Olimpíadas

Douglas Luiz crê em jogo duro contra a Costa do Marfim e despista sobre possível adversário do Brasil nas quartas: ‘não tem que escolher ou torcer’

Após a vitória convincente sobre a Alemanha, na estreia dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, o Brasil se prepara para enfrentar a Costa do Marfim, domingo, às 5h30 (horário de Brasília). Apesar do favoritismo, o volante Douglas Luiz descartou que o jogo será fácil, destacando a competitividade do adversário.

— Espero um jogo muito difícil. É um jogo chave, em que a gente já define quem vai se classificar, como vai ficar a tabela, como vai se desenhar. É um time que vai ser muito competitivo, do que a gente pôde acompanhar do primeiro jogo deles, deu pra ver que é um time que disputa muito a bola, tem qualidade. Vai ser um jogo difícil, mas a gente está preparado, já demonstrou no nosso primeiro jogo, ganhando da Alemanha por 4 a 2. Estamos bem, confiantes e isso é o mais importante.

Em caso de vitória sobre a Costa do Marfim, o Brasil estará classificado para as quartas de final dos Jogos Olímpicos. Austrália, Egito, Espanha e Argentina, que integram o Grupo C, podem estar no caminho da Seleção Brasileira. Questionado sobre uma possível revanche contra os argentinos, campeões da Copa América diante do Brasil, Douglas Luiz despistou, afirmando que não há motivos para escolher ou secar possíveis adversários.

— Acho que a competição é muito qualificada. A derrota da Argentina para a Austrália foi a que mais me chamou atenção na primeira rodada. Estamos aqui para fazer o nosso, não para observar o que está acontecendo do outro lado ou para escolher adversário, estamos aqui para conseguir o ouro, esse é o maior objetivo. Se a gente quer o ouro, não tem que escolher ou torcer para alguém ganhar ou perder. Nosso objetivo é estar preparado para vencer a seleção que vier.

Titular absoluto com o técnico André Jardine, Douglas Luiz é, ao lado de Richarlison, os únicos que disputaram a Copa América, no mês passado. Por isso, o jogador é uma referência, tanto para a Seleção Olímpica, quanto para os moradores da Nova Holanda, comunidade do Rio onde nasceu e cresceu.

— É muito gratificante estar aqui, me sinto honrado, feliz de saber que um dia tive dificuldades e hoje consegui superar todas elas para estar aqui. Não posso dizer que cheguei no topo, porque almejo muito mais, mas estou num patamar em que me sinto muito honrado. As pessoas da minha comunidade se espelham em mim. São pessoas que têm poucas oportunidades, pouco espaço no mundo do esporte. Então a gente tem que trabalhar em dobro para conseguir — afirmou Douglas Luiz, que completou.

— No passado, tiroteios não deixaram eu treinar e ir para jogos. Passar por tudo aquilo e estar hoje aqui é muito gratificante para mim, para minha família e as pessoas que me acompanharam. Se tornar um atleta olímpico é uma sensação muito boa. Já disputei vários campeonatos, mas vestir a camisa da seleção é algo diferente, prazeroso. Quero mandar um abraço a todo mundo que me acompanha e, se puderem seguir a mesma trilha, sem deixar de correr atrás, é a mensagem que eu deixo — concluiu o volante.

Outras respostas

Diferenças entre a Seleção Principal e Olímpica

— É uma relação um pouco diferente entre a gente aqui e com o Tite. Lá eu jogo em outra função, mais de resguardo do lateral, de cobrir a posição do Neymar. É um pouco diferente. Aqui o Jardine tem muita confiança em mim, no Bruno, tem o chute de fora da área, chegada, assistências, é um pouco mais livre. A gente tem a inteligência de saber quando um estiver acompanhando o ataque o outro fica mais na defesa. Me tornei mais defensivo do que ofensivo, diferente da época em que eu jogava no Vasco. Estou aqui para ajudar a equipe, com minhas características de marcação, e fortalecer o grupo. O bom é que o Bruno é um jogador muito inteligente e a gente está se dando muito bem.

Carreira

— É algo que não tenho nem palavras para descrever o momento que estou vivendo. A gente sabe que pessoas da comunidade têm poucas oportunidades, poucas pessoas acreditam, na TV aparece o lado ruim, mas pouco aparece o lado bom, das pessoas. Eu sirvo de exemplo para o pessoal que luta no dia a dia, merece oportunidade. Tem que acreditar em si mesmo para crescer na vida. Eu ficava vendo a competição, era um garoto apaixonado por futebol, via Olimpíadas, Copa do Mundo, foi algo que eu sempre almejei. Sempre acreditei em mim e uma família que acreditou em mim, isso foi ideal para realizar esse sonho. É continuar trabalhando porque o sonho só começou, fizemos nossa estreia muito bem. O que está por vir, está na nossa cabeça, o nosso desejo é muito maior do que isso.

Clique para comentar

Comente esta reportagem

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

As últimas

Para o Topo