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Felipe de Oliveira, novo diretor geral das categorias de base, revela a estrutura e a prospecção de atletas que quer no Inter

Jota Finkler/Internacional

Na última terça-feira (26), o Internacional anunciou o novo diretor geral das categorias de base, Felipe de Oliveira. E, para apresentar as ideias dele para a torcida, o colorado desenvolveu um podcast, em que entrevista o profissional. Esse já é o segundo episódio do “Resenha Colorado” voltado para as categorias de base. O primeiro foi lançado semana passada, com Julinho Camargo, gerente de transição.

Problemas de estrutura

A Morada dos Quero-Queros é a casa das categorias de base do Internacional. Localizado cerca de 27km do Beira-Rio, o CT abriga as mais diversas camadas jovens do clube. Todavia, aquele espaço é alugado pelo colorado e tem uma estrutura, na visão de Felipe de Oliveira, ainda limitadas. Mesmo assim, ele admite que, desde a primeira passagem em 2000, a situação melhorou.

– As coisas melhoraram muito, mas ainda estão longe do que o Inter merece e precisa. Esse clube tem que ser referência e ter estruturas cada vez melhores. Tudo isso para aumentar o desenvolvimento de novos atletas. Passa a ser mais importante do que nunca a formação de novos jogadores em função da situação econômica. O Inter tem profissionais e condições de alcançar resultados, eles só precisam da estrutura adequada para potencializar os jovens – falou Felipe de Oliveira, diretor geral das categorias de base.

A estrutura da Morada dos Quero-Queros ser alugada, também é um problema na visão de Felipe de Oliveira. Com clareza, o novo diretor geral das categorias de base relembrou que o time tem sim problemas estruturais, que dificultam o melhor desenvolvimento dos atletas, e que o Inter precisa se atualizar para seguir revelando bons nomes.

– Nós temos um desafio estrutural sim. Temos duas situações que geram problema estruturais. O primeiro é que a Morada dos Quero-Queros não é nossa. Um clube que não tem situação financeira boa estar investindo em algo assim é complicado. A ideia de um CT seu, como o de Guaíba, que está sendo projetado, potencializa um não investimento. Isso é, se deixarmos de investir em estrutura para esperar o CT, que pode demorar 2, 4 ou 6 anos, perderemos a oportunidade de revelar jogadores que hoje estão no sub-11. Obviamente essa é uma visão dramática, mas não pode ser ignorada. Existe a questão estrutural que precisa ser arrumada em curto prazo, para acompanhar a velocidade que o século XXI exige. Quem tiver dinheiro, e conseguir investir vai nos ultrapassar e se distanciar – decretou Felipe de Oliveira.

Ainda sobre estrutura, Felipe de Oliveira avalia que ela é fator decisivo até mesmo na prospecção de jovens promessas. Para exemplificar, o diretor geral da base usa exemplos, principalmente, de times do centro do país, que conseguem atrair garotos até mesmo pela proximidade geográfica.

– A questão de estrutura serve também para prospecção de atletas. Se vimos alguma promessa no interior de São Paulo, por exemplo, precisamos convencer ele a mudar de estado ao invés de ir para algum time próximo. É preciso passar segurança para ele de que aqui o menino vai conseguir se desenvolver e ter espaço. É importante que se tenha uma direção que defenda a utilização das categorias de base no profissional. E é uma proposta da atual diretoria ter 40% do elenco formado por garotos oriundos do Celeiro de Ases. – Complementou Felipe de Oliveira.

Prospecção de atletas

A questão estrutural pode ajudar na prospecção da base, pelo menos na visão de Felipe de Oliveira. Entretanto, essa não é a única dificuldade atrair jovem ou, até mesmo, os manter no clube. Para o diretor geral da base, o desafio passa também pelo “mundo do futebol”, e pela globalização da observação de garotos por times europeus.

– O mundo do futebol hoje também é uma questão. Como lidar com os agentes e os outros clubes europeus agem em relação ao mercado. Por exemplo, quando comemoramos que um garoto do sub-17 é convocado para a seleção brasileira, por estarmos valorizando ele e nosso trabalho, sabemos que, ao mesmo tempo, é uma ameaça muito grande. Campeonatos sul-americanos sub-17 e sub-20 são lugares onde os agentes e olheiros de clubes europeus vão estar e atacar nossos jogadores. Por isso a estrutura é importante, para servir de incentivo para o jovem permanecer – observou Felipe de Oliveira, ainda reforçando a importância estrutural.

Felipe de Oliveira comenta distância entre os CTs

Como citado anteriormente, a Morada dos Quero-Queros, é bastante distante do estádio Beira-Rio. Antes da renovação do Gigante, as categorias inferiores trabalhavam em campos laterais, bem próximos dos profissionais. Na visão de Felipe de Oliveira, naquela época “a proximidade que a base tinha com o profissional nos campos de treinamentos facilitava a adaptação”. E, atualmente, com essa distância, o diretor geral acredita ser difícil que todos os problemas dos jovens sejam levados aos mandatários. Apesar disso, ele acredita ser o homem ideal para o trabalho.

– A distância que separa Alvorada do Beira-Rio é muito grande. Eu costumo dizer que nosso estádio encurta teu dia. Eu por exemplo, tinha reunião até 13h30, mas daí surgiram várias coisas para fazer e quando vi era 16h15, sendo que 17h precisava estar na Morada dos Quero-Queros. Essa distância e as várias coisas para se fazer no Beira-Rio diminuem as chances de os problemas da base serem escutados. É preciso que se tenha uma articulação e relação muito próxima entre o vice-presidente de futebol e o diretor geral da base para conseguir atalhar o problema. Acredito que esse fato pesou na hora do Conselho de Gestão me escolher – finalizou Felipe de Oliveira, reforçando que possui afinidade com a atual diretoria.

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