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Diretoria e Barroca apontam evolução metodológica como precursora da evolução do Avaí

Assessoria/Avaí

Nono colocado no Campeonato Brasileiro da Série A de 2022, o Avaí iguala o seu melhor início de nacional da primeira divisão (2010 e 2015). Com sete pontos em quatro jogos, o time catarinense soma duas vitórias em casa, diante de América/MG e Goiás, um empate (Inter, em Porto Alegre) e apenas uma derrota na competição (Corinthians, em São Paulo). O começo promissor contrasta com o início ruim deste ano, onde o clube chegou a flertar com o rebaixamento no Campeonato Estadual e foi eliminado na segunda fase da Copa do Brasil.

                 

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“O Avaí optou por um trabalho de médio e longo prazo e pagou o preço dessa escolha no começo do ano, no qual o clube vinha de uma transição de gestão e com inúmeros problemas financeiros. Tínhamos jogadores remanescentes, outro com contrato em vias de encerramento e, ao mesmo tempo, precisávamos montar o elenco para a Recopa Catarinense e o Estadual. Tudo isso num cenário ainda de incerteza em virtude da denúncia ao STJD protocolada pelo Sindicato dos Atletas em nome de alguns jogadores que deixaram o clube”, comenta Bruno Comicholi, vice-presidente do Avaí.

Para o dirigente, foi primordial ter um projeto esportivo bem definido e que desse uma nova cara ao jeito no qual o Avaí fazia futebol. “O Avaí geria seu futebol conforme as pessoas que estavam no momento, e não conforme o clube entendesse ser a melhor. Mudamos isso, contratamos pessoas – em especial de cargos de gestão – para moldar os processos conforme a nossa ideia e gerar internamente um modelo de fazer futebol de forma profissional, com projeto, planejamento, objetivos e, principalmente, métricas de avaliação do andamento dos trabalhos”, completa.

Um dos pilares desse projeto foi a criação de um Departamento de Performance e Saúde. A nova estrutura se encarregou de alinhar as ações dos departamentos médico, físico, fisiológico, fisioterapêutico e demais áreas vinculadas. “Entendíamos que a Série A seria um campeonato muito difícil e que uma de nossas vantagens seria ter os jogadores em sua melhor forma possível, ainda mais num torneio onde muitos times que estão na mesma briga que a nossa estariam envolvidos em campeonatos internacionais e teriam uma carga de jogos maior”, explica Bruno.

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Investimento em Tecnologia

O clube investiu na aquisição de equipamentos de GPS, que acompanham diariamente os trabalhos realizados por cada jogador. Foi necessário também o investimento em software que fizessem a leitura, armazenamento e processamento desses dados, de forma a criar um histórico dessas informações. “Dentre as diversas informações que o equipamento nos fornece, algumas são mais sensíveis à performance e à prevenção de lesões, como distâncias percorridas, sprints, aceleração, velocidade máxima. Uma vez que nós temos a condição de quantificar isso de forma diária e longitudinal, conseguimos avaliar individualmente cada atleta em comparação ao grupo, aos companheiros da mesma posição e a ele mesmo. A partir dos resultados dessa análise é possível fazer ajustes aos trabalhos, aumentando ou diminuindo cargas e trabalhando especificamente em lacunas de rendimento do jogador”, explica Pedro Mohr, fisiologista do Avaí. Com o planejamento do treino feito, o fisiologista acompanha o trabalho com um tablet em campo e em tempo real consegue se comunicar com a comissão técnica para os ajustes necessários.

Um outro investimento em tecnologia foi a compra de uma plataforma de força, equipamento necessário e um dos pilares do QPI (Quality Performance Indicator) pretendido pelo clube. A plataforma dá condições de avaliar as fraquezas e as qualidades, as virtudes físicas do jogador, e avaliar sua disponibilidade para treinos e jogos. “A forma como utilizamos aqui é bastante inovadora. Nós não temos aqui a intenção de avaliar apenas a performance do atleta, mas qual a estratégia adotada por esse atleta para que ele atinja a performance. E essa estratégia é a que vai nortear o trabalho de cada um no que se refere à prevenção de lesões e melhora da performance”, explica João Marques, coordenador do Departamento de Performance e Saúde do Avaí.

Dos dados para o campo

Em meio ao início ruim do estadual e a cobrança por resultados imediatos, todo esse trabalho acabou sendo sufocado pelo resultado de campo. O divisor de águas foi o fim do Estadual, com o clube sendo eliminado nas quartas-de-final pelo campeão, o Brusque. O time deu sinais de reação com a chegada do técnico Eduardo Barroca, que a partir daí teve três semanas de treinos visando exclusivamente o início do campeonato nacional.

O clube pode colocar em prática e analisar todo o processo e o trabalho diário da comissão técnica elevou o nível de competitividade interna e exerceu nos atletas uma intensidade até então incomum no clube. “Foram três semanas onde pudemos treinar de verdade, de forma qualitativa, fazer aquisições e levar ao máximo nível de excelência todos os profissionais aqui do clube, não apenas os jogadores. Fomos questionados sobre fazer amistosos nesse período, mas optamos por focar totalmente no trabalho diário”, comenta o técnico Eduardo Barroca.

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