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Bicampeã olímpica, meio de rede Thaísa se despede da Seleção: ‘Nunca faltou amor’

Thaisa Seleção Brasileira Tóquio despedida
Foto: AFLOSPORT via Imago Images

Menos de 24h depois de conquistar o título da Superliga feminina e ser eleita a melhor central e jogadora da competição, Thaísa Daher anunciou sua despedida oficial da Seleção Brasileira, onde sagrou-se bicampeã olímpica. Por meio de um emocionante texto postado no Instagram, a atleta confirmou a ausência nas Olimpíadas de Tóquio, lugar que só não seria ocupado por ela caso não quisesse, segundo o técnico Zé Roberto Guimarães.

                 

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– Por não conseguir mais dar esta entrega, física e mental, que eu encerro minha história com a Seleção. Os últimos anos foram duros para o meu corpo, convivendo com dores diariamente. Não consigo ajudar ao grupo todo da forma como gosto e entendo que seja necessária. Preciso descansar e respeitar, mais do que tudo, o meu corpo, que é minha ferramenta de trabalho. Pensando na longevidade da minha carreira em clubes, é hora de me recuperar – declarou Thaísa.

Thaisa Seleção Brasileira Tóquio despedida
Foto: Wander Roberto/Inovafoto/CBV

Em 2017, Thaísa sofreu uma grave lesão no joelho esquerdo, enquanto atuava na Turquia. Apesar de muitos não terem acreditado na volta da central, a carioca de 33 anos deu a volta por cima e recuperou o alto nível de voleibol. Desta maneira, a titularidade em Tóquio chegou a ser dada como 100% certa, uma vez que a minastenista brilhou nas últimas temporadas.

– Quero agradecer especialmente ao Zé Roberto e toda sua família que foram fundamentais neste retorno , além da comissão técnica e todos os que me acompanharam nesta caminhada. Sem o esforço, apoio e incentivo de cada um, não sei se chegaria tão longe – escreveu Thaísa.

LEIA A CARTA NA ÍNTEGRA:

OBRIGADA??❤?

A noite de 05 de abril de 2021 ficará marcada na minha vida. Depois de um período difícil na minha carreira, marcado por lesões, dúvidas, incertezas, e em meio a uma pandemia que entristece o mundo, eu consegui sorrir novamente com o vôlei. Sorri e chorei. Cada lágrima derramada ontem era uma dificuldade que eu superei. Voltar a ser campeã da Superliga, jogando em alto nível, era algo que ninguém, há três anos, acreditava que eu seria capaz. E eu consegui. Com o apoio da minha família, do meu noivo, das minhas companheiras e comissão técnica do Itambé Minas, amigas , voltei a sentir o gosto de levantar um troféu depois de quase cinco anos. 


Mas, sempre temos o amanhã. É a lei da vida. Passado, presente e futuro. E depois de um dia histórico para mim ontem, hoje, o 6 de abril de 2021, também será um dia que lembrarei para sempre. É um dia que interfere, definitivamente, no meu futuro. Hoje tomei uma das decisões mais difíceis da minha carreira como atleta profissional.
Inevitavelmente, todos querem saber se estarei com a Seleção Brasileira nas próximas competições – inclusive a Olimpíada de Tóquio. Mas, infelizmente, a resposta é não. Hoje, despeço-me da Seleção com muita, muita mesmo, dor no peito. São mais de 14 anos dedicados a defender nosso país na seleção adulta – (18 considerando a base )- e , sempre com garra e respeito que a bandeira merece. Nunca faltou amor e entrega nesta história linda para os dois lados. 

E é exatamente por não conseguir mais dar esta entrega, física e mental, que eu encerro minha história com a Seleção. Os últimos anos foram duros para o meu corpo, convivendo com dores diariamente. Não consigo ajudar ao grupo todo da forma como gosto e entendo que seja necessária. Preciso descansar e respeitar, mais do que tudo, o meu corpo, que é minha ferramenta de trabalho. Pensando na longevidade da minha carreira em clubes, é hora de me recuperar. Conversei com meus médicos e familiares e chegamos a esta conclusão. 

Quero agradecer especialmente ao Zé Roberto e toda sua família que foram fundamentais neste retorno , além da comissão técnica e todos os que me acompanharam nesta caminhada. Sem o esforço, apoio e incentivo de cada um, não sei se chegaria tão longe. O meu muito obrigada a todas as minhas companheiras que estiveram ao meu lado, dividindo viagens, concentrações, alegrias e tristezas. Carregarei sempre comigo cada lembrança. 

Estarei daqui , vibrando e torcendo pelo Brasil, junto com toda a população e, especialmente, com os amantes do voleibol. Estarei sempre à disposição para ajudar e, mais do que tudo, gritar e comemorar nossas conquistas. 

Gratidão!

Thaísa Daher.

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