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Marcão, do Fluminense, destaca luta contra o racismo e cita Lewis Hamilton como referência: ‘Engajado’

Fotos: Fluminense e Getty Images

O técnico do Fluminense, Marcão, está entre os 10% dos treinadores negros do Campeonato Brasileiro. No Dia da Consciência Negra, que é celebrado no dia 20 de novembro, o comandante do Fluminense agradece às oportunidades que o Tricolor lhe proporcionou e salienta que descolar o futebol da sociedade é fechar os olhos para uma realidade dura.

                 

– Não era para ser assim. Hoje na Série A estamos eu e Jair (Ventura, técnico do Juventude). Mas a gente sabe que há muitos outros muito capacitados que poderiam estar sentados nestas mesmas cadeiras que nós. Mas a gente sempre fala que é um reflexo da nossa sociedade. No país do futebol, onde a maior parte é negra, a gente ainda tem que a todo momento reforçar e viver isso. No futebol, por ser uma paixão, o esporte mais praticado no país, acaba refletindo o que acontece na sociedade. Mas a gente continua lutando. Para mim eu acho que fica mais fácil, pois estamos falando de Fluminense, um clube onde fui praticamente criado, moldado. Desde a época que cheguei como jogador fui muito bem recebido e hoje como treinador eu sento em uma cadeira muito importante, de um clube gigantesco. E acabo sendo exemplo em todas as lutas, em todos os temas. E hoje, falando de racismo, o Fluminense Football Club mais uma vez dá o exemplo e novamente sai na frente – afirmou.

Marcão também contou que Lewis Hamilton, piloto de Fórmula 1, é uma de suas inspirações para seguir em frente na batalha diária em busca de igualdade na sociedade. E o treinador chegou a comentar sobre o projeto do piloto.

– Hoje a gente tem uma referência importante, que é o Lewis Hamilton. Sou um apaixonado por Fórmula 1, acompanho sempre. E hoje temos o privilégio de acompanhar esse cara que é um ídolo, que se posiciona, que luta as nossas lutas, engajado em causas importantes e se torna referência para todos nós. Ele está querendo montar uma classe de excelência e estudo para os negros. E isso para a gente é brilhante, um pensamento incrível. E ele é referência em tudo o que ele faz. Sabemos que não é fácil, e ele está enorme – contou.

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Hamilton lançou um projeto para formação e capacitação de professores negros no Reino Unido. A iniciativa faz parte da parceria entre a Mission 44, fundação de Hamilton, e a Tech First, instituição britânica voltada capacitação de profissionais da educação. O pilito disse quer garantir que jovens e crianças negras se enxerguem em seus professores, e assim tenham maiores oportunidades profissionais.

A luta de Marcão e dos negros no futebol brasileiro tem ganhado força nos últimos anos, com ações cada vez mais concretas.  Este movimento, aliás, inspira o treinador a seguir firme na batalha e com esperança de, um dia, ver um cenário de real igualdade na sociedade.

– Temos visto alguns movimentos. Há algum tempo se alguma pessoa viesse me ferir, as outras pessoas ficariam olhando para mim para saber a minha reação, ao invés de repreender a pessoa racista. E hoje o movimento antirracista tem crescido e a gente tem acompanhado. Mas tem crescido porque os nossos dirigentes, as pessoas que comandam os clubes, têm entendido o movimento e ajudado. Respeito muito o meu clube por isso. É um clube que está à frente, defendendo essa e outras causas importantes. E isso também vira exemplo para outros clubes. Em 2019 fizemos uma ação em uma partida contra o Bahia, quando o técnico deles era o Roger Machado, que esteve aqui conosco. E vejo outros clubes também se movimentando neste sentido. Esse é o caminho que deve ser seguido – pediu.

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