Fluminense

Contratações, Libertadores, receita, time sub-23, críticas, permanência de Marcão… a coletiva do presidente do Fluminense, Mário Bittencourt

Foto: Divulgação/Fluminense

Normalmente um jogador fala um dia antes da partida com a imprensa, mas nesta sexta-feira o presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, concedeu entrevista coletiva. O mandatário tricolor comentou sobre contratações, receitas para 2021, finanças do clube, o objetivo de conquistar uma vaga na Libertadores, o aproveitamento do time Sub-23 e as críticas feitas pela torcida após derrota para o Corinthians na última quarta-feira.

                 

CONTRATAÇÕES E LIBERTADORES

Responsabilidade no clube sempre é do presidente. Temos um profissional, diretor executivo, ele cuida do futebol. O presidente aprova ou não. A decisão técnica é do diretor executivo, do treinador, da comissão técnica em geral. O meu elenco tem muito mais jogadores da base do que quando eu cheguei. O nosso elenco em 2019 era muito jovem, mas não tinha tantos jogadores da base. Todos os clubes que estão bem financeiramente e disputam no topo da tabela têm média de elenco de 27 anos. Optamos por fazer uma mescla melhor. Há um estudo no futebol brasileiro de que os elencos vitoriosos, normalmente, têm médias de idade mais altas. Allan e Caio Henrique não conseguimos manter pois tinham contrato de um ano. Eles vieram como aposta e foram duramente criticados na chegada, pois ninguém os conhecia. Jogadores jovens que não são do Fluminense, normalmente é preciso comprá-los, como Michel Araújo e Pacheco. Eles estão parcelados e estamos pagando com enorme dificuldade. Como não temos dinheiro para contratar, optamos por ter mais jogadores da base e termos jogadores mais experientes e sem custo de aquisição. Jogadores acima de 35 anos trouxemos Fred e Nenê, trouxemos Caio Paulista, Felippe Cardoso, Michel Araújo, Pacheco, Danilo Barcelos é mediano de idade. Luccas Claro também tem uma idade excelente. Trouxemos o Hudson, o Yago Felipe, que tem menos de 30 anos. Talvez uns 4 acima dos 30 anos que é o que nosso rival fez, foi buscar o Isla com 34 anos. O Grêmio também faz isso. É uma filosofia de tentar equilibrar o elenco.

Em 2005, precisávamos de um ponto em quinze e perdemos os cinco jogos, com um time muito qualificado. Dizem que o time teria perdido o foco na reta final, pois jogadores já estariam sendo vendidos. Não acredito nisso. O time tinha um grande treinador, que na época foi campeão carioca, vice da Copa do Brasil e quase chegou na Libertadores. Na minha opinião, se tivesse mantido o treinador em 2006 tivesse um treino tão bom ou até melhor. Dentro das condições financeiras que temos, fazemos um campeonato bem regular. Acreditamos que nas próximas rodadas voltaremos a ter regularidade. Não vamos entrar no viés de quem será o responsável. O curioso é que se a gente se classificar, vão dizer que eu não tenho nenhum mérito. Se formos para a Libertadores é um presente para a torcida, que merece. Eu vim aqui pela perenidade do Fluminense. Não sairei deste propósito.

NEGOCIAÇÕES COM JOVENS E RECEITA PAR 2021

A gente entende que o mercado vai aquecer e vamos ter propostas muitos melhores em 2021. Vamos torcer para a vacina chegar. Se o Fluminense não vender jogadores nos próximos anos, ele não resiste às dívidas que foram criadas ao longo dos anos. São R$ 700 milhões. Pagamos R$ 100 milhões em dívidas, tivemos uma redução no valor total. A gente paga por mês no boleto R$ 4 milhões apenas em dívidas. É uma dívida astronômica. A gente fez uma previsão de vender mais jogadores em 2021. As janelas boas da Europa são as de junho/julho. Normalmente, as outras não são tão boas. Até por isso, quero conversas com a CBF para reverter isso.

– Eu jamais atribuiria isso ao atleta (Marcos Paulo). Eles nunca deixaram nada que pareça que façam algo premeditado. O staff representa outros jogadores do clube, outros atletas que já passaram por aqui. Óbvio que a gente não vai receber algo semelhante ao que recebemos na última janela porque os clubes sabem que ele já vai poder assinar pré-contrato. Com o Miguel, a gente quer que seja melhor do que foi e está sendo com o Marcos Paulo. Mas existe o mecanismo da FIFA, e vamos continuar com o percentual dos atletas em possíveis vendas futuras.

