Z - Futebol Agência ENM

Culpado? Presidente do Barcelona culpa a La Liga pela saída de Messi

Messi
Alejandro García via Imago Images

Nesta sexta-feira (06), o presidente do Barcelona, Joan Laporta, concedeu uma entrevista para explicar a saída de Lionel Messi. A coletiva aconteceu no auditório 1899 do Camp Nou, o mandatário falou por uma hora e meia e procurou detalhar os motivos do argentino não renovar com o clube.

“Quero deixar claro que Leo queria ficar, e que o clube queria que ele ficasse. É a sua casa.”, disse o presidente do Barça.

Siga o Esporte News Mundo no TwitterInstagram e Facebook

O presidente Laporta está em seu terceiro mandato, sua primeira passagem foi entre 2003 e 2010. Em março deste ano, foi eleito novamente para comandar o clube.

“Infelizmente temos uma instituição com 122 anos de história, que está acima de tudo, de todos os jogadores, inclusive do melhor jogador do mundo, do presidente. Ele nos deu tanta coisa, estaremos agradecidos eternamente. Os motivos pelos quais não pudemos e decidimos (não renovar) foram as razões econômicas muito claras, em que se encontram a entidade.” disse Laporta.

Mais cedo, o dirigente esteve no Centro de Treinamento Joan Gamper para conversar com o elenco principal e explicar a situação. Nos últimos dias, houve várias reuniões entre clube, os representantes do jogador e até o pai esteve nas negociações, Jorge Horacio Messi.

“Não quero gerar falsas expectativas. Há um tempo limite, e o jogador tem outras propostas. Leo colocou todas as facilidades possíveis: jogar dois anos, e o pagaríamos em cinco. Queríamos que o “pós-Messi” começasse em dois anos, mas não foi possível. Temos que conseguir que o Barça, sem Messi, siga dando alegrias aos torcedores.”, disse o presidente.

De acordo com o clube catalão, enfrenta uma grave crise financeira e estrutural que impediram da assinatura de um novo vínculo com o camisa 10, que teve seu contrato encerrado no dia 30 de junho. O Barcelona precisa reduzir a sua folha salarial para não ultrapassar o limite determinado pela La Liga.

“Desgraçadamente, recebemos uma herança nefasta. A folha salarial representa 110% das receitas do clube. Não temos margem salarial. Quando chegamos ao clube, os números apresentados depois da auditoria foram muito piores do que nos haviam dito e do que prevíamos. As perdas são muito elevadas, as dívidas muito elevadas. Não temos margem.”, disse Laporta.

Com a crise, o Barcelona se limitou em baixar quase 50% seus gastos: de 671,4 milhões de euros no início da temporada 2019/20 para 347 milhões (R$ 2,1 bilhões) no fim de 2020/21. Devido a pandemia, o fraco faturamento os números vão ser mais reduzidos, em torno de de 200 milhões de euros (R$ 1,2 bilhão) segundo o jornal “The Guardian”.

“A inscrição de Leo passava por aceitar uma operação que não era interessante para o Barça. Entendemos que não tínhamos que aceitar uma hipoteca dos direitos televisivos do clube durante meio século.”, disse o mandatário.

Na última quinta-feira (05), os culés emitiram um comunicado contra o fundo de investimento CVC Capital Partners, em um acordo anunciado pela La Liga. O fundo investiu 2,667 bilhões de euros na competição, em troca de 11% do negócio. Caso o Barça aceitasse o acordo, receberia 270 milhões de euros no que ajudaria na situação financeira do clube, mas teria um compromisso pelos próximos 50 anos.

Nesta sexta-feira, alguns torcedores foram até o Camp Nou para protestar contra o presidente da La Liga, Javier Tebas. Em tom de irônia, Tebas foi ao Twitter para rebater as falas do presidente do Barcelona e seu papel sobre a saída de Messi.

Detalhes do Fair Play Financeiro:

No futebol brasileiro não existe o fair play financeiro, então, o que seria isso?

Na Europa, os clubes precisam se adequar a algumas regras financeiras para não gastarem mais do que ganham. Esse relatório é apresentado anualmente a Uefa, para prestar contas.

A equação leva em conta qual foi o faturamento do clube na temporada anterior e o orçamento para a que vem a seguir, e ninguém pode gastar mais do que projeta arrecadar.

Alguns clubes com mais poder aquisitivo conseguem “dar um jeito” e driblar o fair play. A entidade é bem rígida nesse quesito.

A determinação tem motivos nobres: dificultar a lavagem de dinheiro e que clubes menores quebrem ao arriscarem fazer altos investimentos.

Mas não é só no âmbito da Uefa que existe o fair play. As ligas nacionais também têm os seus mecanismos de controle, como, por exemplo, definir o quanto um clube pode gastar com salários de jogadores, assim como a La Liga faz.

Antes do início de cada edição do Campeonato Espanhol, a La Liga publica o chamado “limite de custo de plantel esportivo”.

No orçamento do time profissional, entram na conta: jogadores, técnicos, assistentes e preparadores físicos.

“Ele deixa um legado excelente. É o jogador com mais títulos da história do clube. Deixa a marca da melhor etapa da história do clube. Nos deixou muitas alegrias, uma ilusão coletiva, muitas imagens para a história.”, disse Joan Laporta.

Messi é o maior jogador da história do clube e chegou no país espanhol com 13 anos. No ano 2000, fez sua estreia no time profissional e realizou: 778 jogos, marcando 672 gols e dando 227 assistências, em 17 temporadas com a camisa catalã e conquistou 35 troféus: 4 Champions League (2005/06, 2008/09, 2010/11 e 2014/15), 3 Mundiais de Clubes ( 2009, 2011 e 2015), 3 Supercofa da Uefa (2009, 2011 e 2015), 10 Campeonatos Espanhóis (2004/05, 2005/06, 2008/09, 2009/10 e 2010/11, 2012/13, 2014/15, 2015/16, 2017/18 e 2018/19), 7 Copa do Rei (2008/09 e 2011/12, 2014/15, 2015/16, 2016/17, 2017/18 e 2020/21) e 8 Supercopa do Rei (2005, 2006, 2009, 2010, 2011, 2013, 2016 e 2018). Além de vários prêmios individuais, como o mais importante: sendo seis bolas de ouro.

Clique para comentar

Comente esta reportagem

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

As últimas

Para o Topo