pegam essa doença, as famílias. Algumas pessoas que já morreram… Temos que ter muito cuidado, precisamos nos proteger, proteger o próximo, porque esta situação está voltando e voltando forte. Temos que ter um olhar para isso.
LESÃO DE YAGO
Vou aproveitar para fazer uma oração para que não tenha sido nada com o Yago. Ainda não temos um movimento mais específico para passar para vocês. Vou torcer muito para que tenha sido só uma batida, para que não tenha sido algo pior. O mais rápido possível, quando tivermos a informação, será passada para vocês.
EQUIPE RETOMANDO AS VITÓRIAS
Contra o Grêmio acho que saímos fora, foi uma exceção, realmente, em todos os aspectos, não conseguimos manter o nosso padrão. Mesmo em que algumas partidas a gente pudesse estar abaixo em termos de performance, conseguíamos produzir bem e tentar alguma coisa dentro do jogo. Mas contra o Grêmio tivemos muita dificuldade, não nos encontramos em nenhum momento, mesmo variando em aspectos táticos. Mas não costumo tratar exceção como regra. O jogo do Grêmio não podia virar regra, ele tinha que ficar como exceção, o Palmeiras também. Eu tenho que ficar atento para que isso não vire regra.
Retomamos, principalmente no primeiro tempo, contra o Palmeiras, depois tivemos a dificuldade da situação do pênalti e eles abriram 1 a 0. Continuamos dentro da partida, mas eles conseguiram fazer o placar, 2 a 0. Ali não retomamos como um todo, mas demos um indício da volta do nosso padrão de atuação, nosso padrão de posse, jogo, construção, e de parte competitiva. Hoje evoluímos nesse aspecto como um todo. No início eles conseguiram encontrar uma movimentação dentro da característica deles. Mas, como um todo, acho que a equipe manteve um padrão forte, de competição, de organização, de construção. No primeiro tempo com um pouco menos de efetividade na parte ofensiva, e no segundo tempo com um pouco mais de efetividade. É esse padrão que temos que manter, para que continuemos a fazer essa caminhada bonita que estamos fazendo agora.
