Z - Z Não marcar 3

Izabela da Silva relembra final olímpica do lançamento de disco e lamenta: ‘Não consegui achar um disco que encaixasse na minha mão perfeitamente’

Finalista olímpica do lançamento de disco na primeira participação olímpica, Izabela da Silva quase desistiu da carreira no atletismo anos antes de Tóquio. Após uma cirurgia de retirada do apêndice em 2015, a paulista passou por uma fase difícil na carreira e pensou em abandonar o esporte. Entretanto, quando descobriu que a capital do seu país favorito seria sede das Olimpíadas em 2020, se reergueu e decidiu lutar pela vaga em Tóquio. De quebra, conquistou a vaga na final olímpica, que aconteceu no dia de seu aniversário de 26 anos, 2 de agosto. Em entrevista exclusiva ao Esporte News Mundo, Izabela descreveu a sensação de competir no Japão e os planos para o próximo ciclo, mais curto, até Paris.

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Em maio de 2021, a atleta brasileira alcançou a marca de 62,18m, a maior distância de sua carreira, no Sul-americano de atletismo, no Equador, às vésperas da primeira experiência em Olimpíadas. Encantada com o Estádio Olímpico do Japão, Izabela estava determinada a alcançar suas metas na capital japonesa.

-Tóquio foi o máximo, uma experiência muito única. Primeira vez que eu fui para as Olimpíadas consegui ir para a final. Não tive muito tempo para me preparar para essa Olimpíada porque estou voltando de lesão no joelho direito, seis meses, e consegui ir para a Olimpíada, que era meu sonho. Eu treinei muito mesmo para tentar chegar na Olimpíada.

A lesão no joelho direito de Izabela em 2019, indicava que a necessidade de uma cirurgia poderia tirá-la de Tóquio, o país que sempre quis conhecer. Neste momento, a sensação de desespero tomou conta da atleta, que quase desistiu do atletismo.

-Eu me animei muito quando fiquei sabendo que o país sede ia ser o Japão. Eu tive que dar um jeito de me animar novamente. Foi difícil, mas eu consegui, porque eu não podia perder essa oportunidade. Eu não sabia quando eu ia para Tóquio de novo, para o Japão, para poder conhecer a cultura. A gente sempre via pela internet as coisas que acontecem lá, os animes. Então eu falei, eu preciso ir, preciso comer a comida, preciso conhecer as pessoas realmente como elas são, o país em si.

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A trajetória de Izabela no esporte começou bem antes do lançamento de disco. A atleta jogou futsal até os 11 anos, quando foi para o atletismo. Era destaque no arremesso de peso até ser descoberta por um de seus professores que a mandou para a capital de São Paulo. Lá, iniciou os treinamentos com o treinador João Paulo Alves da Cunha e com a Mônica Gregório. Em 2014, venceu o Mundial de Juvenis de Atletismo sub-20, em Oregon, com a marca de 58,03 m. Estabeleceu o novo recorde brasileiro e a melhor marca no Ranking da IAAF (Associação Internacional de Federações de Atletismo) da categoria naquele ano. Com a prata, ficou a vencedora da medalha de ouro em Tóquio Valerie Allman.

-Eu fiquei em primeiro lugar e ainda competi com as mesmas meninas que competi no Mundial, competi com a mesma que ganhou as Olimpíadas, a Valerie. Foi muito legal, uma experiência bacana de ver como ela conseguiu crescer muito.

A prata de Vallerie Allman no Mundial sub-20 veio com o lançamento de 56,75m. Sete anos depois, em Tóquio, a estadunidense alcançou quase 69 metros e fechou a prova com 68,98m na primeira posição. A brasileira terminou sua participação na 11a colocação com 60,39m de lançamento.

A paulista descreveu a experiência de competir com as atletas que viu evoluir durante todos esses anos e contou que se sentiu muito calma e não estava tão competitiva. A pista estava molhada e o pé ensopado na hora da final e isso impactou na parte emocional da atleta. Infelizmente, Izabela não conseguiu colocar o disco que se sentia mais confortável no campeonato e não achou nenhum que encaixasse perfeitamente na mão dela no dia da final.

-Eu fiquei um pouco chateada. Testei vários na mão e não achei nenhum. E quando eu não acho nenhum, eu não consigo ter confiança para poder puxar então eu faço só na força depois disso. Ai fiquei pensando que se eu tivesse colocado o meu disco talvez eu teria sido um pouco melhor. Mas só de ter ido para a final já foi muito bom, mas da próxima eu não vou dar essa mancada não, vou colocar o meu disco e vou arrebentar.

O próximo compromisso de Izabela é no Mundial de 2022 que será realizado em Oregon, onde ganhou seu primeiro. Mesmo com cirurgia para fazer no joelho direito, a atleta prometeu se preparar melhor do que se preparou para os Jogos Olímpicos, garantiu que vai tentar superar sua melhor marca e vai em busca de medalha.

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