MARCÃO GARANTIDO NO CARGO

– Eu vou voltar atrás, rapidamente. O nosso planejamento para a temporada 2020 era a permanência do treinador que contratamos em janeiro. Não imaginávamos que teríamos uma pandemia e o Brasileiro terminaria quase em março. Além de tudo, quando buscávamos uma renovação com o treinador, ele recebeu uma proposta irrecusável e isso fez com que a gente perdesse o nosso treinador já no finalzinho do ano, quando acabava seu contrato. A opção pela comissão técnica permanente é um projeto nosso que em 2019, a gente fez pela opção pelo auxiliar permanente. Fica muito claro para vocês que eu não tiro treinadores rapidamente. Quando a gente fez a opção pelo Marcão em 2019, estávamos em 16 ou 17 no campeonato e fizemos essa opção na luta contra o rebaixamento. Eles nos entregaram 54% de aproveitamento…

Com a saída do Odair, pensamos qual atitude tomaríamos. Repetimos a estratégia de 2019 justamente pelo fato de a comissão permanente conhecer o trabalho. Se a gente tiver 50, 51% de aproveitamento até o final da competição, conseguiremos alcançar a nossa vaga numa Libertadores ou pré-Libertadores. Pode dar certo ou não. A gente aposta, tivemos convicção. Mas não vamos olhar só para os resultados dos últimos jogos. A derrota horrível que tivemos na quarta-feira sai da nossa média do campeonato. Em nenhum momento tínhamos perdido por mais de dois gols de diferença. Estamos todos muito chateados e tristes. Antes de ser presidente eu sou torcedor. Temos que encontrar os erros, pois aconteceram muitos. Vamos seguir o trabalho que planejamos que é manter a comissão permanente.

NENÊ BARRADO

Não presenciei nada. Não me envolvo nas questões com comissão técnica e jogadores. Chega a ser até clichê falar que um jogador fica chateado quando não está jogando. Um grupo de jogadores é composto por 11 atletas felizes e outros que querem entrar. Quem está de fora quer estar lá dentro, é profissional. Se o Nenê realmente se chateou, acho o termo “barração” feia, mas ele certamente ficou chateado. Se o Marcão fizer uma mudança para sábado, outro jogador vai ficar chateado. O nosso ambiente é ótimo, problema nenhum interno. O grupo se dá muito bem. Seguimos com o mesmo ambiente. Tudo isso só está acontecendo porque tivemos uma derrota feia

Foto: Divulgação/Fluminense

EXISTE NEGOCIAÇÃO COM SAMUEL XAVIER?

Sobre o Samuel Xavier, no momento não há nenhuma negociação. Jogador que achamos interessante. O scout monitora há muito tempo. Interessa, mas não temos nada no momento.

MESCLA DE JOGADORES É INSPIRADA EM 2009?

Sobre o campo, eu não interfiro em nada. Não entendi o comparativo com 2009. 2009 eu assumi a gerência de futebol em setembro. O Fluminense tinha 17 ou 16 pontos. Cheguei dia 4 e o Cuca dia 5, algo assim. No primeiro jogo do Cuca nós empatamos com o Náutico, no segundo jogo empatamos com o Botafogo, no terceiro perdemos de 5 a 1 para o Grêmio, no quarto jogo vencemos o Avaí no último minuto e no quinto jogo perdemos para o Flamengo. Fizemos cinco pontos em 15 sofrendo uma goleada. O Mundo inteiro queria que trocássemos o treinador naquele momento. Optamos por manter. Era muito fácil trocar. Nós já éramos vistos como rebaixados. O treinador foi fazendo suas experiências e nós tínhamos uma safra muito boa naquele momento. A gente ainda não sabia, mas aquele era o time campeão brasileiro de 2010. Tinha o Conca, o Fred muito jovens. Tinha o Mariano que quando chegou era execrado por todo mundo. Tinha o Alan e o Maicon subindo muito bem e uma safra muito boa. A gente não sabia, mas aquele time já era muito bom. Para ser justo, era um time rodado mas com jogadores que foram finalistas da Libertadores 2008. A gente não interfere nas decisões. Tínhamos reuniões com o Odair sempre pré e pós-jogo, mas não há nenhuma influência na decisão técnica.

