Basquete

NBA 2019/20: um retrato da temporada histórica da maior liga de basquete

(Photo by Mike Ehrmann/Getty Images)

Por: Paulo Sérgio e Luis Feitosa

                 

A temporada 2019/20 da NBA foi uma das mais marcantes da história da liga. Diversos fatos impactantes aconteceram ao longo dos meses: grandes jogadas, paralisação, protestos, bolha e playoffs.

O Los Angeles Lakers foi o grande campeão e chegou ao 17º título da história. LeBron James se consagrou e conquistou mais um prêmio de MVP das finais. Na temporada regular, Giannis Antetokounmpo foi mais uma vez o MVP e faturou a taça individual pela segunda vez consecutiva.

Os grandes times da temporada

Mais do que tudo, o equilíbrio estava de volta à NBA. Depois de anos com amplo domínio do Golden State Warriors e do Cleveland Cavaliers no Leste com LeBron James, as estrelas se espalharam e a liga teve um alto grau de competitividade.

Los Angeles Lakers — O grande campeão teve o protagonismo de LeBron James e Anthony Davis. Com um elenco com boas opções e ótimo trabalho de Frank Vogel, a franquia somou 52 vitórias e 19 derrotas ao longo da temporada regular.

Nos playoffs, derrubou Portland Trail Blazers, Houston Rockets e Denver Nuggets, respectivamente, todos por 4 a 1. Nas finais, o desafio foi diante o Miami Heat, em série que terminou 4 a 2.

Miami Heat — Poucos acreditavem, mas o Heat chegou lá. A temporada regular foi discreta, com 44 vitórias, 29 derrotas e a quinta colocação na Conferência Leste.

No entanto, o playoff foi gigante: 4 a 0 no Indiana Pacers, 4 a 1 contra o Milwaukee Bucks de Antetokounmpo e 4 a 2 diante o Boston Celtics na final de Conferência. Contra os Lakers, sofreu com desfalques em alguns jogos e caiu em pé.

Denver Nuggets — Assim como o Heat, poucos apostavam que a franquia chegaria tão longe. Com Nikola Jokic no auge e Jamal Murray subindo de patamar, a equipe comandada por Michael Malone chegou até a final de Conferência no difícil Oeste e fez história ao eliminar Utah Jazz e Los Angeles Clippers nos jogos 7, depois de reverter desvantagens de 3 a 1 em ambas as séries.

Outros times de destaque são: Boston Celtics e Toronto Raptors, ambos mostrando ótimos coletivos e potencializando o individual; Oklahoma City Thunder, Dallas Mavericks e Utah Jazz, que apresentaram ótimo basquete e protagonizaram bons jogos, especialmente o primeiro citado, que foi extremamente surpreendente na temporada.

Milwaukee Bucks e Los Angeles Clippers fizaram grande temporada regular, mas decepcionaram nos playoffs, apesar do grande elenco que ambos possuem. O Houston Rockets oscilou ao longo da fase regular, esteve perto de cair diante o OKC no first round e não teve forças para jogar de igual para igual contra os Lakers.

Os grandes jogadores

A NBA é uma liga repleta de estrelas. Portanto, há muitos jogadores talentosos que merecem ser citados. Porém, há seis que terminam a temporada com grande prestígio.

Giannis Antetokounmpo é o MVP e tem que ser citado. Apesar de ainda não ter conseguido se impor da melhor forma nos playoffs, mais uma vez ele foi dominante ao longo da temporada.

Luka Doncic mostrou que veio para ficar. Ele foi protagonista absoluto na boa campanha do Dallas Mavericks e deixou ótima impressão nos primeiros jogos de playoffs da carreira. Causou problemas ao Los Angeles Clippers e já deixou sua marca, em série que terminou 4 a 2 para LA.

Jamal Murray fez uma temporada regular tímida, discreta. Mas nos playoffs foi um gigante. O emabte contra Donovan Mitchell jamais será esquecido, e em seguida ele conduziu o Denver Nuggets, ao lado de Nikola Jokic, às finais de Conferência. Sai da temporada muito maior do que entrou.

Jimmy Butler é o mesmo caso de Murray: cresceu nos playoffs. Como um líder nato e cheio de repertório, o camisa 23 do Miami Heat mostrou todas qualidades que um grande jogador de playoff precisa ter. Diante os Lakers nas finais, fez jogos dignos de MVP.

Para encerrar, LeBron James e Anthony Davis são os grandes protagonistas. O camisa 23 foi MVP das finais pela quarta vez na carreira, e o ala-pivô o auxiliou com maestria. Uma dupla que entra para a história da NBA.

Kobe Bryant

Antes de falar dos acontecimentos da temporada, Kobe Bryant tem que ser citado. Em 26 de janeiro de 2020, ele sofreu um acidente de helicóptero que chocou o mundo. Na tragédia, o ex-jogador de 41 anos faleceu ao lado de sua filha, a Gianna Bryant.

A temporada foi movida com homenagens à lenda. Os jogadores e franquias se mobilizaram para reverenciar um dos maiores nomes da história da NBA. Foi por Kobe!

A temporada — paralisação e protestos

Em 11 de março de 2020 a NBA foi paralisada por conta da pandemia do novo coronavírus. Rudy Gobert testou positivo e a liga interrompeu a temporada, às vésperas do jogo entre Utah Jazz e Oklahoma City Thunder.

