Uma bomba caiu no colo da diretoria do Flamengo, na manhã desta quinta-feira (05). Jorge Jesus deixou claro o desejo de voltar ao clube onde fez história em 2019-2020. O treinador português assistiu ao empate por 2 a 2 contra o Talleres, pela Libertadores, e revelou ao jornalista Renato Maurício Prado, do UOL, o desejo de retornar para comandar a equipe.
– Quero voltar, sim. Mas não depende só de mim. Posso esperar até pelo menos o dia 20. Depois disso, tenho que decidir minha vida – afirmou o treinador ao jornalista.
+ Após empate, Gabigol faz autocrítica: “nosso time pode controlar mais o jogo e não ser controlado”
Jorge Jesus está no Brasil a passeio. O português visitou a Sapucaí e acompanhou o desfile das campeãs. O treinador também assistiu a partida entre Botafogo e Juventude, no Nilton Santos, e chegou a se encontrar com Gabigol em um restaurante no Rio de Janeiro. Em entrevista ao jornalista Renato Maurício Prado, o Mister falou sobre os sentimentos com o clube rubro-negro e que poderia até conseguir uma hegemonia.
– Esse time ainda mexe comigo. Me incomoda vê-lo em dificuldades. Tenho certeza de que se eu tivesse continuado teríamos conseguido uma longa hegemonia por aqui. Estávamos bem à frente dos demais – declarou JJ.
Jorge Jesus também respondeu sobre o motivo de sua saída para o Benfica. Pouco mais de um mês após renovar com o Flamengo, o treinador aceitou uma proposta para voltar ao clube português. JJ explicou o motivo da decisão.
– A pandemia me afetou demais. Foi algo absolutamente inesperado e devastador. Fiquei completamente só. Um funcionário deixava a comida na soleira da porta do meu apartamento e saía correndo. Parecia que eu estava vivendo num leprosário. Era muito difícil. Por isso, quando surgiu o convite do presidente do Benfica, um velho amigo, aquela me pareceu a melhor opção. Inclusive para voltar a viver perto da minha família – disse o treinador.
Pode apostar no Brasileirão na bet365 apostas, uma das melhores casas de apostas do mundo
O Mister também deu sua versão sobre os acontecimentos de dezembro do ano passado, em Portugal. Segundo Jorge Jesus, os dirigentes Marcos Braz e Bruno Spindel não fizeram uma proposta oficial para que o treinador voltasse ao Flamengo. O técnico português teria pedido para que a dupla de cartolas rubro-negros fossem em janeiro, porém, ao invés disso, criaram uma “balbúrdia desnecessária”.
– A conversa foi superficial e em momento algum me fizeram um convite ou, ao menos, me perguntaram se eu queria voltar. E aquele era um momento difícil, pois se eu pedisse demissão do Benfica, teria que pagar uma multa de 10 milhões de euros. Por isso, tinha sugerido que só viajassem para Portugal em final de janeiro, quando a situação seria mais fácil para negociar. Mas quiseram ir em dezembro e a sensação que tenho é que, quando me visitaram, já tinham tomado a decisão de contratar o Paulo Sousa. Foram apenas cumprir uma obrigação social comigo – disse Jorge Jesus.
– Braz e Spindel não me convidaram para voltar em dezembro. Foram ver um jogo do Benfica no camarote do Porto, deram várias entrevistas, criaram uma balbúrdia desnecessária. Se me quisessem mesmo, teriam ido em janeiro, como sugeri, e poderíamos ter nos acertado – concluiu o treinador.
Jorge Jesus segue livre no mercado. O técnico está em negociações com o Fenerbache, da Turquia, mas ainda não definição para o acordo. Como ele mesmo já falou, deve bater o martelo após o dia 20. Enquanto isso, o Flamengo continua seu próprio caminho com o compatriota Paulo Sousa. O Rubro-Negro se prepara para o clássico de domingo, contra o Botafogo, no Mané Garrincha, em Brasília.
