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O legado que Tiago Nunes deixa para o Corinthians dentro de campo

Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

Contratado para mudar a filosofia do Corinthians, como confirmou em entrevista coletiva, Tiago Nunes foi desligado do clube na última sexta-feira (11). Seu sucessor, inicialmente, será Dyego Coelho, que já comanda a equipe contra o Fluminense, no domingo (13) Desde janeiro à frente do Timão, o agora ex-treinador alvinegro passou por períodos de oscilação e não resistiu à pressão dos últimos resultados.

                 

É fato que o Corinthians de Tiago Nunes praticava um futebol diferente dos últimos anos. A “cultura defensiva” no clube, que perdurava desde Mano Menezes e Tite até as passagens de Fábio Carille, era alvo de transformação, a pedido do presidente Andrés Sanchez. Ainda assim, o técnico vice-campeão Paulista teve empecilhos em sua trajetória.

Novas ideias

Logo quando chegou, Tiago Nunes tinha em mente uma transformação do Corinthians. Dispensou jogadores importantes – e ídolos do clube – como Ralf, Jadson e Vágner Love, além de implantar novas “regras internas”. Cássio, em uma ocasião, disse em entrevista coletiva que essas normas não deixaram os jogadores insatisfeitos e defendeu Tiago Nunes. Treinos de alta intensidade também foram novidades para o elenco.

A ideia de propor o jogo da maneira que Tiago Nunes queria também demorou a ser assimilada. Gabriel já comentou, também em entrevista coletiva, que o período de quarentena, na paralisação do futebol, foi importante para isso. Reuniões online e trocas de aprendizado aconteceram para que, na volta, o estilo da equipe estivesse melhor definido. Em entrevista para a TV Corinthians, Fagner identificou o trabalho do técnico como “um ano de transição”. O lateral também comentou sobre o estilo propositivo, que, segundo ele, se diferenciava de como o time estava jogando, “esperando mais o adversário”.

Enquanto comandava o Corinthians, o próprio treinador comentou sobre um “prazo” de 30 jogos para que esse novo futebol passasse a ser apresentado de forma mais coesa. Tiago foi demitido com 28 partidas e uma sequência no Campeonato Brasileiro que não trouxe resultado nem performance.

Dentro de campo

O Corinthians de Tiago Nunes jogava em um 4-2-3-1, sem fugir do que jogadores e torcida já conhecia. Além da grande rotação no time titular, seja por queda de desempenho de determinados jogadores ou transferências, que atingiram diversas etapas do trabalho. Saídas de Pedro Henrique, Pedrinho e Carlos Augusto impactaram diferentes tipos de ideias que o treinador poderia ter.

No campo, entretanto, o hoje ex-comandante do Timão tinha pontos muito criticados, principalmente as substituições. Seja pela demora ou a falta delas, ou mesmo as mexidas nos times que começavam os jogos. A “insistência” em jogadores como Danilo Avelar e Ramiro também irritavam a torcida.Entretanto, o treinador começava a mostrar variações táticas na equipe. Havia um padrão de jogo, por mais que não agradasse, mas já com algumas saídas caso não desse resultado.

Contra o Fortaleza, nos últimos minutos buscando o gol da vitória, Tiago tentou um “diamante” (4-1-2-1-2), com Mateus Vital e Gustavo Silva à frente do volante e atrás de Luan, além de Jô e Boselli no ataque. Diante do São Paulo, usou Ramiro como volante por alguns minutos e rendeu bons resultados na dinâmica e velocidade do time. Na partida contra o Botafogo, testou um 4-1-4-1, com Otero, Mateus Vital, Ramiro e Léo Natel à frente de Camacho, como primeiro volante. Outra variação que dava opções associativas e de passes curtos, principalmente com Otero e Vital.

Os problemas…

Tiago Nunes também deixa problemas no Corinthians para seu sucessor. Dyego Coelho, que será o técnico da equipe interinamente, já comandou seu primeiro treino e fez mudanças. Trabalhos mais curtos que o usual, com mais foco em bola parada, foi a primeira delas. Coelho também pega um time lento, que se movimenta mal e tem conseguido criar poucos espaços para atacar.

Além dos pontos negativos no ataque, como a pouca intensidade e verticalidade, que deixa o adversário confortável, a defesa também era alvo de críticas ao antigo treinador. Coletiva e individualmente o Corinthians pecava na hora de defender. Seja pela transição defensiva fraca, que deixava espaços nas costas dos laterais, e a desatenção posicional da última linha, que gerava erros individuais – que, inclusive, custaram gols. O novo comandante do Corinthians terá bastante coisa a corrigir.

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