Bahia

Eliminações nas copas, trocas de técnicos e a defesa mais vazada do Brasileirão: a retrospectiva do inconsistente Bahia em 2020

Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia

A temporada de 2020 do Bahia deixou a desejar e frustrou às expectativas da torcida e da otimista diretoria do clube. Fora o título do Campeonato Baiano, conquistado de forma complicada, o time caiu traumaticamente nas competições eliminatórias que disputou, conviveu com um comprometido flerte com a zona de rebaixamento no Brasileirão e inúmeras incertezas com a qualidade do elenco montado e capacidade da diretoria com o futebol, em específico.

O Esporte News Mundo resumiu, detalhadamente, os principais momentos do Tricolor Baiano numa retrospectiva do ano de 2020, analisando o desempenho da equipe em cada competição disputada no ano que transcorreu. O time que se emplacou como o único a ir longe na Sul-Americana não conseguiu ver resultado de seu elenco e treinadores e sucumbiu em suas expectativas criadas.

Campeonato Baiano

No tradicional campeonato estadual do nosso calendário, o Bahia disputou o Campeonato Baiano e inovou. Colocou a equipe de aspirantes para disputar o campeonato e treinar um pouco mais com a equipe principal visando os torneios do primeiro semestre, como Copa do Nordeste, Copa do Brasil e Sul-Americana.

A campanha dos aspirantes foi, honrosamente, boa. Até à parada devido à pandemia, os jovens disputaram sete jogos no Estadual, com um desempenho de 71,4% de aproveitamento, o que corresponde à quatro vitórias e três empates, e líder da primeira fase, com Dado Cavalcanti treinando esta equipe – ele, por sinal, voltaria ao foco meses depois.

Mas com a parada do futebol, a diretoria do clube resolveu mudar os planos visando o planejamento financeiro. Parou com à ideia de colocar os jovens aspirantes para jogar e, quando o campeonato voltasse, já seria com os titulares, numa tentativa de manter à folha de pagamento em dia.

O futebol ficou parado cerca de três meses. O Campeonato Baiano parou no dia 15 de março – o Bahia jogou pela última vez no Estadual no dia 7 de março, no empate zerado com o Doce Mel – e voltou em 23 de julho. Num tiro curto e já com o calendário atropelado por outras competições, a Federação Baiana de Futebol determinou seis datas para o acontecimento do estadual e finalização do mesmo.

Ainda restavam dois jogos da primeira fase para serem concluídos e o Bahia enfrentou o Atlético de Alagoinhas e o Fluminense de Feira de Santana, perdendo o primeiro e vencendo o segundo, respectivamente. Nesses dois jogos, inclusive, já foram com Roger Machado no comando (o técnico da equipe principal) e com os jogadores profissionais do elenco.

Líder da primeira fase com 18 pontos, o Bahia enfrentou o Jacuipense na semifinal e em dois jogos. Venceu o jogo de ida, em Riachão do Jacuípe por 2 a 0, com gols de Alesson e Marco Antônio, e na volta, no Pituaçu, em Salvador, empatou em 2 a 2. Com o resultado agregado de 4 a 2 favorável ao Bahia, avançaram para à grande final, que seria contra o Atlético de Alagoinhas, até então única equipe a derrotar o Tricolor no campeonato.

Os dois jogos da final foram equilibrados e o Atlético-BA demonstrou força de vontade para equilibrar a decisão. Às duas partidas foram realizadas em Salvador, no Estádio de Pituaçu. O primeiro duelo aconteceu no dia 5 de agosto, e as equipes resolveram não sair do zero. No jogo de volta, no dia 8 de agosto, ambas as equipes marcaram, mas continuaram empatadas. Com o 1 a 1 no jogo de volta – Magno Alves marcou para o Atlético-BA e Daniel para o Bahia -, como previa o regulamento, a decisão foi para às penalidades máximas.

Festa do título (Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia)

Emoção não faltou. Cobranças equilibradas e ninguém queria perder nada. Porém, a disputa só acaba quando alguém desperdiça. Dedeco, do Atlético-BA, foi o (in)felizardo desta terrível façanha. Perdeu à oitava cobrança, já nas alternadas, e como o Bahia havia convertido a cobrança que lhe deixava em vantagem no placar, sagrou-se campeão baiano com o placar de 7 a 6 nos pênaltis e levou o 49º troféu da competição. Essa, a única glória coroada com taça do Bahia no ano de 2020.

Copa do Brasil

A charmosa e financeiramente atraente Copa do Brasil estava, com toda certeza, nos planos do Bahia em querer chegar longe na competição eliminatória mais chamativa do país. Contudo, um contratempo fez o clube mudar de planos logo cedo. O contratempo chama-se River do Piauí.

