Opinião

Epopeia Lewis Hamilton: a materialização do êxito daqueles que lutam e vislumbram pela diversidade

(Photo by Tolga Bozoglu - Pool/Getty Images)

O domingo não foi só de Lewis Hamilton. O heptacampeonato conquistado pelo inglês foi a vitória mais efusiva da diversidade, da esperança e da quebra de paradigmas. O sétimo mundial de pilotos conquistado pelo número um da Mercedes foi a materialização do êxito daqueles que sonham e lutam por igualdade, não só no esporte mais elitista do automobilismo, mas na vida.

                 

Poderíamos colocar aqui incontáveis “e se”. “E se Hamilton não fosse para a Mercedes”, “E se a dominância da equipe não existisse”, “E se…”. Não há como voltar no tempo, trocar o curso das coisas e ver no que daria. A realidade é esta: o único piloto negro da Fórmula 1 escreveu mais uma capítulo na história – nestes momentos não há como fugir do clichê.

A vitória deste domingo, saindo da sexta colocação, com um pneu praticamente no último suspiro e impondo 31s de vantagem sobre o segundo colocado foi “só” mais uma das façanhas de quem acostumou a encantar o mundo. A temporada 2020 ainda nem acabou, mas Hamilton já conseguiu preencher as lacunas de triunfos improváveis que só os melhores conseguem alcançar – quem não se lembra de Silverstone com três pneus?

São sete campeonatos, quase, consecutivos. O caminho não foi, nem de longe, fácil. Afinal, como poderia ser fácil para uma família humilde investir tanto dinheiro na carreira da ainda promessa, Lewis Hamilton? Poderíamos ficar aqui falando cada conquista épica, cada feito, cada ultrapassagem. Mas não é preciso. Todos sabem o tamanho do inglês e os passos dados por ele até chegar aqui.

Mas Hamilton não foi gigante apenas fazendo aquilo que ele sabe de melhor, Lewis foi protagonista ao levantar a voz e gritar por inclusão, gritar por pessoas comuns que ao redor do mundo sofrem e morrem por conta da cor da pele, gritar pelos irmãos. “Esporte e política não se misturam”. Viver é um ato político e o número 44 da Mercedes só prova isso.

Alguns tentam diminuir os feitos, outros contestam alegando que “os carros nos dias de hoje são muito mais fáceis de pilotar”, mas o fato é que ele faz. Nos momentos cruciais, ele ativa o “modo festa” particular e vai. Vai fundo. Ele vai como Lewis Hamilton. Para você que acredita: Hamilton é a estrela da esperança porque no fim, ainda nos levantamos.

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