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Grenal de farrapos

Foto: Lucas Uebel / Grêmio FBPA

Grêmio e Internacional se preparam para mais um clássico Grenal. Agora, pela segunda vez na história, pela Copa Libertadores. A primeira vez foi ainda no começo desse ano interminável, lá em março, naquele que, par alguns, ficou conhecido como o “Grenal do Fim do Mundo”, já que foi uma das últimas partidas com torcida antes da parada total do esporte por causa da pandeia de Coronavírus. Hoje, seis meses depois, muita coisa mudou, e um dos maiores clássicos do mundo se vê cada vez mais próximo de uma passagem da história do seu estado natal. 

Tanto o time colorado do técnico Coudet, quanto o Grêmio de Portaluppi, chegam “pisando em ovos”, para o clássico. O tricolor vive um período conturbado, uma má-fase. Poderia utilizar a palavra crise, talvez? Sim. Mas, segundo Renato, não existe crise. Se for parar para pensar, o técnico até tem razão. Ganhando uns dois ou três jogos, o Grêmio já alcança o topo da tabela. O problema é que faz umas duas ou três rodadas que faltam uns dois ou três jogos para o tricolor engatar. A verdade é que até mesmo quando foi campeão gaúcho, contra o Caxias, o time do Grêmio não apresenta mais um bom futebol. E o que é visto em campo é o que preocupa. Não são os números, a tabela, ou seja lá o que for. É única e exclusivamente o que o futebol que a equipe apresenta dentro das quatro linhas. 

A sequência de empates assustou. A vitória contra o Bahia, no Campeonato Brasileiro, até maquiou o momento. Mas a sequência confirmou os temores. O Grêmio apenas empatou em casa com o Fortaleza e, na Libertadores, onde também havia a expectativa de virada de chave, de imortalidade, o tricolor fez uma das suas piores partidas desde que Renato Portaluppi assumiu novamente o time em 2016. A preocupação gremista virou protesto em frente a Arena e alterações: o executivo de futebol, Klauss Câmara, foi demitido após a derrota para a Católica. 

Já o colorado vem de uma arrancada que o colocou na liderança do Campeonato Brasileiro. Tem o artilheiro do torneio e é líder em seu grupo na Libertadores. Porém, os últimos resultados deixam o torcedor do Inter apreensivo. As derrotas para o Goiás, lanterna e com um jogador a menos, e para o Fortaleza, acenderam sinal de alerta no Beira-Rio, mostrando que o time de Coudet não consegue manter o equilíbrio. 

Mudanças antes do clássico

Antes do Grenal, o Grêmio recebeu o Palmeiras com leves mudanças na postura e na organização do time. Não funcionou como deveria ou se esperava, mas em comparação ao próprio Grêmio dos últimos tempos, foi uma melhora. O técnico Renato Portaluppi optou por iniciar o jogo com três volantes: Lucas Silva, Matheus Henrique e Darlan. Defensivamente funcionou. O Grêmio foi mais seguro que nos jogos anteriores, mas tornou ainda mais deficiente a criação. Darlan, jogando mais adiantado, teve dificuldades. Lucas Silva controlou bem o jogo, mas a saída de bola, mesmo com seus passes certeiros, continuava lenta e previsível. Robinho foi um dos únicos destaques do Grêmio na primeira etapa, que acabaram sendo 45 minutos para se jogar no lixo. Para ambas as equipes. 

O segundo tempo veio para mostrar duas coisas: o poder do elenco do Palmeiras e a dificuldade do Grêmio de encontrar peças para fazer com que todos os setores funcionem. A saída de Lucas Silva deixou desprotegida a defesa tricolor, o que fica claro com o gol de Raphael Veiga, que entrou livre para marcar. Já Ferreira, que ficou afastado do clube durante negociação de renovação de contrato, deixou o time melhor ofensivamente. Além de deixar Alisson mais livre para jogar,  Ferreirinha agrediu mais a equipe de Luxemburgo. Num momento de bobeira da zaga palmeirense e de boa percepção de Ferreira, a bola acabou indo para o fundo das redes. O resultado, porém, até ficou positivo, visto as deficiências do Grêmio em campo.

Após a partida, Renato novamente falou sobre a falta de entrosamento da equipe, com um grande número de jogadores no departamento médico. Mais uma vez falou que tudo mudará quando estiver com o time completo. Além, claro, de rechaçar qualquer ideia de uma crise no tricolor. Mas o que chamou a atenção também foi a fala em que disse que ele havia proibido qualquer informação de sair de dentro do DM sobre condições dos jogadores. Ou seja, podemos esperar surpresas para o Grenal. 

Agora é esperar para quarta-feira. Um dos clássicos mais aguardados dos últimos tempos, pelo torneio mais importante da América, em um momento incomum, com o Inter podendo engrenar e talvez virar a gangorra e o Grêmio buscando a oportunidade para arrumar a casa e voltar aos bons momentos dos últimos anos. 

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