Daniel em disputa de bola com jogador do River-PI (Foto: Victor Costa / River AC)

Como prevê o regulamento da Copa do Brasil, na primeira fase da competição os clubes mais bem ranqueados têm a vantagem do empate nesses jogos já que são partidas únicas. Em sorteio, o Bahia foi colocado a enfrentar o River, clube tradicional do Piauí, em jogo único, no dia 5 de fevereiro, em Teresina.

Favorito, o Bahia foi com força completa para terras piauienses para, de fato, confirmar o favoritismo que lhe era pregoado e avançar para à segunda fase. Contudo, a Copa do Brasil também tem sua fama: a de colecionar zebras.

E logo contra o Bahia à zebra resolveu passear no gramado do Estádio Albertão, em Teresina. Com o empate zerado e a classificação debaixo do braço, o Bahia não conseguiu suportar a pressão do River e, aos 42 minutos do segundo tempo, Jean Natal marcou um lindo gol de falta. Festa em Teresina, melancolia em Salvador. O gol da classificação do River-PI que sacramentava a precoce eliminação do Bahia na Copa do Brasil.

Copa do Nordeste

Existem competições que fazem parte do folclore do futebol. Caracterização com o torcedor. E umas dessas competições é a Copa do Nordeste. Em 2020, o Bahia, forte candidato na região Nordeste, tinha grandes ambições com o torneio regional, o qual já se sagrou campeão em 2001, 2002 e 2017, e queria repetir o feito em 2020.

Diferentemente do Estadual, no qual colocou o time Aspirante para jogar, na Copa do Nordeste o Bahia foi com força máxima para o campo. A equipe ficou no grupo A e, previamente determinado pelo regulamento, teria que enfrentar os times do grupo B, em oito jogos que completariam à primeira fase.

Nesta primeira fase, o Bahia conseguiu um ótimo aproveitamento e terminou em segundo lugar do grupo A, com 17 pontos, após cinco vitórias (contra Imperatriz, CSA, Confiança, América-RN e Náutico), dois empates (contra Santa Cruz e Ceará), e apenas uma derrota sofrida justamente contra o maior rival, Vitória, no dia 8 de fevereiro. Contudo a Copa do Nordeste também teve seu calendário afetado pela pandemia do novo coronavírus. Até à parada do futebol, tiveram sete rodadas completas, entre 21 de janeiro e 15 de março.

Após reunião e decisão dos clubes em conjunto com a Liga do Nordeste, ficara decidida às datas para finalizar a competição e determinaram que a Bahia seria palco único para a realização do restante da competição, com o intuito de evitar viagens e expor os jogadores – e todos que fazem parte dos clubes – ao vírus.

A última rodada da fase inicial da Copa do Nordeste foi realizada no dia 22 de julho, já em solo baiano, e o Bahia encerrou a primeira fase com elástica vitória por 4 a 1 sobre o Náutico.

Nas quartas de final, em jogo único, o Bahia enfrentou o Botafogo-PB e venceu por 3 a 1, em uma partida marcada pela atuação questionável da arbitragem. Nas semifinais, o Bahia eliminou o Confiança numa vitória complicada por 1 a 0, com o gol do triunfo vindo apenas aos 43 minutos do segundo tempo marcado por Daniel. E o Bahia chegava a mais uma final de Copa do Nordeste, e mais uma vez contra o Ceará, reeditando a final de 2015

Foram dois jogos realizados na final e ambos no Estádio de Pituaçu. Resultado? O Ceará não tomou conhecimento do Bahia e aplicou vitórias imponentes e triunfo nos dois jogos da final.

Na primeira partida, no dia 1º de agosto, o Ceará venceu por 3 a 1, com gols de Fernando Sobral, Cléber e Mateus, enquanto que Fernandão descontou para o Bahia. E no jogo da volta, no dia 4 de agosto, o Bahia tentou reverter o resultado, mas esbarrou num Ceará bem postado e que aproveitava das fragilidades do adversário. Vitória por 1 a 0 dos cearenses com gol de Cléber. Frustração do Bahia, mais um vice-campeonato de Copa do Nordeste para o Ceará, e o pior é que nesta perca do título já demonstrava sinais do fim da era Roger Machado…

Ceará campeão da Copa do Nordeste 2020 sobre o Bahia, em Pituaçu (Foto:  Lucas Figueiredo/CBF/Fotos Públicas)

Copa Sul-Americana

Das poucas situações que deixaram o Bahia feliz, uma delas foi a Copa Sul-Americana. A equipe repetiu a campanha de 2018 e chegou até às quartas de final da competição. Contudo, vamos voltar até fevereiro. Na primeira fase, o Bahia, por sorteio, foi designado a enfrentar o Nacional, do Paraguai.

