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De processo contra Andrés a eleições no Timão; Felipe Ezabella abre o jogo ao ENM

Reprodução Facebook

Advogado, Mestre e Doutor pela Universidade de São Paulo, Felipe Legrazie Ezabella é um nome importante na oposição do Corinthians. Tido por muitos como um jovem inovador, Ezabella foi candidato à presidência do clube em 2017 e nesse ano se junta a chapa de Mário Gobbi para a disputa das eleições no Corinthians.

Autor dos livros “O Direito Desportivo e a Imagem do Atleta” pela editora IOB e “Agente FIFA e o Direito Civil Brasileiro” pela editora Quartier Latin, sócio fundador do IBDD – Instituto Brasileiro de Direito Desportivo, Ezabella foi conselheiro eleito por dois mandatos, membro do CORI entre 2012 e 2015.

As eleições do Timão acontecem no dia 28 de novembro e decide o presidente para o próximo triênio, 2021-2023. Além do substituto do atual presidente Andrés Sanchez, os sócios do Corinthians escolherão oito chapas de conselheiros, cada uma com 25 pessoas, totalizando 200 eleitos.

Além da chapa de Ezabella, encabeçada por Gobbi, Paulo Garcia e Augusto Melo também são candidatos. A situação chamada de “Renovação e Transparência”, liderada por Andrés Sanchez e que está no poder desde o fim de 2007, ainda não definiu quem e se vai ter um candidato próprio. O diretor de futebol Duílio Monteiro Alves é o favorito.

Em entrevista exclusiva ao Esporte News Mundo, Felipe Ezabella respondeu sobre propostas, dívidas da Arena, voto do Fiel-Torcedor, MP 984 e volta do futebol em meio a pandemia.

Ezabella manteve sua posição de não ter promessas ditas “eleitoreiras”, quando questionado sobre a continuação de projetos como o Futsal e o Basquete foi sucinto: “Não sabemos nem quanto custa“.

ENM: Qual a experiência de participar das eleições em 2017? O que você avalia com o ponto mais positivo e o mais negativo daquela campanha?

Muito legal, intenso, gostei bastante. Mais positivo foi conhecer muita gente legal e inspiradora; negativo em campanha eleitoral é sempre a má-fé de adversários e as fake news.”

– Você e Mário Gobbi lançaram uma candidatura única para as eleições, com o ex-presidente encabeçando a chapa. Qual foi o motor para a formação dessa chapa?

Na última eleição as oposições não chegaram num acordo e o voto dos descontentes com a gestão foi fragmentado. Agora nós do Movimento Corinthians Grande abrimos mão da candidatura em busca de uma unicidade,  de uma chapa forte de oposição, com projetos e ideias de uma gestão profissional.”

– Durante a gestão Gobbi, muitos alegam que você foi oposição. O que mudou em relação ao ex-presidente?

“Não fui oposição. Fui eleito pela chapa para o conselho. A confusão talvez seja porque fui eleito para o CORI que é um órgão colaborar e também fiscalizador da gestão.”

– Qual seria seu cargo e sua influência em uma possível vitória de Mário Gobbi à presidência do Corinthians?  A união das duas candidaturas, diferente em 2017, pode vencer a chapa que está no poder no Corinthians desde 2008?

“Depois que o Movimento Corinthians Grande decidiu pelo apoio à candidatura do Dr. Mário Gobbi, meu papel tem sido discutir com ele e os demais os projetos e ideias que desenvolvemos na última eleição, bem como fazer o acompanhamento técnico das atualizações necessárias. Desde o início deixamos bem claro que a única condição para o apoio integral à candidatura era que a gestão tivesse uma linha executiva clara, seguindo os princípios defendidos pelo MCG ao longo dos últimos três anos. Não estou preocupado com qualquer cargo, ajudarei no que, e se, for convocado. E sim, vai ser uma chapa muito forte.

– A Arena Corinthians é pagável?

Sim, claro que é pagável. Mas primeiro é preciso entendê-la. Quando eu digo entendê-la é verificar o seu funcionamento e os contratos em vigor, qual a dívida atual, o valor das parcelas, etc. Fazer uma auditoria, um levantamento, divulgar a todos. Estamos trabalhando num projeto com uma consultoria específica sobre o estádio, durante a campanha vamos divulgar nossas ideias.”

– Qual a posição da chapa sobre o pedido de direito ao voto ao Fiel Torcedor?

A posição oficial é que esse assunto tem que ser “arrancado da gaveta” e ir para o debate. Quem decide isso são os associados do Corinthians em assembleia geral, depois de parecer dos Conselheiros. Sequer é o Presidente/Diretoria. É um assunto que não pode mais ser evitado ou ignorado pelo clube. A proposta é levar o debate, em alto nível, sem pressa, com muito contraditório e com muita participação. Estudar os casos similares no Brasil e no mundo. Depois decidirmos.”

– A chapa manteria o time sub-23 do Corinthians?

Do jeito que está não teria nem como manter…”

– Gobbi prometeu que a chapa seria para retomar recursos ao clube e sanar dívidas. A torcida pode esperar um time competitivo ou será um time para cumprir tabela?

“Um time competitivo o Corinthians sempre terá que ter como objetivo. O que não se pode esperar são grandes contratações. As medidas iniciais serão todas na linha de transparência e verdade, com auditorias e levantamentos específicos de despesas. Divulgar, abrir as contas. E fazer uma comunicação direta e também através de vocês da imprensa e dos demais sites e arrobas que acompanham o dia a dia do clube. Reconquistar aos poucos a credibilidade e ir arrumando a casa, tijolo por tijolo, dia a dia.

– Qual o possível papel das categorias de base do clube em nessa proposta de corte de gastos? 

“Serão essenciais. Mas qualquer trabalho de categoria de base leva tempo, nunca é imediato. Vamos analisar o que já existe e melhorá-lo.

– O que fazer com o prejuízo do clube social? A Chapa manterá as modalidades do clube, como Futsal e Basquete?

“O principal é aumentar a quantidade de associados. Também, junto com a auditoria, cortar o que puder ser cortado de despesas. Com relação às modalidades competitivas, temos que buscar parceiros comerciais para a manutenção delas. Vamos analisar os números e decidir tudo com calma. 

– Qual sua opinião e posição sobre a MP 984, aprovada pelo governo de Bolsonaro com apoio do Flamengo? 

“Sou contrário. Tenho defendido inclusive a inconstitucionalidade. Com relação à regra do mandante transmitir, está comprovado pelos poucos países que seguem esse modelo que a regra diminuiu a competitividade dos torneios, cria uma elite, fazendo com que as competições, a médio e longo prazo, percam interesse. O melhor sistema é o da negociação coletiva. Uma pena que os clubes hoje não têm maturidade e união para isso.”

– Qual sua posição sobre a volta do futebol anunciada pelo governador João Dória, no próximo dia 22 de julho?

Nossa manifestação tem sido de seguir 100% a orientação das autoridades médicas e de saúde pública. Parece-me que voltar os jogos com público, no atual momento, é uma temeridade. Mas a volta gradual, sem torcida e com muitos cuidados, tem sido aprovada por todos.”

– O atual presidente Andrés Sanchez já o acusou de receber dinheiro enquanto era secretário do CORI. Qual sua resposta em relação a isso?

“O Andrés não me deu outra opção senão processá-lo criminalmente por injúria e difamação. O processo está na Vara Criminal do Tatuapé.

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