Futebol Internacional

Começa julgamento de Blatter e Platini pelo caso ‘FIFAgate’

Photo by MICHAEL BUHOLZER/AFP via Getty Images
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Sete anos após explosão do caso ‘FIFAgate’ que culminou em uma enorme crise institucional da entidade que leva seu nome, os dirigentes Joseph Blatter (86) e Michel Platini (64) serão julgados por seus envolvimentos em inúmeros casos de fraudes, gestão desleal e corrupção.

                 

O julgamento foi iniciado nesta quarta-feira (8) na Suíça, segundo o ministério público do país os dois ex-presidentes obtiveram “ilegalmente, em detrimento da FIFA, um pagamento de 2 milhões de francos suíços para Michel Platini”, algo em torno de 2 milhões de dólares (9.7 milhões de reais).

O Tribunal Criminal de Bellinzona negou os pedidos de adiamento do julgamento feitos pelas defesas dos ex-dirigentes de futebol.

A acusação mais contundente contra os envolvidos é a de fraude. Em 1999 o três vezes vencedor do Ballon d’or prestou um serviço de consultoria à Blatter, até então presidente da entidade máxima do futebol. Ambos acordaram em uma remuneração anual de 300 mil francos suíços (1.49 milhões de reais) recebidos por Platini através da FIFA.

No entanto, segundo a promotoria, em 2011, o ex-jogador francês “executou uma dívida de dois milhões de francos suíços paga pela entidade mundial do futebol com a anuência de Blatter”.

A defesa do ex-presidente da FIFA afirma que já era acordado o pagamento de 1 milhão de francos suíços desde o início, mesmo que tenham feito oralmente (sem comprovação contratual) e sem qualquer testemunha.

As deliberações do julgamento acontecerão até 22 de junho, e a sentença deverá ser proferida até 8 de julho. Se forem condenados, Blatter e Platini poderão pegar uma pena de até 5 anos de reclusão e multas.

FIFAgate, relembre o caso

Em meados de 2015, uma enorme operação conjunta entre a Justiça da Suíça e o FBI realizaram prisões de inúmeros dirigentes de futebol acusados de fraudes, corrupção, lavagem de dinheiro entre outros crimes.

A investigação conduzida pela polícia federal norte-americana indiciou formalmente 34 dirigentes de futebol, e prendeu 7 ‘cartolas’ do primeiro escalão da FIFA entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marín.

O FIFAgate ganhou desdobramentos em muitos países, inclusive no Brasil, onde outros ‘peixes pequenos’ foram indiciados por crimes como corrupção passiva, falsidade ideológica, fraude entre outros.

Porém, as prisões feitas no 27 de maio de 2015 mudaram o comando do futebol ao redor do planeta.

Joseph Blatter foi obrigado a renunciar a presidência da FIFA e convocar novas eleições para entidade devido a uma enorme pressão de patrocinadores, Platini seguiu pelo mesmo caminho, ambos foram suspensos do mundo do futebol por 8 anos.

Sem a concorrência de Platini, Gianni Infantino que era seu vice na UEFA, foi eleito e assumiu a FIFA.

Após as acusações de fraudes nas escolhas das Sedes das Copas do Mundo, a reunião de escolha da principal competição da FIFA deixou de ser fechada para os votantes.

A entidade máxima do futebol se viu obrigada a alterar algumas de suas regras internas e expandir a influência dos dirigentes nas decisões do futebol, como a adoção do VAR.

FIFAgate atingiu a CONMEBOL

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Últimos três presidentes da entidade sul-americana de futebol foram presos no âmbito do FIFAgate / Gettyimages

Três ex-presidentes da entidade sul-americana de futebol foram presos Juan Angel Napout (2014-2015), Eugenio Figueredo (2013-2014) e Nicolas Leoz (1986-2013). E houve inicio a uma ampla reforma interna devido aos escândalos e as ameaças de ruptura por parte dos patrocinadores.

Desde 1916 a Conmebol não se via obrigada a publicar seu balanço financeiro, e isso mudou em 2017, que a partir daí passou a divulgá-los anualmente.

A Conmebol fez um acordo com a justiça americana alegando ter sido usada por tais dirigentes como uma espécie de ‘laranja’ para os crimes cometidos por eles, a entidade de futebol já renegociou sua dívida e começou a pagar.

No âmbito do FIFAgate, a Conmebol já recuperou cerca de 529 mil dólares (2.5 milhões de reais) e aguarda receber ainda mais.

A CBF não realizou nenhum acordo com a Justiça americana e também não pediu ressarcimento.

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