Foi uma chave tranquila para a equipe brasileira que avançou sem sustos. Venceu a equipe paraguaia em Salvador por 3 a 0, com gols de Élber, Gilberto e Gregore, e no jogo da volta, em Assunção, o Bahia voltou a vencer, agora por 3 a 1 – Élber e Gilberto (2x) marcaram para o Bahia e Leonardo Vallagra descontou para os paraguaios -, e se classificou para a segunda fase, onde encararia o Melgar, do Peru.

Se a primeira fase aconteceu em fevereiro, a segunda rolou em outubro. Muito por conta da pandemia. O primeiro jogo do Bahia na segunda fase, contra o Melgar, foi no Peru, em Lima, e nada deu certo naquele jogo. Muitos erros, uma equipe desencontrada e resultado disso: derrota por 1 a 0 para o frágil Melgar.

Tinha jogo e o Bahia tinha que provar que era superior ao adversário. E provou a superioridade técnica. No jogo da volta, no retorno da Arena Fonte Nova que serviu como hospital de campanha no tratamento da Covid-19, o Bahia aplicou uma sonora goleada de 4 a 0 sobre a equipe peruana, com show de Fessin, que marcou duas vezes, e Gilberto e Gregore completaram a goleada. Passaporte carimbado para às oitavas de final e só viria argentino no caminho brasileiro.

Bahia eliminou o Melgar na segunda fase da Sul-Americana (Foto: ERNESTO BENAVIDES/AFP via Getty Images)

Nas oitavas da Sul-Americana, o adversário do Bahia foi o Unión de Santa Fé, equipe argentina, sem figuração em competições internacionais, mas por ser uma equipe hermana, seria perigosa de qualquer forma. E foi! Como deu trabalho o Unión de Santa Fé.

Na partida de ida, em Salvador, o Unión jogou como se estivesse em casa e por muito pouco não fez dois, três gols. Douglas salvou o Bahia neste jogo. E a sorte também. Mas o ditado tão clichê do futebol nunca fez tanto sentido neste jogo como o “quem não faz, leva”. E isso foi, de fato, o que aconteceu. Mesmo com uma atuação sofrível, o Bahia venceu este jogo com gol de Gilberto, de pênalti, na reta final do jogo.

No jogo de volta, já no mês de dezembro, especificamente no dia 1°, o Bahia foi a mais argentina das equipes brasileiras. Utilizou das artimanhas argentinas para perturbar o Unión, argentino, e sair de Santa Fé com um 0 a 0 heróico. Foi o resultado da superação – e da catimba.

Duelo contra o Unión de Santa Fé foi equilibrado (Foto: ARISSON MARINHO/AFP via Getty Images)

Vaga garantida nas quartas de final e o sonho de ir longe na Copa Sul-Americana estava cada vez mais vivo. Porém, deviam ter combinado antes com o Defensa y Justicia. No dia 9 de dezembro, na Arena Fonte Nova, aconteceu o primeiro jogo das quartas de final da competição entre Bahia e Defensa y Justicia. O famigerado dia em que deu quase tudo errado para o Bahia. E muito por conta de um cara chamado Braian Romero.

O jogo de ida das quartas de final da Sul-Americana foi intenso. Beirando uma histeria. Muito por conta da equipe de arbitragem que, confusa, anulou gols, voltou atrás em lances certos, marcou pênaltis duvidosos, outros marcados de forma coerente, pênalti perdido, gols… Vitória do Defensa y Justicia por 3 a 2, com um show de Braian Romero no primeiro tempo, marcando dois gols e ainda dando uma assistência para o gol de Enzo Fernández, enquanto que o Bahia sofreu para marcar dois gols com Gilberto – que ainda perdeu um pênalti – e Matheus Bahia.

O segundo jogo foi tratado como uma epopeia. O roteiro perfeito de uma remontada. E o Bahia estava confiante nesta remontada. Tanto é que fez um primeiro tempo perfeito no jogo da Argentina, no Estádio Norberto Tomaghello. Só faltou sair o gol. Que resolveu, insistentemente e relutantemente, em não sair.

No segundo tempo do jogo de volta, a natural busca pelo ataque/gol se tornou no esfarelamento do Bahia em campo. A começar por Rossi, expulso por fazer gestos obscenos no gramado, deixando o Bahia com 10 jogadores em campo. Seria mais épico para o Bahia caso a classificação viesse com este cenário. Mas a equipe, emocionalmente, sucumbiu e entregou-se ao adversário.

