O Atlético-MG conseguiu uma vitória suada na noite deste sábado (17), por 2 a 1, sobre o Corinthians fora de casa, em jogo válido pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro. Após um primeiro tempo apagado, o técnico Cuca fez alterações na segunda etapa e contou com uma partida inspirada de Hulk, que marcou dois gols e comandou mais uma vitória atleticana. Ao final da partida, o treinador alvinegro fez uma extensa análise do jogo, valorizou o adversário e destacou a dificuldade de vencer o Timão na Neo Química Arena, ainda mais saindo atrás no placar e revelou sobre uma ‘conversa rígida’ no intervalo para conseguir os três pontos.
— Nós tivemos a posse de bola, mas em uma zona que não levava perigo ao adversário e o Corinthians joga com as linhas muito próximas, defende muito bem, eles levaram oito gols no campeonato, era a melhor defesa e agora passa a se igualar com a gente com dez gols sofridos. Então, eles alinham bem, passam a linha e jogam no teu erro. Num desses erros que nós tivemos na saída de bola, de costas, eles dominaram, armaram o contra-ataque e o Mosquito foi muito feliz, fez o corte e marcou um belo gol. Daí o jogo ficou mais à feição do Corinthians, nós não encontrávamos por dentro e nem o jogo pelas laterais, nem as diagonais e a nossa movimentação não era a ideal para quem queria ficar na co-liderança do campeonato. Isso foi posto no meio tempo para os jogadores, lógico, de uma forma um pouco mais rígida, como é normal, que a gente pode mais, mas que teríamos que mudar, além da nossa atitude comportamental, desencaixar o adversário.
Cuca prosseguiu a sua fala contando sobre as suas alterações no segundo tempo, mudando Hulk de posição, substituindo Nathan por Eduardo Sasha, entre outras mudanças que levaram o Atlético-MG a conseguir dois gols e virar a partida.
— Nós pensamos, então, no Hulk pelo lado, com o Sasha por dentro, com o Zaracho fazendo o segundo atacante. Teve um momento que o Zaracho cabeceou, o Cássio pegou, o Sasha entrou bem, o Hulk pela direita passou a ser um desafogo para nós, fazendo jogadas individuais, fazendo um pivô mesmo pelo lado do campo. Depois fomos abrindo mais ainda, o Dylan entrou muito bem, assim como o Calebe, Alan Franco e o Tchê Tchê, deram dinâmica ao jogo, buscamos o empate, perdemos o Jair e não nos acomodamos com o empate, buscamos a vitória e acho que merecemos, da maneira que buscamos até o fim. O adversário perdeu um gol muito claro, mas acho que a vitória foi justa, se a gente analisar friamente os números do jogo, eles vão dizer que a gente mereceu vencer, principalmente pelo que a gente fez no segundo tempo. O Cássio ainda fez grandes defesas no jogo. A gente sai muito feliz, não é fácil vir aqui e vencer, não é fácil virar um jogo em cima do Corinthians e a gente está de parabéns porque deu tudo certo.
Durante a entrevista coletiva dada por Cuca ao final do jogo, o treinador falou sobre a decisão de entrar em campo contra o Corinthians com força máxima mesmo tendo o Boca Juniors pela Copa Libertadores na próxima terça-feira (20).
— A gente viajou de Buenos Aires para cá, descansamos no dia posterior e no dia seguinte eu avalio todos os jogadores junto com a fisiologia, departamento físico e o próprio jogador. Se o jogador está saudável, está com pré-disposição para o jogo, não tem necessidade de tirá-lo porque ele vai cansar e tem que deixar ele em casa descansando. É um campeonato importantíssimo, que tem 50 anos que a gente não ganha, temos que entrar com força máxima. Lógico, poupei alguns jogadores, caso do Savarino, Tchê Tchê, perdemos o Vargas com Covid, já não tínhamos o Nacho e o Keno, são jogadores importantes, o Réver, que é o nosso capitão. Os demais tinham condição de jogo, por isso nós viemos com a força máxima dentro do possível e eu acho que fomos muito felizes nas escolhas e, por isso, vencemos. Não podemos abrir mão de qualquer jogo, é muito difícil o campeonato.
