“O SP arrecada como Ituano e gasta como Real Madrid” assim definiu a situação orçamentária do São Paulo, o conselheiro Jaime Franco. O motivo de sua declaração se deve aos gastos e endividamento do clube paulista.
Em entrevista ao Yahoo Esportes, o conselheiro, que já é sócio do São Paulo há 72 anos demonstrou preocupação com as finanças do time “É o pior momento da história do nosso clube. Levantei centenas de dados e apresentei esses relatórios onde demonstro que a partir de 2011 começou o processo da derrocada do SP, que atingiu, aparentemente, em 2019 o seu pior momento, mas que 2020 continua desastroso.” definiu.
Com eleições marcadas para novembro, o Tricolor possuí duas chapas concorrentes, em uma está Júlio Casares, seu oponente ainda não definido, deverá ser Marco Aurélio Cunha ou Roberto Natel. Quem assumir deverá lidar com um déficit de cerca de R$156 milhões de reais, herança da gestão atual, que tem como presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco.
O conselheiro define a gestão “Eu chamo de péssima e irresponsável gestão. Tanto o futebol quanto as finanças decorrem de problemas de gestão. Todos os clubes são obrigados a enviar seus relatórios contábeis para questões do Profut e manutenção da licença com a CBF. Em dezembro de 2018, o SP teve endividamento líquido de R$ 270 milhões. Terminou 2019 com R$ 503 milhões. Em março de 2020 foi para R$ 530 milhões e agora em maio para R$ 570 milhões, com prejuízo acumulado de R$ 80 milhões. 2018 foi ruim, 2019 foi péssimo e 2020 é catastrófico.”
Nas últimas semanas, Leco já demonstrou que jogadores precisarão ser vendidos para que recuperem receita pós-pandemia, Jaime Franco compartilha da mesma opinião, mas com ressalvas
“Ele está correto, mas ele esquece o seguinte. O futebol tem quatro fontes de receita: TV, marketing, bilheteria com sócio-torcedor e venda de atletas. O SP, de 2011 para cá se apequenou, diminuiu todas as fontes de receitas com exceção da venda de jogadores. Tem vendido para sustentar os equívocos e os déficits entre receitas e despesas. Um importante conselheiro são-paulino, próximo ao Leco, usou a seguinte expressão: O SP arrecada como Ituano e gasta como Real Madrid. O maior equívoco do SP é ter 14 grupos políticos e me recuso a filiar a qualquer um deles. Tenho a independência para elogiar e criticar. Tenho ajudado o SP, alertando o conselho deliberativo e o comando do clube para fazer os devidos ajustes, que não têm sido feito, desde 2011.”
O conselheiro Jaime Franco ainda acredita que a principal causa desse déficit financeiro foram os gastos com contratações equivocadas “Em 2017, estavam previstas apenas quatro contratações e o São Paulo trouxe 22 jogadores, com apenas dois permanecendo. Em 2018, trouxeram 12, saíram nove. Somando os dois anos, sobraram cinco de 34 nomes. Em 2019, foram 12. Em três anos, 46 contratações, com pouco aproveitamento e sem conseguir fazer time. Foram pagos R$ 61 milhões em intermediação de atletas, nos últimos dois anos. O SP arrasou com as finanças, numa gestão equivocada de toda a administração, sem responsabilizar apenas o presidente Leco. O quadro é dramático e desastroso. É um pecado o que fizeram com o SP” definiu.
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