As tentativas suicidas em colocar a equipe com alto teor ofensivo deixou o time vulnerável, e do outro lado tinha um cara chamado Braian Romero, que castigou o Bahia no jogo de ida e estava pronto para castigar novamente. E castigou. Fragilizada, a defesa do Bahia não percebeu os enormes espaços que dava para o adversário – que poderiam ser chamados de latifúndios -, e Walter Bou lançou à bola para Braian Romero que partiu em direção à área e chutou forte para o gol, marcando para os argentinos, 1 a 0 para o Defensa y Justicia.

A saga épica do Bahia sucumbiu nos pés de Braian Romero e na insistência aleatória de consertar os erros do passado, mais precisamente do jogo de ida. Não deu certo. Nada deu certo. E o Bahia foi eliminado na chave em que era favorito. A camisa não pesou, a mística do futebol brasileiro nem sequer deu às caras. O Bahia, sem alma, despertou do sonho sul-americano e estava no meio de um caos que se chamava Campeonato Brasileiro.

Braian Romero, do Defensa y Justicia, autor de três gols no confronto e algoz do Bahia na Sul-Americana (Foto: AGUSTIN MARCARIAN/POOL/AFP via Getty Images)

Campeonato Brasileiro

O Campeonato Brasileiro, para o Bahia, começou já muito tenso. A equipe vinha da traumática derrota para o Ceará, na final da Copa do Nordeste, e do contestado título no Campeonato Baiano, e precisava virar a chave para fazer um bom campeonato nacional. E até começou bem.

Nos primeiros três jogos do campeonato, o Bahia conquistou sete pontos, com duas vitórias, sobre Coritiba e Red Bull Bragantino, e um empate com o São Paulo no Morumbi. Era o Bahia que todos estavam acostumados a ver. Era.

Mas na sétima rodada do Brasileirão, o que parecia ser algo otimista começava a cair por terra. Em Pituaçu, a derrota por 5 a 3 para o Flamengo não passou sem deixar vítimas. Roger Machado demitido do Bahia, e Cláudio Prates como assumiu como técnico interino enquanto a diretoria buscava um melhor nome.

Roger Machado ficou um ano e cinco meses no Tricolor da Boa Terra (Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia)

E Mano Menezes foi o escolhido. Contratado para resolver os problemas defensivos, Mano veio para o Bahia com o discurso de que as coisas iriam acontecer naturalmente e que o Bahia iria engrenar – nunca engrenou – e iria resolver a dor de cabeça do clube, que era o sistema defensivo – nunca chegou a resolver.

Assumiu contra o Atlético-GO e, em casa, perdeu por 1 a 0. Ainda perdeu, seguidamente, para Corinthians e Athletico-PR. O time não dava resultados. Até que começaram a vir os resultados, mesmo que de forma esporádica. Após a derrota para o Furacão, na 12ª rodada, o Bahia emendou uma sequência de sete jogos em que teve desempenhos razoáveis, mas não apresentava constância.

Venceu o Botafogo, Vasco da Gama e o Atlético-MG, até então líder do campeonato. Mas tropeçou contra Sport, Fluminense, Goiás e Santos. Até que veio o momento que Mano Menezes tanto almejava, que era a sequência de resultados positivos. Além dos resultados na Copa Sul-Americana, o Bahia venceu, sequencialmente, Botafogo, Fortaleza e Coritiba. Parecia que o time iria decolar e chegou até a nona colocação do campeonato.

Porém foi fogo de palha. A partir de 20 de novembro, o Bahia não iria mais se encontrar no Campeonato Brasileiro. Perdeu para o RB Bragantino, São Paulo, Ceará, Palmeiras e Flamengo. Nesses jogos, o Bahia marcou apenas quatro gols e sofreu 16 gols. O sistema defensivo se esvaiu e, com isso, Mano Menezes não suportou a pressão, os consecutivos erros defensivos e as derrotas e foi demitido do cargo.

Início do declínio do Bahia foi em Bragança Paulista, derrota por 4 a 0 para o RB Bragantino (Foto: Ari Ferreira/RB Bragantino)

Dado Cavalcanti veio para o seu lugar e ainda não teve tempo para trabalhar. Em sua estreia perdeu para o Internacional, no último jogo do Bahia no ano de 2020, culminando na sexta derrota consecutiva no Brasileirão e a missão de se livrar do rebaixamento se tornou ainda mais complexa.

