Na noite desta quarta-feira (29), Cruzeiro e Caldense entraram em campo para decidir de vez quem seguiria para as semifinais do Campeonato Mineiro. A Veterana podia jogar com o regulamento embaixo do braço, já que tinha 3 pontos na frente e 5 gols a mais de saldo.
Com um bom primeiro tempo, a Raposa conseguiu anotar o único gol no placar, suficiente para tirar a diferença na pontuação, mas não para abater a diferença. Na etapa complementar, o torcedor celeste viu o seu time esbarrar na ansiedade e na péssima qualidade do gramado do Estádio Ronaldão, que se encontrava bem castigado por conta de geadas e o furto do seu sistema de irrigação.
Esta é a primeira vez em mais de 60 anos que o Cruzeiro fica fora do G4 do Campeonato Mineiro. Porém, o fim dessa sequência histórica não deve manchar o trabalho do treinador Enderson Moreira. Na sua segunda partida sob o novo comandante, a equipe celeste demonstrou mais uma vez um esquema pro ativo de jogo, com laterais bem ofensivos e muita pressão no campo do adversário. É apenas o começo do trabalho de reconstrução desse Novo Cruzeiro.
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Primeiro tempo
A partida começou com a pressão do time celeste. Aos dois minutos de jogo, Marcelo Moreno teve a primeira chance de abrir o placar, ao interceptar uma bola na quina da pequena área. Porém, o goleiro cresceu Alyson se antecipou, fechando o espaço do chute. A partida seguiu com boas propostas dos dois times, que trocaram ataques e tentaram explorar as fraquezas do adversário. No caso do Cruzeiro,o espaço deixado na defesa pelos seus dois laterais que jogaram de maneira bem ofensiva. Já a Caldense tinha dificuldades de sair jogando e não resistia muito bem a pressão.
Até que aos 14 minutos, Régis dominou a bola após um corte ruim da zaga, girou e deu um chute preciso, que foi parar no fundo das redes. Após o gol, a Caldense ficou desarrumada em campo e se viu acuada dentro da sua própria área. A Raposa teve a chance de ampliar o placar, aos 20 minutos. Régis lançou uma bola perfeita para Maurício, cara a cara com goleiro. Mas o meia celeste furou o chute e o placar continuou sem ser alterado.
O time da Veterana voltou a se reencontrar minutos depois do susto. Pouco a pouco, a Caldense foi conquistando espaço dentro do campo adversário, aproveitando boas jogadas individuais dos seus dois pontas. Algumas resultaram em cruzamentos perigosos e algumas defesas do goleiro Fábio. Cada vez mais, os volantes do Cruzeiro começaram a sumir do jogo, tendo dificuldades para dominar a bola e encontrar os seus companheiros em profundidade. Aos 40 minutos, o torcedor celeste viu Marcelo Moreno ser substituído, por conta de um desconforto na região da lombar.
Segundo tempo
Mais do que a defesa ou o gramado, a ansiedade da equipe em celeste para tirar a diferença de saldo de gols foi o que decretou de vez a classificação da Caldense. A Veterana soube aproveitar bem o nervosismo do seu adversário na etapa complementar, pressionando a saída de bola para recuperar a posse e conquistar minutos preciosos para o seu time. Isso foi possível graças à segunda etapa ruim da dupla de volantes do Cruzeiro, Ariel Cabral e Jadson, que mal conseguiram sair jogando com a bola no segundo tempo sem que a jogada terminasse em um lateral ou em uma interceptação.
O torcedor celeste teve uma esperança após a entrada de Claudinho e Jean, na vaga de Jadson, aos 25 minutos. Com cadência e boa visão de jogo, o experiente volante conseguiu levar novamente perigo à defesa da Caldense, encontrando o jovem atacante recém chegado da Ferroviária em enfiadas e bolas longas. Foi um momento em que a Raposa finalmente voltou a pressionar, porém, já era tarde demais. A veterana fechou ainda mais a sua defesa, colocando todos os seus jogadores no último terço do campo, esperando apenas o apito final.
Destaques da Caldense
Incansável, o ponta João Victor merece toda a atenção dos holofotes. O jovem atacante de 21 anos soube explorar bem o espaço deixado pelos laterais celestes, que subiam bastante para apoiar o ataque. Por meio de jogadas individuais e ousadas, João Victor conseguiu levar perigo à meta do goleiro Fábio, tanto na primeira quanto na segunda etapa. Suas antecipações e pressão na saída de bola também forma responsável por conquistar minutos preciosos na classificação da Caldense.
A dupla de volantes Lucas Silva e André Mensalão também precisam ser destacados, principalmente por conta do desempenho na etapa complementar. Apesar de terem sofrido durante o primeiro tempo com a atuação de Régis, a dupla se reinventou para a segunda etapa. Afinal, não tem como o armador levar perigo se a bola não conseguir chegar nele. Com antecipações, cortes e pressão no marcador, os dois volantes desempenharam um papel central no trabalho de anular a saída de bola celeste.
Destaques do Cruzeiro
O setor defensivo da Caldense não conseguiu apresentar uma resposta para a atuação de Régis. Decisivo, com um gol e várias oportunidades criadas, o camisa 10 celeste conseguia aparecer livre e se desvencilhar da marcação em todas as partes do campo. Seja dominando uma bola no círculo central, fazendo uma ultrapassagem pela direita, criando uma jogada pela esquerda ou recebendo a bola no pé na entrada da área, a defesa da Veterana não conseguiu encontrar uma resposta.
Porém, como diz o ditado, uma andorinha só não faz verão. Com o cansaço e o segundo tempo ruim da dupla de volantes celeste, Régis se viu cada vez mais isolado da partida, assim como os seus companheiros de ataque.
Próximos jogos
Classificada para as semifinais, a Caldense agora irá enfrentar a líder do campeonato: Tombense. Já o Cruzeiro terá que participar do recém criado Troféu Inconfidência competição disputada entre os times que ficam entre a quinta e a oitava posição na tabela. O campeão será premiado com uma vaga para Copa do Brasil de 2021.
Atuações
Caldense
1 – Alyson – 8,5
2- Filipe Sousa – 7
3 – Jonathan – 4,5 o rei da enrolada, tomou cartão ainda
4 – Lucas Mufalo – 6,5
6 – Rafael Rosa – 06
16 – Verrone – 6
5 – Lucas Silva – 7
17 – Guilherme Martins – s/n
8 – André Mensalão – 8
10 – Nathan – 6
11 – João Victor – 8,5
7 – Arthur – 7,5
22 – Franklin – s/n
9 – João Pedro – 5
23 – Kayke Maciel – 6,5
Cruzeiro
1 – Fábio – 8
2 – Raúl Cáceres – 6,5
14 – Cacá – 6,5
27 – Marllon – 7
22 – Patrick Brey – 6,5
5 – Ariel Cabral – 4
16 – Jadson – 4
28 – Jean – 7
10 – Régis – 8.5
37 – Robertson – s/n
19 – Stênio – 5,5
21 – Welinton – 4
9 – Marcelo Moreno – 7
18 – Thiago – 6
11 – Maurício 5
49- Claudinho – 6
