POR GABRIELLA BRIZOTTI E GIULIANO FORMOSO
Falcão é considerado o maior jogador de futsal de todos os tempos. Durante toda a sua carreira, conviveu com a expectativa de um dia poder repetir nos campos o brilho das quadras. Foi no São Paulo, em 2005, que ele teve sua grande chance. A passagem foi breve, porém vitoriosa: em pouco mais de três meses, conquistou o carinho dos torcedores e dois títulos (o Paulista e a Libertadores, mesmo tendo atuado somente 15 minutos na competição continental). Os torcedores sempre lembram que a relação com o então técnico Emerson Leão não foi das melhores.
Em entrevista exclusiva ao Esporte News Mundo, o ex-zagueiro Alex Bruno, companheiro de Falcão no São Paulo em 2005, comentou sobre a passagem do craque do futsal pelo São Paulo e a relação dele com Leão:
– Com certeza o Falcão chamou muito a atenção da mídia e isso acabou incomodando um pouco o Leão. Nós (jogadores) não conseguimos perceber se havia mesmo alguma perseguição (da comissão técnica) a ele. O que ficou na cabeça tanto dos torcedores quanto dos jogadores foi que o Leão não deu a oportunidade que o Falcão merecia. A estreia dele contra o Ituano foi muito boa, ali ele poderia ter ganhado uma sequência. Todo mundo queria ter visto ele mais tempo em ação pelo São Paulo, a expectativa era muito grande, mas o Leão achava que ele não estava pronto.
PACIÊNCIA
Em conclusão, Alex Bruno ponderou que talvez também tenha faltado paciência ao próprio camisa 12, que deixou o clube após apenas três meses, criando um constrangimento entre os jogadores:
– Sinceramente, acredito que o Falcão precisava mesmo de um pouco mais de tempo e de treino para se adaptar ao futebol de campo. Acabou faltando paciência para os torcedores e para o próprio Falcão, que optou por ir embora. A saída dele acabou criando até um constrangimento entre nós do elenco.
A reportagem do ENM tentou contato com Falcão, mas não obteve retorno até o momento dessa publicação.
A PASSAGEM PELO SÃO PAULO
O craque do futsal chegou ao Morumbi no início de 2005, a pedido do então presidente são-paulino Marcelo Portugal Gouvêa, em projeto conjunto com o departamento de marketing. Ele realizou a pré-temporada com o elenco e fez sua estreia no dia de 20 de janeiro, diante do Ituano, no Campeonato Paulista. Jogou pouco mais de 10 minutos e sua atuação empolgou a todos. Com jogadas de efeito e bons passes, aumentou ainda mais a expectativa ao seu redor.
As coisas começaram a dar errado logo depois. A contratação de Falcão havia sido feita sem o aval do técnico Emerson Leão, que nunca acreditou que o camisa 12 estivesse pronto para atuar no futebol de campo. Após a boa estreia, Leão o cortou de alguns jogos, pensando em preservá-lo da forte repercussão midiática ao seu redor.
No dia 17 de abril, Falcão fez sua única partida como titular. O clube já havia garantido o título paulista com antecedência e Leão o escalou para a partida contra o Mogi Mirim. Ele perdeu duas chances claras de gol e foi substituído no intervalo. No dia seguinte, anunciou o fim de sua passagem no São Paulo e o retorno ao futsal.
Ao longo de três meses, Falcão participou de apenas seis jogos. A maioria entrando apenas nos minutos finais, sem nunca ter tido uma sequência, ou mesmo balançado as redes.
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