Há 30 anos, no dia 9 de junho de 1991, São Paulo e RB Bragantino decidiam a final do Campeonato Brasileiro. Após derrotar o Fluminense pelas semifinais, o Braga chegou a sua primeira final pela elite do futebol brasileiro. Comandado por Carlos Alberto Parreira, o Massa Bruta, campeão paulista no ano anterior, coroou seus anos de ouro como vice-campeão brasileiro.
Vice-campeão em 89 e 90, o Tricolor do Morumbi se classificou como líder da primeira fase, disputada por 20 clubes. O Bragantino tinha o mesmo número de pontos do Tricolor, mas ficou atrás pela quantidade de vitórias. Nas semifinais, o São Paulo enfrentou o Atlético Mineiro.
A participação de 1991 no Campeonato Brasileiro foi, sem dúvidas, uma das mais marcantes da história do Massa Bruta. Beto Leão, torcedor fanático do Red Bull Bragantino desde 1964 e mascote do time por quase 40 anos anos, tem a conquista guardada em um lugar especial em sua memória:
“O São Paulo tinha um timaço. O time do Bragantino também era muito bom, muito forte. Foi um jogo parelho. Nós jogamos em São Paulo, perdemos de 1 a 0, com gol do Mário Tilico. Depois, o jogo de volta foi aqui em Bragança. Jogamos de igual para igual.”
“O Bragantino perdeu um gol incrível. Luis Müller entrou na área, deu um chute cruzado e o Zetti fez uma defesa espetacular e a bola sobrou na marca de pênalti para o Sílvio, nosso centroavante na época. Ele veio numa vontade de arrebentar o gol. Furou, caiu sentado. (risos) Quando ele levantou, o Antônio Carlos e o Ricardo Rocha jogaram ele para cima. Perdemos de cabeça erguida, jogamos de igual para igual. O título ficou em boas mãos, o São Paulo era um timaço, mas está na história do Braga.”
UM DUELO EQUILIBRADO
O engenheiro civil Antônio Augusto Silva Souza, o Guto, de 61 anos, guarda boas lembranças do Campeonato Brasileiro de 1991. Guto e sua família marcaram presença nos dois jogos da final. No Morumbi, a família de torcedores do Bragantino precisou assistir ao jogo junto à torcida do São Paulo:
“Nosso grupo era composto de 4 ônibus; só que um dos ônibus, que era o nosso, atrasou um bocado e saímos muito tarde daqui de Bragança. Teve um casal que desistiu de esperar e foi embora para ver o jogo pela TV. Chegamos muito tarde ao Morumbi e o jogo já tinha começado. Quando entramos, não conseguimos chegar até a nossa torcida e ficamos assistindo o jogo em pé junto com os torcedores do Tricolor.”
“O grupo de jogadores do Braga era muito bom, pois quase toda a base de de 1990 foi mantida e o conjunto do time era muito bom. A meu ver os destaques eram o grupo todo. Temos que lembrar que o São Paulo era dirigido pelo saudoso Tele Santana, que dispensa comentários como treinador e tinha um elenco de jogadores ótimos.“
“Mesmo assim os dois jogos foram muito equilibrados. No jogo de volta quase nosso centroavante o Silvio quase marca o gol da vitória e dá o título para o Braga; mas são coisas do futebol e valeu o esforço e dedicação de todos os jogadores, comissão técnica e dos torcedores.”
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FICHA TÉCNICA
Bragantino 0 x 0 São Paulo- Final
Data: 09 de junho de 1991;
Local: estádio Marcelo Estefani, em Bragança Paulista;
Juiz: José Roberto Wright;
Bragantino: Marcelo; Gil Baiano, Júnior, Nei e Biro Biro; Mauro Silva, Ivair (Luiz Müller), Alberto e João Santos (Franklin); Mazinho e Sílvio. Técnico: Carlos Alberto Parreira.
São Paulo: Zetti; Cafú, Zé Teodoro, Ronaldão e Ricardo Rocha; Antônio Carlos, Leonardo, Bernardo e Raí; Macedo e Müller (Flávio). Técnico: Telê Santana.