Além do mais, protestos marcaram a trajetória da temporada. Em 25 de maio, George Floyd foi assassinado por policiais em Minneapolis. Campanhas e protestos antirracistas tomaram conta dos Estados Unidos e do mundo. Os jogadores da liga se envolveram ativamente na luta contra o racismo.

Após longo período paralisada, a NBA voltou em 30 de julho de 2020, na bolha da Disney.

Bolha

A chegada da pandemia pôs em cheque a continuidade da NBA. Mesmo uma liga tão grande e importante se encontrou em uma situação complicada sobre encerrar a temporada ou montar um esquema de segurança capaz de barrar qualquer possibilidade de entrada de vírus.

Com muita procura por um lugar fixo, a NBA encontrou na Disney um espaço ideal para a realização do fim da temporada regular, play-in, playoffs e finais. Em acordo com a ESPN, principal emissora e empresa pertencente ao grupo americano, a liga conseguiu monta algumas quadras para que tanto a competição feminina quanto masculina conseguissem continuar suas temporadas.

Isolados dentro de uma área completamente restrita, a NBA conseguiu se cercar de todas as necessidades básicas para que os jogadores pudessem ter tranquilidade para continuar o trabalho. E toda a preocupação da NBA deu resultado e nenhum jogador ou membro das franquias acusou positivo para o coronavírus em mais de 70 dias. Apesar da grande estrutura e a quantidade de profissionais envolvidos, a liga pode garantir segurança até para as famílias de jogadores que chegaram posteriormente para acompanhar os últimos passos da liga.

Playoffs

Com a maioria dos times chegando na bolha já classificado, apenas algumas vagas para a pós-temporada estavam disponíveis. Se Brooklyn Nets e Orlando Magic foram para os playoffs pelo Leste, o lado Oeste teve que ter um mata-mata para a definição do último colocado. No confronto entre Blazers e Grizzlies, o time comandado por Damian Lillard conseguiu a vaga, mas não foi muito longe.

Diante do Los Angeles Lakers, o Portland chegou ao duelo completamente exausto e com seu principal jogador sentindo problemas físicos. Mesmo com toda a qualidade do time, os Blazers sucumbiram em um 4 a 1 para LA. Ainda na primeira rodada, os Clippers tiveram dificuldade diante dos Mavericks, mas venceram por 4 a 2, e Nuggets x Jazz e Rockets x Thunder levaram os duelos até sete jogos.

Em séries de viradas, grandes pontuações individuais e emoções à flor da pele, Denver e Houston avançaram para as semifinais de conferência, mas tiveram destinos diferentes. Enquanto os Nuggets surpreenderam todos eliminando o favorito Clippers, os Rockets não foram páreos para enfrentar os Lakers que novamente avançaram com um 4 a 1. Na grande decisão do Oeste, os Nuggets até tentaram, mas o nítido cansaço de Nikola Jokic e Jamal Murray foi decisivo para a vitória de Los Angeles.

No Leste, também tivemos surpresas até as finais. Os favoritos Bucks, Raptors, Celtics e Heat venceram Magic, Nets, 76ers e Pacers, sendo apenas Milwaukee levando ao 4 a 1 e todos os outros varrendo seus adversários. No entanto, as semifinais reservaram as surpresas. Os Celtics começaram a série melhor diante de Toronto, viram os rivais crescerem e empatarem a série em 3 a 3 , mas acabaram garantindo o triunfo no jogo 7.

O duelo entre Miami e Bucks foi o mais inesperado pela forma como o duelo foi levado. Com um grande 4 a 1, o time de Jimmy Butler aniquilou todas as armas do adversário incluindo Antetokounmpo que acabou deixando a série lesionado. Na grande decisão, os comandados de Erik Spoelstra novamente surpreenderam e acabaram com as expectativas de quem desejava a final entre Lakers x Celtics com um 4 a 2 sem grandes problemas.

Finais

A emoção de todas as finais pode ter sido multiplicada para muitos devido ao que aconteceu no redor da NBA. Protestos, pandemia, e claro, Kobe Bryant. A morte do ídolo deixou todos os fãs do basquete abalados e fez com que a presença e a necessidade de um título por parte dos Lakers se transformasse em uma obrigação.

O favoritismo de LA acabou sendo multiplicado com as lesões de Adebayo e Dragic no jogo 1. Sem dois de seus principais jogadores, o jogo coletivo de Miami foi muito prejudicado e passou a concentrar todas suas ações em Jimmy Butler. Mesmo sobrecarregado das ações, o camisa 22 conseguiu subir de nível na carreira e fez grandes jogos nas duas vitórias na série. Apesar das voltas do calouro na terceira partida e do veterano no jogo 6, Miami acabou caindo de pé e mostrando que pode manter o legado deixado em 2019/20.

No entanto, as excelentes atuações de LeBron James e Anthony Davis carregaram os Lakers para o seu 17º título de maneira com que Kentavious Caldwell-Pope, Alex Caruso, Danny Green, Markieff Morris e Dwight Howard tivessem momentos decisivos durante toda a série. Até mesmo no último jogo, a coletividade de Los Angeles apareceu para por um fim ao tão sonhado título pela cidade, pelos jogadores, pela torcida, por Kobe e por Gianna.

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