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Holanda se inspira em 1988 para buscar o bicampeonato da Eurocopa; relembre a conquista

FOTO: GETTY IMAGES

Seja pelo histórico carrossel holandês do início da década de 70, pelos grandes craques ou até mesmo pela bela camisa laranja, a seleção holandesa arrasta multidões de fãs pelo mundo. Apesar de feitos históricos dentro do futebol, e que até hoje são reconhecidos, os holandeses ainda sonham com uma grande conquista ou pelo menos com a chance de repetir a principal delas: a Eurocopa de 1988. Com uma geração promissora e composta por craques reconhecidos no futebol europeu, a Holanda inicia sua trajetória na atual edição da Euro sonhando em novamente conquistar um título de peso.

No elenco que vai representar o país na Eurocopa, estão nomes como: Matthijs de Ligt, considerado um dos grandes zagueiros da nova geração, Frenkie de Jong, jogador que rapidamente conquistou espaço no elenco do Barcelona, Ryan Gravenberch, uma das grandes revelações recentes do Ajax, além de jogadores mais experientes e reconhecidos como Daley Blind, Georginio Wijnaldum, Memphis Depay e Quincy Promes. Os holandeses ainda perderam a segurança defensiva de Virgil Van Dijk, que teve uma ruptura de ligamento no joelho direito.

Com tanta boas opções em campo, o técnico Frank De Boer, também mais um lendário jogador da história holandesa, tentará repetir o feito de 33 anos atrás. A expectativa pela conquista se faz presente e pode significar a certeza de ter o nome marcado na história. Com a mistura de qualidade dos jovens promissores somada a todo o talento dos mais experientes da equipe, a Holanda espera ter a fórmula perfeita para alcançar o mais alto patamar da Europa novamente.

A Eurocopa de 1988 – o grande título da Holanda

VAN BASTEN E GULLIT, UMA DAS MAIS LENDÁRIAS DUPLAS DA HOLANDA (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Reconhecida pelo grande trabalho na década de 70, a Holanda já entrava como favorita nas principais competições dos anos seguintes, mas nunca conseguia repetir os feitos históricos que Johan Cruyff e companhia realizaram na Copa do Mundo da Alemanha, em 1974. Com a aposentadoria da maioria dos jogadores daquela geração, que ainda contava com Rob Rensenbrink, os holandeses jamais imaginaram que teriam tanto orgulho de seus jogadores em uma competição oficial novamente.

Até que em 1988, também em solo alemão, estava armada a disputa pelo título da Eurocopa. Além da coincidência de a competição acontecer no mesmo país que serviu de palco para verdadeiras aulas de futebol anos antes, no banco de reservas orientando a equipe estava o lendário Rinus Michels, justamente o treinador que comandou o “carrossel holandês” naquele mundial. Até hoje, Michels é reconhecido como o melhor treinador de futebol de todos os tempos e chegou a ganhar essa referência da FIFA e da revista France Football.

A equipe que levou a Holanda à sua inédita e até hoje única Eurocopa, contava com grandes craques daquela época como Rijkaard, van Basten, Gullit e Koeman. A junção perfeita de um time com jogadores de muita qualidade e um dos melhores treinadores de todos os tempos, fez a seleção holandesa mais uma vez brilhar diante dos olhos de milhares de alemães durante os jogos daquela Euro.

Apesar de ter iniciado a disputa com uma derrota (1 a 0 para a União Soviética), a Holanda não perdeu mais e somou quatro vitórias até o título. Ainda na fase de grupos, as vítimas foram Inglaterra (3 a 1, com três gols de van Basten) e Irlanda (1 a 0). Já na fase eliminatória, os holandeses precisaram superar a Alemanha, dona da casa, antes de disputar mais uma final europeia.

A semifinal contra a Alemanha

No dia 21 de junho de 1988, a Holanda entrava em campo na cidade de Hamburgo para disputar, até então, uma das partidas mais importantes de sua história. Do outro lado daquela semifinal estava a seleção alemã, que tinha em sua equipe os craques Lothar Matthaus, Rudi Voller e Jurgen Klinsmann, que viriam a formar a base do time campeão da Copa do Mundo em 1990. Além disso, os alemães eram a grande maioria dos 61.330 espectadores presentes no Volksparkstadion naquela noite.

