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Bola aérea para o Fla, ultrapassagens e infiltrações para o Vasco: o caminho para vencer o Clássico dos Milhões

Foto: Alexandre Vidal/Flamengo, Rafael Ribeiro/Vasco

POR JOEL SILVA E MATHEUS COSTA

24 de abril de 2016, semifinal do Campeonato Carioca. O Vasco vencia o Flamengo de forma imponente por 2 a 0, com gols de Andrezinho e Riascos, e garantia sua classificação para a final do estadual. O Cruzmaltino, que conquistaria o bicampeonato consecutivo do torneio contra o Botafogo, mal sabia que aquela seria sua última vitória contra seu maior rival em quase cinco anos.

Desde aquele fatídico dia, foram 17 jogos entre os rivais. O Flamengo, que vivia um jejum de um ano sem vencer o Vasco até então, engatou uma sequência irredutível de cinco anos e soma oito vitórias e nove empates neste período. A superioridade no clássico também serve de análise para a ascensão do clube no cenário nacional, conquistando inúmeros títulos entre eles dois Campeonatos Brasileiros e uma Libertadores. Enquanto isso, o Cruzmaltino chegou ao quarto rebaixamento de sua história.

Em mais um momento de reconstrução, o Vasco chega para a partida desta quinta-feira (15) com a missão de encerrar um tabu bastante indigesto contra o rival que é considerado por muitos o melhor time do Brasil. As situações são bem distintas, os projetos mais ainda. Mas como diria o ditado popular, clássico é clássico e vice-versa.

Em grande fase, Flamengo mostra dificuldade na transição defensiva

William Arão foi improvisado na zaga por Rogério Ceni para resolver problema da saída de bola, mas sofreu contra o Palmeiras (Photo by Buda Mendes/Getty Images)

Em sua primeira partida após a conquista da Supercopa do Brasil contra o Palmeiras, o Flamengo chega para enfrentar seu maior rival com dois objetivos especiais. O primeiro é testar uma nova formação para a estreia da Libertadores contra o Velez Sarsfield, já que não terá seu capitão Rodrigo Caio – que sequer foi relacionado para a partida desta quinta-feira. E o segundo, é claro, aumentar o tabu de invencibilidade contra seu maior rival para chegar a incrível marca de cinco anos sem perder para o Vasco.

Na quarta partida dos titulares da equipe de Rogério Ceni desde o início da temporada, o Flamengo chega com uma formação diferente, adaptada pelo treinador na reta final do Campeonato Brasileiro e que acabou garantindo a conquista na ocasião. Sem Rodrigo Caio, a zaga deve ser formada por William Arão e Gustavo Henrique ou Bruno Viana, que disputam a vaga deixada pelo xerife. Gustavo terminou o Brasileirão na posição de titular ao lado do volante, enquanto Viana, única contratação para a jornada de 2021, impressionou nos jogos que fez e trouxe uma sensação de segurança absoluta no setor defensivo.

A partida contra o Palmeiras levantou uma preocupação que não havia sido exposta contra o Bangu e o Madureira, pelo Campeonato Carioca. A equipe Rubro-Negra apresentou problemas na saída de bola e na transição defensiva pelo meio. Explicamos: William Arão e Rodrigo Caio, que não tiveram um bom jogo, foram alvos constantes de infiltrações do atacante Alviverde, especialmente do meia Raphael Veiga que marcou em duas oportunidades. Arão, improvisado na zaga para melhorar a saída de bola, não obteve êxito. Caio, também não. Com a ausência da figura de um marcador no meio, um buraco foi encontrado por Abel Ferreira e que deu problemas ao treinador Rogério Ceni..

Velocidade de Gabriel Pec é a arma do Vasco

Gabriel Pec vem assumindo papel de protagonismo no Vasco do treinador Marcelo Cabo (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

Essa vulnerabilidade do Flamengo provavelmente foi estudado até a exaustão pelo técnico Marcelo Cabo, que mostra a cada dia que quer dar muito certo no Vasco. O trabalho já está sendo bem avaliado, mas para ganhar de vez a torcida vascaína, nada melhor que uma vitória diante do maior rival. Os três pontos, além de encerrar o jejum de quase 5 anos sem vencer o Rubro-Negro, mantém o Cruz-Maltino vivo na luta pela classificação para a próxima fase do Campeonato Carioca.

Desde que assumiu o Vasco, na terceira rodada da competição, o time sempre balançou as redes do adversário, mostrando um repertório variado para marcar os gols. Foram 16 em oito jogos, muitos deles em jogadas rápidas pelos lados do campo, buscando as ultrapassagens dos laterais e as infiltrações dos meias. Gabriel Pec tem sido o grande destaque da equipe, justamente por sua velocidade para atacar os espaços. Não por acaso é o artilheiro do Cruz-Maltino na temporada com 5 bolas na rede.

Se o ataque está funcionando bem, a defesa tem apresentado problemas, com a bola aérea sendo o grande pesadelo do Vasco. Com Marcelo Cabo no comando, o time levou gols em todos os jogos, principalmente em cruzamentos. Foram quatro com bola rolando e cinco em bolas paradas (três após cobranças de escanteio e dois em faltas laterais).

A bola parada inclusive é uma das armas mais mortais do Flamengo. No Brasileiro do ano passado, o Rubro-Negro venceu os dois clássico marcando dessa forma. Na vitória por 2 a 1 em São Januário, Gustavo Henrique fez de cabeça após cobrança de falta. Já no triunfo por 2 a 0 no Maracanã, Léo Matos cometeu pênalti em Bruno Henrique ao empurrá-lo após um cruzamento na área. No segundo gol, o atacante voou alto e testou com estilo aproveitando uma cobrança de escanteio. O zagueiro Ernando reconheceu que esse tipo de lance é a fraqueza do time e revelou que mudanças foram feitas pelo treinador.

– Os números comprovam que precisamos evoluir. Temos tomado alguns gols de bola parada, e o que temos que fazer é treinar, procurar encaixar melhor essa marcação. No jogo contra o Tombense, o professor Marcelo já fez uma marcação mais alternativa, tirando os melhores cabeceadores do nosso time para marcar individualmente os melhores do adversário. A estrutura de marcação está mudando e precisamos de tempo para aperfeiçoá-la. Acredito que vamos melhorar e nos adaptarmos melhor com a sequência de treinos – disse o zagueiro ao site oficial do clube.

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