Apesar de enfrentar exaustão e estar contando os dias para sua saída da presidência do Corinthians, Duílio Monteiro Alves nutre o sonho de sair do clube com uma nota positiva. Apesar da ausência de títulos, sua aspiração é deixar um legado administrativo significativo até 31 de dezembro, quando ele passará o bastão para seu sucessor, a ser eleito em 25 de novembro.
Desde a eliminação do Corinthians na Conmebol Sul-Americana para o Fortaleza em 3 de outubro, a diretoria tem debatido maneiras de pelo menos alcançar uma grande realização até o final do ano.
Com poucas opções para conquistas no âmbito esportivo e a janela de transferências fechada, o objetivo principal é reduzir substancialmente a dívida do Corinthians, que atualmente ultrapassa os R$ 900 milhões. Internamente, a estratégia considerada mais viável para alcançar esse objetivo é por meio de parcerias comerciais ou potenciais investidores.
A ideia é iniciar um período de intensa busca por parceiros comerciais dispostos a investir em iniciativas específicas do Corinthians ou a patrocinar o clube com valores superiores aos contratos atuais, que expiram em dezembro. O objetivo é superar os lucros desses contratos.
Apesar das esperanças de algumas pessoas no clube em contribuir para uma realização importante até o final do ano, a diretoria está ciente dos desafios envolvidos e mantém os pés no chão.
Por exemplo, a eliminação na Sul-Americana foi um golpe duro para a diretoria. Embora acreditem que a gestão tenha sido bem conduzida, a falta de sucesso no futebol pode ofuscar outras realizações, o que não ocorreria se o Corinthians tivesse conquistado o torneio continental.
Essas ações de Duílio e sua equipe também o tornarão uma figura mais ativa na disputa eleitoral. Embora seja membro do grupo “Renovação e Transparência”, Duílio manteve-se afastado das atividades políticas durante o ano. Ele chegou até a se distanciar de membros influentes do grupo e se opôs à escolha de André Luiz de Oliveira, conhecido como André Negão, como candidato.
Entretanto, é provável que o atual presidente abrace a causa da ‘R&T’, especialmente após a crítica pública feita ao candidato da oposição, Augusto Mello. Mello foi contrário à contratação de Mano Menezes como técnico há duas semanas, no dia seguinte à demissão de Vanderlei Luxemburgo. Duílio ficou indignado com a atitude de Mello, considerando que o candidato politizou uma decisão crucial para o futebol do Corinthians.