Um dos principais jogadores do Cruzeiro, o zagueiro e capitão Manoel vive uma indefinição sobre seu futuro. Com um excelente desempenho durante a Série B de 2020, o jogador ficou valorizado no mercado, inclusive para os clubes que irão disputar a Série A deste ano. O atleta tem contrato com a Raposa até junho de 2021.
Porém, em entrevista ao canal do Samuel Venâncio, da rádio Itatiaia, Manoel sinalizou que tem vontade de permanecer para ajudar o Cruzeiro. O salário do jogador é acima da realidade do clube, mas o zagueiro não desconsiderou conversas de renovação mesmo com uma readequação salarial.
— Não tivemos ainda nenhum tipo de conversa com o presidente, a gente está tranquilo. Tenho contrato até o meio do ano com o clube, vou fazer de tudo para ajudar o clube a voltar à Série A. Mas quando voltar de folga, a gente vai conversar, ver o que o presidente pensa também, para entrarmos em um acordo e definir tudo. Eu estou me sentindo muito feliz aqui no Cruzeiro, sempre falei isso, então eu faço de tudo para poder ajudar o Cruzeiro. Depois dessa conversa a gente vai ver como vai ficar — disse o capitão celeste.
O zagueiro também falou sobre a última temporada que, apesar de ter tido bom desempenho, não conseguiu, junto com os demais jogadores, subir o Cruzeiro de divisão. Porém, Manoel também valorizou os atletas jovens que assumiram a responsabilidade de atuar mesmo com todas as dificuldades do clube.
— Foi uma temporada difícil, muito triste para os torcedores, jogadores, funcionários do clube. No começo, todo mundo achava que ia ser muito fácil, pensando que só com o peso da camisa iria subir, mas no futebol não é assim. Futebol precisa de planejamento e eu acredito que sofremos muito com isso e que vai servir de aprendizado agora. Nesta próxima temporada a gente tem que entrar já sabendo da dificuldade que é a Série B, porque já passamos por isso. Então, acredito que vamos estar mais preparados para a próxima Série B do que a que já passou. Nesse ano que passou não houve planejamento, acabou mudando de treinador, chegando jogadores no meio do campeonato, mas conseguimos montar uma base. O torcedor fica chateado, mas conseguimos revelar jogadores da base também, que entraram numa Série B com dificuldade igual todo mundo sabe. Como o Pereira, que conseguiu ir muito bem. Então, a gente fica feliz e esperamos entrar mais fortes e concentrados na próxima Série B para cumprir o objetivo que é subir — pondera o zagueiro.
Além dos problemas de planejamento, um dos principais fatores para o Cruzeiro não desempenhar um bom futebol e conseguir alcançar o G-4 foram os problemas extracampo. Manoel revelou que a maior chateação dos jogadores foi com o pagamento dos funcionários e disse ainda que alguns recebem “muito pouco”.
— É difícil. A gente fica vendo os funcionários aqui sempre chegam para conversar, perguntar quando que vai sair (o salário), ficamos triste por isso. São funcionários que ganham muito pouco. Mas em nenhum momento eu pensei em prejudicar o Cruzeiro, levá-lo na Justiça. Quando eu cheguei aqui eu tive uma conversa com o Deivid e o presidente e me falaram qual era a situação do clube e eu disse ‘tudo bem’. Falei com o Neco (empresário) que eu quero ficar para ajudar o clube a voltar para a Série A — conta o jogador.
Manoel teve bons números na Série B, sendo o segundo maior artilheiro do Cruzeiro na competição com cinco gols, deu duas assistências, o segundo jogador com mais finalizações do time (com média de uma por jogo) e foi o atleta com mais passes certos (média de 45,1 por partida) da Raposa na Segunda Divisão
Além disso, Manoel foi o jogador que mais fez cortes na defesa do Cruzeiro durante a Série B (média de 3,4 por partida).
