Em uma noite marcada pelo número elevado de gols, o Red Bull Bragantino recebeu o Bahia, no último sábado (05), em Bragança Paulista, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro, e acabou só ficando no empate por 3×3. Apesar de herdar somente um ponto na tabela de classificação, o técnico Maurício Barbieri, em coletiva, elogiou a equipe e se mostrou satisfeito com as mudanças que realizou no elenco.
“Eu acho que fizemos uma boa partida, bem intensa, e fomos superior ao adversário a maior parte do tempo. Concedemos algumas oportunidades, cometemos alguns erros e eles foram felizes nessas poucas chances que demos, mas em geral fico muito feliz com esse rendimento e desempenho que apresentamos. Entramos em campo com uma série de desfalques, com uma equipe que vinha jogando pouco junta e, apesar disso, foi possível manter um padrão e superar uma situação totalmente adversa, um 2×0. Eu acho que foi uma pena o gol no final do Bahia, eu tenho a convicção de que nós merecíamos a vitória”.
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O técnico também comentou sobre a anulação do gol de Artur, logo aos dois minutos de jogo, por parte do VAR. Em tom de indagação, questionou o critério usado no lance para a revisão do árbitro dentro de campo. “Em relação ao gol anulado, acho que existe um equívoco, já que o árbitro não teria de rever o lance, dado que não é um lance claro. Teria de prevalecer a decisão dele de campo. O VAR não é usado para ele ter uma segunda chance e mudar de opinião. Ele não deveria nem ter sido chamado. Essa é uma coisa que nos incomoda porque nos acontece constantemente, essa falta de linearidade na conduta”.
Após comentários gerais sobre o jogo, o comandante aproveitou para pontuar individualmente a atuação de alguns de seus jogadores. “O Artur é um jogador fundamental para nós. O número de jogos que ele tem já demonstra isso. E a maneira dele jogar, conseguindo criar muito volume para o adversário ter que lidar, empurrando o time para trás. A questão da finalização sim, estamos aprimorando, com umas variações de sair por dentro, sair por fora”.
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“O Léo é um jogador fundamental para nós. Não temos duvida de que sim, cometeu alguns erros, mas isso faz parte do processo de crescimento, de amadurecimento. A questão nunca é se um jogador vai ou não errar, já que todos os jogadores cometem erros. A questão é como vamos trabalhar e se comportar agora. Então a ideia é conversar com o Léo, entender que os erros fazem parte do passado, aprender com eles, mas entrar com a cabeça tranquila para que ele possa mostrar o bom desempenho que tem mostrado na grande maioria dos jogos”.
Ainda sobre o sistema defensivo, Barbieri fez questão de destacar a confiança que tem em seus homens, não temendo que os erros se repitam na próxima partida. “Não me preocupa o sistema defensivo em si. São erros e detalhes que temos que ajustar para o jogo de quarta-feira, e poder ter três dias de recuperação, nos ajuda. Esse período vai ser importante para chegar na próxima partida à altura do desafio”.
Após as considerações finais a respeito da partida contra o time baiano, o técnico do Massa Bruta passou a projetar suas impressões para o confronto de quarta-feira (09), contra o Fluminense, pela Copa do Brasil. Sobre os desfalques, ele disse: “Em relação aos jogadores que estão fora, eles seguem em avaliação. O Helinho não tinha condições de jogar hoje, vamos ver se para quarta-feira será possível que ele possa estar conosco, assim como o Edimar e os outros jogadores que já iniciaram o processo de transição, mas eu não tenho resposta definitiva sobre nenhum deles”.
Já em relação ao possível envolvimento de Claudinho no confronto, Barbieri tratou logo de descartar a dúvida. “O Claudinho joga dia 8, viaja no dia 9 e só chega no Brasil no dia 10, ou seja, não tem condições de participar”. Mas apesar da informação que pode soar desanimadora aos torcedores do Braga, o comandante demonstrou esperança e confiança ao comentar sobre a possível reação frente ao Fluminense no próximo embate. “Tenho convicção de que essa diferença (de 2×0) não é fácil de tirar, mas eu acho que a noite de hoje prova que somos capazes. É claro que é um outro adversário, uma outra competição e um outro momento, mas o futebol é cheio dessas noites especiais e temos que nos preparar pra tentar criar ou gerar essa noite especial e reverter o resultado”.
Perto do fim da entrevista, Maurício Barbieri se afastou dos comentários sobre o time de Bragança Paulista, oferecendo sua posição em relação à controversa realização da Copa América no Brasil e da possibilidade de paralisação do Campeonato Brasileiro. “Eu acho que, em linhas gerais, a questão foi muito mal conduzida. Existe um ponto central que é a integridade física daqueles que estão exercendo sua profissão. Acho que uma avaliação final deveria vir de um comitê científico que pudesse dar embasamento ou que pudesse oferecer critérios para que essa decisão fosse tomada com a participação de todos. Não me parece que é o que aconteceu, então eu entendo que é legítimo que os jogadores tenham a intenção de se manifestar e se posicionar, porque envolve a integridade física deles, além de envolver um momento extremamente delicado de país. O fato é que se a Colômbia não tem condições de receber e a Argentina também não, eu não sei qual critério foi usado para que o Brasil fosse levado em consideração”.
“Em relação à parada, eu sou contra pois acho que o argumento utilizado não faz sentido, de que o campeonato pode perder sua isonomia. Eu acho que o campeonato teria isonomia se todos tivéssemos oito milhões de orçamento para contratar e se todo mundo tivesse um mesmo nível. O campeonato nunca teve isonomia nesse sentido. Não podemos fazer uma parada também porque, se executada, faria com que nós, novamente, entrássemos em um ano sem férias, sem condições de recuperar os jogadores, mais uma vez atuando em um calendário absurdo e difícil de se viver”.