RENOVAÇÃO E PROPOSTAS DE MARCOS PAULO

 Esse é um problema que não é do Fluminense. É da legislação brasileira. Eu como advogado desportivo tenho que dizer isso. A legislação só permite que o contrato de um atleta com até 18 anos seja assinado por 3 anos. Depois, pode ser por cinco, se ele quiser. Não existe renovação automática, cláusula de gaveta. Então, o clube faz um contrato de três anos, com 16 anos. Na gestão anterior, quando o atleta ainda não tinha 16 anos, fizeram um contrato de três anos. Depois, com 18 anos, poderia ter sido proposto uma renovação. O staff me diz que o clube tinha optado por fazer a venda do João Pedro. Carreira de futebol é muito curta. Já foi o tempo que os jogadores queriam jogar no clube de coração. Quem decide renovar conosco ou não, é o atleta. Conseguimos fazer um contrato de cinco anos com o Luiz Henrique, com o Calegari. Com os do sub-17, a gente fez contratos de três anos. Mas a legislação é cruel com o clube. Voltando ao Marcos Paulo, em junho de 2020, iniciamos conversas pela renovação – um ano de acabar o contrato dele. O staff entendeu que era melhor esperar uma proposta de fora. O atleta teve contato com um clube da França, por um valor X, e que chegaria uma proposta. Seria bastante importante, mas a proposta não chegou. Em razão da pandemia, ele pediu para esperar para analisar a nossa proposta de renovação. Faltando um dia da janela, chegou a proposta do Torino. Essa foi a única proposta que chegou oficialmente na minha gestão. Avançamos nessa negociação. O jogador pediu para esperar sobre a nova renovação porque era desejo do atleta de ir. Mas o Torino não respondeu a nossa contraproposta porque encontrou outro jogador. Fizemos uma nova proposta para o Marcos Paulo em dezembro.

Mas ele quer esperar a próxima janela para ver se chega uma nova proposta de fora. Para o Brasil, ele não vai. O staff me diz que continua procurando propostas na Europa. Ainda temos esperança que a gente faça uma negociação boa para todos os lados. Já marquei uma reunião com a CBF para falar sobre essa legislação. A gente fica na mão do mercado europeu com esse formato. Vou falar com outros presidentes para viabilizar uma mudança dessa legislação. Não é possível que seja o mesmo formato do mercado de fora, já que somos o mercado vendedor.

PROJEÇÃO PARA 2021 E UTILIZAÇÃO DA BASE

Eu cheguei no meio de 2019, o clube lutava nas últimas posições. Planejamos 2020. Tivemos férias de um mês, os jogadores retornaram e estrearam com sete sessões de treinamento. Outra luta que tenho na CBF é que clubes com dificuldades financeiras é que competições como Libertadores e Sul-Americana começarem no início do ano é um desastre para estes times. O lado bom das férias de 30 dias é que eles descansam e voltam totalmente fora de forma. Levam muito mais tempo para se adequar. O ruim deste ano é que não terão essas férias. Terão 10 dias apenas após o Brasileiro. Em contrapartida eles voltam em forma. Isso não é uma percepção minha. Foi conversado com a fisiologia e preparação física. O Brasileiro de 2021 começa em maio… O estadual quatro dias depois da paralisação começaremos a disputa do Estadual com o time sub-23. Existe uma instabilidade no calendário até pela situação do Palmeiras. A única coisa que eu acho cruel é que nós temos que nos reinventar a cada semana. Nossos jogos que tinham distância de sete dias foram trazidos para perto pelo calendário de outros clubes. Isso tudo impacta o planejamento. Nossa ideia é que um pouco antes do fim do campeonato a gente comece a ter uma noção do que vamos disputar. Podemos ter a Copa do Brasil no início do ano, mas se formos para a Libertadores, só entramos nas oitavas de final. A gente não sabe como será o calendário. O Estadual, de qualquer forma, começaremos com o time sub-23.

GASTOS PARA 2021

A incerteza (da pandemia) fez com que a gente previsse uma receita e uma despesa maiores. O orçamento para 2020 tinha uma receita menor do que 2021. Todas as receitas do ano passado foram jogadas para esse ano. O orçamento é uma peça que se elabora pela perspectiva que a gente se encontra. Por exemplo, a premiação da colocação do Brasileirão era para ser paga em dezembro, mas será paga em março de 2021. As cotas de TV também foram empurradas para esse ano. A gente aumentou as despesas, mas as receitas também. As despesas também foram jogadas para 2021, despesas com jogos, encargos foram projetadas para esse ano. A gente tenta aumentar um pouquinho a folha do futebol a cada ano para melhorar, mas isso acontece porque há esse aumento de 20% de previsão.

Nós pagamos em média 43% a mais de tributos por imagem e CLT por conta da legislação. Mas o aumento das despesas é proporcional ao crescimento de receitas. Ano passado, gastamos R$ 1,5 milhão só de taxas de inscrição. Estamos austeros, tentando quitar nossas dívidas. Nossa situação é essa. Não há um desajuste do nosso departamento de futebol. O que acontece é isso. Temos dois orçamentos hoje: um contável, e um orçamento gerencial, executivo que nós temos internos para acertarmos todos os botões. Perdemos 64% de todas as receitas no ano passado por conta da pandemia, mas conseguimos reduzir isso e fechamos com apenas 14%.