Torcedor tem que comemorar!
Cuca também destacou os bons números do Atlético-MG na temporada, com um grande aproveitamento dentro e fora de casa, além de grande fase em todas as competições que disputa. Segundo o treinador, o torcedor atleticano tem muito a comemorar.
— O Atlético é campeão mineiro, é o primeiro na liderança da Libertadores na fase de classificação, é o co-líder do Campeonato Brasileiro, está classificado na Copa do Brasil. Eu acho que estamos fazendo tudo que a gente pode. Lógico que sempre tem que se melhorar, somos convictos disso, mas a gente tem que estar muito feliz, acho que o jogador do Atlético hoje, a não ser que não queira por alguma razão, tem que comemorar e estar muito feliz. A gente não, não podemos comemorar, ficamos aliviados porque ganhamos um domingo de paz amanhã, mas na segunda-feira já tem concentração e tem o Boca pela frente, se tiver um tropeço tudo muda. Então, temos que dar a sequência a esse momento que vivemos, da melhor forma, a gente não sabe até onde vai e de que forma vai, mas a gente vai deixar tudo dentro do campo, esse é o nosso grande desafio. Estamos montando um grupo com consistência, estamos formando uma base muito sólida de uma equipe, é construção, é alicerce. Se for analisar os números do Atlético, temos 70% de aproveitamento fora de casa, com mais 75% de aproveitamento em casa, são números muito bons. Ficamos sem fazer gol fora de casa pouquíssimas partidas. Se eu não me engano, é a 12ª vitória nossa fora de casa.
Complementando a última resposta, Cuca destacou que o Atlético-MG tem um plano de jogo que consegue manter o alto nível mesmo com alterações no time titular.
— Então é um time que tenta e tem um padrão mesmo com as mudanças que a gente geralmente faz, porque a gente tinha cinco ou seis mudanças em relação ao último jogo e o pessoal, dentro da consistência que estamos formando, cria-se oportunidade. Então, quando se perde o Nacho ou o Réver, se ganha outros valores que aproveitam o jogo, é nisso que a gente se apega, nessa solidez que a equipe tem. A gente sempre fala que ter a melhor defesa é ótimo e o ataque vem funcionando. Então, temos que remar, cada jogo é uma história, hoje foi bonita e terça-feira vai ser uma história dura, vai ter que ser muito trabalhado para ter a conquista, mas a gente está preparado.
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Nathan vai mal e Dylan manda bem
Apesar da vitória, há de se destacar o primeiro tempo do Atlético-MG muito ruim, com poucas chances criadas e com o 1 a 0 no placar a favor do Corinthians. Em destaque negativo no primeiro tempo, Nathan, que recebeu uma oportunidade como titular, teve uma exibição abaixo do esperado. Enquanto isso, Dylan Borrero entrou no segundo tempo e, mais uma vez, foi decisivo, dando uma assistência para o segundo gol de Hulk. Cuca avaliou quem merece mais uma oportunidade em uma próxima ocasião.
— São características diferentes, o Nathan, a gente tem que fazer o adendo que vem de Covid e ele fez treinos muito bons. O Nathan é um jogador técnico, clássico, diferente do Dylan, que é um jogador que usa mais a velocidade, ele vem com a bola dominada e gosta da correria, como foi no gol que ele fez com o América, como foi na arrancada que originou nosso segundo gol de hoje. Então, são jogadores que a gente utiliza conforme imaginamos o jogo, a gente pensou no Dylan para essa segunda parte. Talvez, se ele tivesse entrado jogando, ele não tivesse sido tão útil para nós como ele foi no decorrer da partida.
