Olimpíadas

Maria Portela sobre as decisões da arbitragem em sua eliminação: ‘se a gente não define, ele tem que definir’

Maria Portela sobre as decisões da arbitragem em sua eliminação: 'se a gente não define, ele tem que definir'
Gaspar Nóbrega/COB

A participação de Maria Portela nos Jogos Olímpicos de Tóquio se encerrou após uma longa luta, de quase 15 minutos. Eliminada pela russa Madina Taimazova nas oitavas de final da categoria até 70kg, na madrugada desta quarta-feira (28), a judoca verde e amarela deixou o tatame chorando, lamentou não ter conseguido evoluir na competição e demonstrou espírito olímpico, sobre atuação decisões do juiz.

– Não consegui seguir na competição. Mas, agradeço a Deus, primeiramente, por ter me permitido chegar até aqui. Foram muitos desafios ao longo da classificação olímpica. E agradeço a todos aqueles que estiveram comigo nesse período de preparação, se doando cem por cento para que eu estivesse aqui da melhor forma possível-, resumiu Portela.  

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No duelo diante de Madina Taimazova, contra quem já havia lutado e vencido neste ano na final do Grand Slam de Tbilisi, na Geórgia. As judocas fizeram uma luta muito parelha, com as duas atletas levando uma punição por falta de combatividade. Sem pontuação no placar, o combate foi para o Golden score, o ponto de ouro, e, novamente, ambas foram punidas, dessa vez, por evitarem a pegada.  

No terceiro minuto, Maria conseguiu encaixar um golpe e projetou Taimazova que chegou a tocar os ombros no chão, girou e caiu de frente. O lance precisou ser revisado pelo vídeo replay e os árbitros da mesa não validaram o ponto da brasileira.  

A luta seguiu indefinida até o décimo minuto de golden score, com as duas atletas já bastante desgastadas pelo longo combate. Taimazova arriscou algumas entradas e conseguiu, com isso, impor um volume suficiente de ataques para que a arbitragem punisse a brasileira por falta de combatividade, encerrando, ali, o sonho de Portela buscar sua primeira medalha olímpica.

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Sobre as decisões da arbitragem em sua luta, Maria demonstrou verdadeiro espírito olímpico, avaliando tecnicamente as situações de luta, sobretudo o último shido que sacramentou a vitória da adversária.  

– O árbitro, se a gente não define, ele tem que definir. E quem tiver um pouco mais de iniciativa, vai levar. Não foi culpa dele. Eu tinha que ter sido mais agressiva, imposto mais o ritmo, por mais que não fosse efetiva, que foi o que ela fez e acabou levando. Acredito que o que definiu, como a luta estava muito longa, ela teve um pouquinho mais de iniciativa ali naquele final e eu acabei tomando a punição. Mas, estava muito parecida a luta. Eu percebi que ela estava um pouco mais desgastada do que eu, só que ainda assim ela estava colocando mais golpe do que eu, mesmo que sem efetividade. Isso é como se ela tivesse dando um volume maior na luta, buscando mais a luta. E, por mais que eu quebrasse bastante o volume dela, eu quase joguei duas vezes, ainda assim não foi suficiente”, explicou Portela.

Após o resultado, a Confederação Brasileira de Judô esclareceu que – no judô, não existe a possibilidade de recurso, apelação, cancelamento ou mudança do resultado decretado pela arbitragem em cima do tatame-.

Judocas se indignam com derrota de Portela e lembram histórico do árbitro

A entidade, também aproveitou a oportunidade para agradecer as mensagens de incentivo enviada por fãs e da comunidade do judô por meio das redes sociais para Maria Portela após a derrota dolorida definida em decisões difíceis da arbitragem, tanto nas punições, quanto na interpretação do waza-ari ou não.

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