REFORÇOS DO TIME SUB-23

A ideia é que no futuro próximo nós tenhamos 100% dos jogadores da casa. Vários clubes têm o sub-23. Alguns clubes que têm o investimento maior, às vezes entendem que não precisam dessa categoria, pois podem comprar quem quer. Um dos motivos do projeto é utilizar jogadores que estouram 20 anos e não são integrados ao profissional. Esse tipo de jogador, ou a gente libera de graça, ou emprestamos pagando salário, ou mantemos na nossa casa, no sub-23. A gente fez um terceiro campo no CT para atender também o sub-23, além do profissional. O sub-23 também serve para recuperar jogadores voltando de lesão, como o Frazan. O Martinelli jogou o Fla-Flu na semana passada e pediu para jogar no sub-23 para manter a minutagem. Não é verdade que o sub-23 arranca jogadores daqui ou de lá. Tanto que o Nascimento jogou o último jogo do sub-23 e participou contra o Corinthians. A gente tem boas oportunidades de mercado, jogadores que vêm de graça, salário baixo. A folha do sub-23 custa em torno de 4 ou 5% do futebol profissional. É um projeto muito barato. E a gente gastava esse dinheiro com os jogadores atuando em outros times. O pleito meu é que a gente possa ter um Estadual de Aspirantes também. Cinco jogadores acima de 23 anos podem atuar no campeonato sub-23. É um projeto que nos atende financeiramente e na recuperação de atletas. Certamente integraremos alguns do sub-23 para a temporada que vem.

PLANEJAMENTO E QUEDA DE DESEMPENHO

O Odair desenvolveu um trabalho de quase dez meses. Há um novo comando, com suas ideias. Em 2019, quando o Marcão também assumiu, ele optou por manter um modelo parecido com o do Fernando Diniz. Ele está tentando colocar as ideias em cima do modelo do Odair. E, coitado, ainda tem Covid. Acho uma covardia a cobrança que se faz com os profissionais do futebol brasileiro. Tem jogo de três em três dias, é doloroso. Leva-se tempo para evoluir. Nós, internamente, avaliávamos bem o trabalho do Odair, tanto que gostaríamos de renovar. Mas nós e a própria imprensa também criticavam o desempenho. “Ah, ganha, mas não convence”. O futebol brasileiro é resultadista. Quem trabalha aqui dentro não olha só o resultado. Olhamos o investimento que a gente tem, o tempo. Nós temos dificuldades financeiras e de reposição de peças. Clubes que têm dinheiro tem peças de reposição. Machuca um, contrata outro. Acho o nosso elenco excelente, mas temos problemas. Tivemos uma troca de treinador que não foi planejada, técnico com Covid. Tento dar minimamente tempo para que se desenvolva um trabalho. No primeiro turno com o Odair, foi nesse momento que tivemos uma queda. Teve a eliminação para o Atlético-GO ali tempo. Tentaram instaurar uma crise aqui dentro. E superamos. Vamos seguir o mesmo método aqui dentro agora. Vamos conseguir? Não sabemos. A gente optou pelo mesmo modelo de 2019: a efetivação da comissão técnica permanente, que já conhece o clube, o elenco. Só deram valor ao Odair quando ele saiu. Não vamos mudar o nosso norte. A gente pensou para fazer isso. Se estamos certo ou errado, respeito 200% a opinião do torcedor e da imprensa, mas se vai dar certo, vamos saber lá em março. Se não der certo, vamos pensar.

PROFUT

As parcelas estavam suspensas. Teremos que pagar o retroativo. O prazo que temos é até o final do mês. Temos que pagar alvo em torno de R$ 2,8 milhões. De surpresa. Nós não perdemos o ato trabalhista. Foi concedido para nós em 2011, concluímos o pagamento em 2020. Em abril de 2020 tivemos que fazer uma petição. A juíza determinou que a gente quite até agosto de 2021 com parcelas. Temos que pagar em torno de 90 milhões de dívidas.

INTEGRAÇÃO DE RODOLFO

Rodolfo, quando ele foi suspenso, a previsão de penalidade poderia ser de quatro anos e até banimento no futebol. O é um problema de droga social e dependência química. Essas pessoas precisam da nossa ajuda. Não podemos abandonar. Quando o Rodolfo foi pego no doping, eu tinha acabado de assumir a presidência. A legislação permite que o contrato fique totalmente suspenso e eu pare de pagar o salário. Fiz um acordo com o Rodolfo de que ele seria tratado no clube e que a gente pagasse 20 ou 25% do salário dele enquanto durasse o contrato conosco. Para que ele pudesse manter a família dele com dignidade. Ele cumpriu integralmente o tratamento durante este período. Foi ajudado pelo clube neste sentido e fomos pagando uma parcela pequena do salário dele. Estamos reintegrando ele na segunda-feira ao grupo. Ele sabe das dificuldades de voltar a jogar, pois tem a concorrência. Mas o nosso dever como instituição era reintegrar este rapaz. Ele será muito bem-vindo na segunda-feira treinando e ficando à disposição. Acho que ele não pode ser inscrito, mas poderá ser inscrito na próxima temporada.

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