Uma das figuras mais emblemáticas do último ciclo vitorioso do Grêmio é o volante Maicon. O atleta é sem dúvida uma referência dentro do clube, tanto que divide a braçadeira de capitão com outro ídolo da torcida, o zagueiro Pedro Geromel. Contudo, o jogador de 35 anos já enxerga no horizonte a sua aposentadoria, o que o faz traçar planos e projetos para o futuro.
Em entrevista ao site GE, Maicon abordou diversos assuntos, desde seus problemas físicos, mudança de trabalho de Renato Portaluppi para Tiago Nunes e o desejo de no futuro comandar o tricolor. O jogador é totalmente identificado com o clube, tanto que está terminando a construção de uma casa na região metropolitana de Porto Alegre, para ter a opção de ficar no Rio Grande do Sul de vez.
– Se eu tiver oportunidade de ficar no clube no final da minha carreira, vai ser uma honra para mim. Eu vou me preparar para que no futuro eu seja um treinador de ponta e possa conquistar títulos no Grêmio -disse.
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Maicon revelou estar livre dos seus problemas do joelho. Contudo, revelou dificuldade na parte física por questão de já estar em fase final de carreira. O atleta busca alternativas para prolongar sua carreira em alto nível, tema de conversa constante com a preparação física e comissão técnica do clube.
– Graças a Deus em termos de joelho eu já não tenho mais esse problema. A minha questão é mais na parte física, a cada dia venho conversando com a preparação física, para tentar fazer trabalhos que vão me preparar para jogar. No outro jogo que ganhamos de 8 a 0 consegui jogar o jogo inteiro, mas depois, uns três ou quatro dias para frente, foi complicado, porque é desgastante, eu sinto mais que os outros. Aí no outro jogo fica fora, entra durante o jogo, e assim vai ajustando para sempre que eu puder jogar, jogar os 90 minutos em alto nível – revelou.
– Às vezes tem uma coisinha ou outra que fico um, dois, três meses tranquilo, daqui a pouco vem uma coisa que me atrapalha, aí tem que segurar. Como temos jogadores jovens, às vezes conversamos e falo: “ó, já faz logo dois gols para eu poder entrar tranquilo” (risos). Já pego a galera cansada e consigo jogar 30, 40 minutos de igual para igual com eles. Então sempre brinco: “faz o serviço aí, me ajuda, para quando eu entrar, estar tranquilo”. Algumas coisas às vezes atrapalham, mas a minha vontade de estar em campo, de querer ajudar, me motiva muito e me faz ter prazer de às vezes no turno inverso ir ao clube fazer alguma coisa de pelo menos não estar distante dos mais jovens – completou.
A meta a curto prazo do jogador é de jogar até 2022, quando terá 37 anos. Maicon revelou o desejo de encerrar a carreira no Grêmio, contudo, tem contrato vigente até dezembro de 2021. O atleta demonstra preocupação em não estar no clube pelo seu histórico e idolatria, mas sim para ser uma opção real para jogo. Caso a renovação seja concretizada e Maicon continue no tricolor, já tem um objetivo inicial: ser auxiliar permanente. A escolha se deve tanto para ganhar mais experiência no futuro cargo de treinador, quanto para fazer o auxílio de ascensão dos atletas oriundos da base.
– Tive algumas conversas com o presidente, mas sabemos que o presidente tem um tempo no clube, não fica para sempre. Mas vou fazer os cursos, estou me preparando para fazer o curso de treinador, mas de início quero ganhar mais experiência, acompanhar mais. Se eu ficar no Grêmio, gostaria de ser um auxiliar permanente, para poder ter esse elo da categoria de base. Porque os jogadores que estão subindo agora têm me acompanhado bastante. Sou um jogador que está muito recente na memória deles, que viram as minhas conquistas, entenderam como sou no campo, para muitos sou referência. Querem tirar foto comigo, com Rafinha, Kannemann, porque sabem que somos referência. – afirmou.
Maicon chegou ao Grêmio em 2015 e fez parte de toda reestruturação no futebol gremista. Foi peça fundamental na mudança de estilo de jogo, visando mais posse de bola e controle. Com a camisa tricolor, o atleta conquistou oito títulos, entre eles a Copa do Brasil e a Libertadores.
