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Laboratório brasileiro de dopagem aposta no aumento de testes até 2023 para auxiliar evolução tecnológica

Amostras de exame antidoping FOTO: Reprodução/Site LBCD

O Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD) aposta no aumento do número de testes para auxiliar a evolução tecnológica do órgão, o que é uma das exigências da Agência Mundial Antidopagem (Wada) para manter a acreditação das autoridades de teste pelo mundo.

Até 2023, o LBCD prevê ultrapassar 16 mil amostras, que vai ser importante para progredir o próprio aparato tecnológico, segundo análise do laboratório. Para efeito de comparação, o laboratório brasileiro, único acreditado pela Wada no país, realizou 10600 análises. Isto é, prevê um aumento de mais de 50% no período.

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O LBCD também mantém contato com o governo federal para garantir meios de manter a evolução tecnológica.

Em 2020, porém, a pandemia de Covid-19 paralisou as competições esportivas e, consequentemente, o número de testes realizados pelas entidades que comandam o esporte no Brasil. Os números deste ano vão depender da retomada das disputas esportivas após a pandemia.

Outro critério para manter um laboratório acreditado pela Wada é um número mínimo de testes. No entanto, um possível descredenciamento do LCBD não preocupa o diretor do órgão de testes Henrique Marcelo Gualberto Pereira, porque a Wada flexibilizou as regras devido à pandemia do novo coronavírus.

– A Covid-19 representa um grande desafio em todas as áreas. Obviamente, o controle de dopagem não é exceção. Devido à pandemia, a Wada flexibilizou a exigência de um número mínimo de amostras por ano para a manutenção da acreditação. Desta forma, não há risco de sanções aos laboratórios acreditados pela Wada em relação ao número de amostras recebidas em 2020 – disse Gualberto Pereira.

O LBCD tem 30 anos e foi reformulado para as Olimpíadas Rio-2016. Na época, os custos foram de R$ 188 milhões. Antes do laboratório brasileiro, o Brasil não tinha laboratório capacitado para realização de testes antidoping. A CBF, por exemplo, já teve parceria com a Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA).

Confira abaixo um bate-papo com o Dr. Henrique Marcelo Gualberto Pereira, diretor do LBCD.

Esporte News Mundo: Com a pandemia, houve a paralisação do esporte brasileiro e, com isso, caíram os números de exames de doping realizados pelo LBCD. Como estão as atividades do Laboratório neste período?

DR. Henrique Gualberto Pereira: O LBCD continua firme na missão de contribuir com o amadurecimento do Sistema Antidopagem Brasileiro. O LBCD está em constante contato com as diferentes Autoridades de Teste parceiras do laboratório.

ENM: Quantos exames foram realizados pelo Laboratório este ano? E no período de isolamento social? Qual a previsão total de exames para este ano? E quantos foram em 2019?

DR. Henrique Gualberto Pereira: Em 2019, o LBCD recebeu 10.600 amostras para análise. O número total de 2020 vai depender dos planos de coleta de cada Autoridade de Teste, após o devido controle da pandemia.

ENM: Como o Laboratório tem conseguido se manter? A falta de exames neste período de mais de três meses pode inviabilizar algum tipo de atividade do LBCD?

DR. Henrique Gualberto Pereira: Nenhuma atividade do LBCD está inviabilizada. Após o controle da pandemia, o LBCD continuará sendo um dos laboratório acreditados pela Wada com o escopo analítico mais amplo. O importante neste momento é dar ênfase na segurança dos atletas e dos profissionais que atuam no Sistema Antidopagem Brasileiro.

ENM: O LBCD/UFRJ chegou a pedir algum tipo de ajuda financeira ao governo federal para ajudar na manutenção do único Laboratório brasileiro credenciado junto à Wada?

DR. Henrique Gualberto Pereira: O LBCD mantém constante comunicação com o Governo Federal buscando permanentemente meios para sua evolução técnica. O desafio é enorme, tendo em vista que hoje apenas 26 laboratórios, espalhados por 23 países diferentes, detém a acreditação da Wada. A grande maioria dos laboratórios está localizado em países com economias mais estabilizadas do que o Brasil. Tal fato ajuda na manutenção das suas respectivas operações. Entretanto, o LBCD tem como meta alcançar um número superior a 16.000 amostras até 2023, o que auxiliará muito na evolução técnica do laboratório.

ENM: Há algum risco de descredenciamento do LBCD junto à Wada, seja por não se adequar às normas exigidas de aperfeiçoamento tecnológicos do órgão internacional ou por número de testes mínimo?

DR. Henrique Gualberto Pereira: A Covid-19 representa um grande desafio em todas as áreas. Obviamente, o controle de dopagem não é exceção. Devido à pandemia, a Wada flexibilizou a exigência de um número mínimo de amostras por ano para a manutenção da acreditação. Dessa forma, não há risco de sanções aos laboratórios acreditados pela Wada em relação ao número de amostras recebidas em 2020. Obviamente, cada laboratório será impactado pela nova realidade que se imporá no pós-pandemia. Tenho confiança de que não apenas o LBCD, mas todos Sistema Antidopagem Brasileiro, continuará firme na luta por um esporte eticamente responsável e que preserve a saúde os atletas.

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