Para piorar a situação, quem saiu em vantagem foi a Alemanha, que marcou aos dez minutos do segundo tempo em uma cobrança de pênalti perfeita de Matthaus. A medida em que o tempo passava, a apreensão de ver mais uma geração promissora ficar sem título tomava conta dos holandeses. O gol de empate veio apenas aos 29 minutos da segunda etapa, também num pênalti. A cobrança foi do zagueiro Ronald Koeman, que tratou de igualar o placar do jogo.

Quando tudo parecia encaminhado para um empate que levaria o jogo para a prorrogação, surgiu o talento de van Basten, decisivo nos grandes jogos. Após grande passe de Wouters, o craque se atirou na bola antes da chegada do zagueiro e conseguiu vencer o goleiro Eike Immel, era a virada aos 44 minutos do segundo tempo e a vaga assegurada na decisão.

Decisão contra a União Soviética e Holanda melhor da Europa

O GOL MARCADO POR VAN BASTEN (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Quis o destino que, na grande final daquela Eurocopa, a Holanda encarasse justamente a União Soviética, única equipe que a conseguiu superar durante a competição. Dessa vez o palco do jogo foi o estádio Olympiastadion, na capital Munique. O mesmo que recebeu a decisão da Copa do Mundo de 1974 e viu o último show de Johan Cruijff em mundiais, apesar do vice-campeonato na ocasião. Dessa vez, a equipe de Rinus Michels levou a melhor e fez jus a todo o talento da geração anterior.

Sem dar nenhuma chance ao adversário, a Holanda abriu o placar aos 32 do primeiro tempo em mais uma aula de movimentação tática. Com um cruzamento de Erwin Koeman e um toque de cabeça de van Basten, Gullit apareceu livre na área e cabeceou de maneira fulminante para fazer o primeiro gol do jogo. O segundo, e consequentemente o do título, saiu dos pés de van Basten em um dos gols que até hoje é considerado um dos mais bonitos da história da Eurocopa.

Em belo cruzamento de van Aerle pela esquerda, a bola viajou por toda a área da União Soviética e cairia já próxima à linha de fundo, mas van Basten, sem nem deixá-la cair, finalizou com um belo sem pulo e conseguiu encobrir o goleiro soviético, fazendo a bola descair exatamente na parte lateral da rede no lado oposto ao do chute. Apenas aos nove minutos daquele segundo tempo, a conquista holandesa já estava selada.

A atual geração e a ambição da Holanda

TÉCNICO FRANK DE BOER TENTARÁ REPETIR O FEITO DE MICHELS (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Agora, ainda com a viva recordação do título de 1988, os holandeses vão disputar mais uma edição da Eurocopa tentando colocar em campo toda a tradição já construída na história. Dessa maneira, a Holanda entra como ampla favorita a liderar o grupo C da competição, que ainda conta com Áustria, Macedônia do Norte e Ucrânia. Mesmo que os resultados dentro de campo passem por uma grande oscilação, a confiança de uma boa campanha está em alta.

Na recém criada Liga das Nações da UEFA, a Holanda chegou ao vice-campeonato na temporada 2018/19, perdendo a decisão para Portugal por 1 a 0. Pela mesma competição, mas na edição 2020/21, os holandeses sequer passaram da primeira fase. Essa inconsistência da equipe é um dos pontos de correção que têm merecido a atenção do técnico Frank De Boer.

A estreia da Holanda na Eurocopa acontece no próximo dia 13 de junho, diante da Ucrânia, na Johan Cruijff Arena. A bola vai rolar a partir das 16hs (de Brasília). Posteriormente, os holandeses encaram Áustria e Macedônia do Norte, respectivamente. Todos os jogos da Holanda na primeira fase da competição serão no mesmo estádio.

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