Num ano onde o Bahia almejava uma campanha tranquila e com expectativas de até chegar a Copa Libertadores, agoniza com a realidade de lutar contra o descenso e o time custa a dar resultados dentro do campo. Ainda dá, restam 11 jogos que são tratados como batalha no CT Evaristo de Macedo e o clube precisa conquistar mais de 50% dos pontos restantes para se livrar do rebaixamento. A esperança segue viva em Salvador.

Artilheiros e Garçons

Nem tudo foi ruim para o Bahia em 2020. A rede balançou muito. Foram 80 gols marcados no ano. E boa parte deles graças a um cara chamado Gilberto. Como já havia feito em 2019, Gilberto colocou a bola debaixo do braço e chamou de minha. Por 17 vezes em 2020.

Gilberto foi artilheiro do Bahia em 2020 (Foto: Wagner Meier/Getty Images)

Artilheiro em todas às competições que disputou com o Bahia. Foram quatro gols na Copa do Nordeste, seis na Copa Sul-Americana e sete no Campeonato Brasileiro. Como o Bahia disputou o Campeonato Baiano, em sua maior parte, com o time de Aspirantes, Gilberto não balançou as redes no Estadual.

Além dos gols, também tem jogadores marcados pelo título de “garçom”. Juninho Capixaba foi o atleta mais assistente do elenco, com nove assistências para gol no ano de 2020.

Comando Técnico

A dança das cadeiras no Brasil foi uma brincadeira de escola, mas que é tratada seriamente no comando técnico das equipes de futebol do país. E no Bahia não foi diferente. Três técnicos assumiram a equipe no ano de 2020 e ficaram marcados por não entregarem resultados.

Cronologicamente, Roger Machado começou o ano como técnico do Bahia, e já vinha de 2019 com um trabalho consolidado e a expectativa de entregar uma equipe melhor no ano de 2020. Até a parada do futebol, o trabalho era regular. Mas o vice-campeonato da Copa do Nordeste, o início ruim no Campeonato Brasileiro e os questionamentos sobre o fraco desempenho da equipe culminaram, no dia 2 de setembro, na demissão de Roger Machado do comando técnico do Bahia. Ele ficou um ano e cinco meses à frente do clube.

Para o seu lugar é contratado Mano Menezes. Técnico experiente e que tinha em seu currículo a fama de conservador e conhecido por “consertar” sistemas defensivos, já que o Bahia vinha sofrendo muitos gols com o técnico anterior. Foram três meses intensos no cargo e Mano Menezes saiu pela porta dos fundos.

Mano Menezes ficou cerca de três meses à frente do Bahia (Foto: ARISSON MARINHO/AFP via Getty Images)

Os números de Mano no Bahia são baixos. Com ele, o Bahia disputou 21 jogos, ganhou sete, perdeu doze e empatou outras duas partidas. Mas fora os resultados, a passagem dele ficou marcada pelo que ele foi contratado para fazer e não conseguiu: consertar o sistema defensivo. Na ‘Era Mano Menezes’, o Bahia sofreu 38 gols – ficando apenas cinco jogos sem ter a defesa vazada -, e, para piorar, ele saiu do comando técnico deixando o Bahia com o “título” de defesa mais vazada do Campeonato Brasileiro.

Emergencialmente, Dado Cavalcanti foi contratado para assumir a equipe até o fim da temporada. Como só teve um jogo à frente da equipe, que foi a derrota para o Internacional por 2 a 1, não teve como ver muita coisa do trabalho de Dado no time, pelo curto espaço de tempo. Mas caberá a Dado Cavalcanti a missão de livrar o Bahia do rebaixamento para à Série B. Missão duríssima.

Bellintani até 2023

Se no campo nada parecia acontecer, nos bastidores acontecia. Continuaria acontecendo. Guilherme Bellintani foi reeleito presidente do Bahia no pleito de 12 de dezembro, com 86% dos votos. Marcado pelas boas ações no campo administrativo, Guilherme terá a missão de reformular o elenco do Bahia e dar uma identidade para esse time, algo tão cobrado pela torcida, e ele terá tempo, já que ficará no cargo até 2023.

Balanço de 2020

Mesmo com o título de campeão baiano, o torcedor do Bahia não teve muitos motivos para comemorar em 2020. Três trocas no comando técnico, três eliminações traumáticas e à incógnita do que esperar do Bahia num futuro próximo. 2020 terminou, mas às marcas deixadas por ele na equipe do Bahia seguem ano novo adentro, e a expectativa, mesmo que mínima e posta em cheque, é de uma equipe que se livre do inferno do descenso e que a reorganização, dentro de campo, aconteça. O Bahia pode mais.

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