Futebol Internacional

Crise no Boca expõe relação conturbada entre Riquelme e Battaglia

Boca Juniors
Photo by Marcelo Endelli/Getty Images

As vésperas de um confronto decisivo na primeira fase do campeonato argentino, o Boca Juniors se vê no olho do furacão com uma crise avassaladora dentro das paredes do Kremlin de Ezeiza, em destaque na página do diário argentino ‘Olé’ a espinhosa relação entre o treinador Sebastián Battaglia e o chefe do conselho de futebol do clube, Juan Riquelme.

Os dois últimos jogos, contra adversários muito inferiores ao padrão do Boca, Always Ready pela Libertadores e Lañus, foram exibições pífias de um dos times mais caros da Argentina, e geraram inconformismo no conselho de futebol e na torcida, que prometeu protestos no jogo de hoje contra o Godoy Cruz pela Liga Argentina.

A relação conturbada piorou quando o treinador escalou Alan Varela na equipe titular ao enfrentar o Arsenal, logo após uma reunião com o conselho no bunker do Boca, em Ezeiza, cidade da grande Buenos Aires. “Não pense que você é o dono do clube!” vociferou Riquelme para Battaglia.

Segundo informações apuradas pelo ENM, pessoas importantes de dentro do clube esperam que uma sequência de maus resultados continue para que Riquelme demita o antigo estagiário. Há até uma torcida para que o time perca o jogo contra o Godoy e a pressão pela saída do treinador parta das gerais da La Bombonera.

Entre os jogadores, o apoio vai ruindo ao perceber que a equipe não evolui como se esperava. Nos últimos 35 jogos, foram 33 formações diferentes no time principal, substituições equivocadas e as reações dos jogadores, insatisfeitos ao serem sacados, são perceptíveis, no jogo contra o Lanús, Benedetto chutou uma placa de publicidade aos olhos reprovadores do treinador argentino, que não esboçou reação.

“Se ganhar é o Conselho, se perder, é o Battaglia”

Riquelme Boca Juniors
(Photo by ALEJANDRO PAGNI/AFP via Getty Images)

A aposta de Seba em Varela na partida do Boca contra Arsenal foi uma das demonstrações de que o treinador usará o banco para tentar achar uma solução para a sequência de empates. Quando decidiu colocar o meia na equipe titular ao invés do indicado pelo conselho, Esteban Rolón, enfrentou uma série de vazamentos sobre sua relação conturbada com o clube.

“Eles contrataram mal e querem recuperar algo, Seba não tem culpa. Para ele, Orsini é o terceiro nove, mas o pressionam. O mesmo (acontece) com Briasco. Da outra vez ele estava no banco, e ia ser colocado por alguns minutos no jogo, mas o próprio jogador disse que não estava pronto”, disse uma fonte anônima ligada ao treinador.

“Seba confia nos meninos que tem na Reserva, na verdade seu número 5 era Equi (Fernandéz), mas eles o emprestaram. E agora ele pede para o subirem para 10 na Reserva (Taborda) e eles (conselho) pensem nisso” completou a fonte.

O Boca quer que o treinador coloque suas estratégias nas reuniões do conselho antes de colocá-las em prática, algo pedido por Riquelme e seus aliados Bermúdez e Cascini, mas reprovado por Chelo Delgado, que ironicamente é o homem mais próximo do ex-jogador, mas que decidiu não se envolver na briga.

“O dez (Riquelme) vê esse bem e o dez pensa que ele pode ter uma oportunidade” insinuam os membros do conselho nas reuniões a Battaglia sobre determinados jogadores aprovados pelo ídolo argentino, disseram fontes ao jornal ‘Olé’. Outras vezes dizem que as opiniões são embasadas pelas análises de Mariano Herrón, um membro da comissão técnica que foi colocado por Riquelme na era Miguel Ángel Russo e que continuou com Battaglia.

Pessoas próximas ao treinador do Boca, afirmam que ele “Sente pouco apoio do Conselho”, mas esclarecem que o comandante está ciente da movimentação política para derrubá-lo, “Eles são cínicos, aqueles que estão ao lado de Román mentem na sua cara, mas ele sabe de onde tudo vem, ele sabe desde que era jogador”.

“Se ganhar, é o Conselho, se perder, é Battaglia” afirma a fonte sobre outro ponto que incomoda o treinador do Boca, que percebe que não é bem visto por parte dos sócios por ser um profissional inexperiente, “Não acredite em toda história que saia da propriedade” disse essa mesma fonte se referindo ao real motivo do treinador ter mudado Pol Fernández, da direita para o meio campo.

O momento instável da equipe dá margem para críticas minarem o frágil trabalho de Battaglia, o Boca ainda luta para a classificação na Copa da Liga e na fase de grupos da Libertadores. Hoje, às 21:30h enfrenta o Godoy Cruz em casa pela 11ª rodada da primeira fase do Campeonato Argentino, a Xeneize está em 4º lugar do grupo B e soma 17 pontos.

Clique para comentar

Comente esta reportagem

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

As últimas

Para o Topo