Os principais clubes europeus estão discutindo uma possível mudança importante no futebol: o aumento do número de substituições de cinco para seis por partida. A ideia foi debatida informalmente durante a assembleia geral da Associação de Clubes Europeus (EFC), realizada em Roma, na última semana. Representantes de equipes da Premier League, como Manchester City, Liverpool, Manchester United, Arsenal e Nottingham Forest, participaram das conversas. Além do aumento no número de substituições, os clubes discutiram a ampliação dos elencos de 25 para 28 jogadores, como forma de reduzir a carga física e mental dos atletas em um calendário cada vez mais intenso.
Qualquer alteração nesse sentido depende da aprovação do International Football Association Board (Ifab), órgão responsável pelas regras do futebol. Ainda não há prazo ou garantia de que a mudança será implementada, mas o debate ganhou força após a crescente preocupação com o desgaste dos jogadores. O volume de partidas e viagens tem gerado alertas de sindicatos e associações de atletas, que inclusive ameaçaram greves para pressionar por soluções.
A introdução de cinco substituições em 2020, inicialmente por conta da pandemia, já havia causado um impacto considerável no jogo. Na Premier League, a porcentagem de gols marcados por jogadores que vieram do banco aumentou de 9,8% em 2021-22 para 12,7% na temporada seguinte, chegando ao recorde histórico de 16,1% atualmente. Isso mostra como o recurso tem sido usado de maneira estratégica pelos treinadores, alterando o ritmo das partidas e influenciando resultados.

Apesar das discussões, há divergências sobre os benefícios reais de elencos mais extensos. Fontes próximas à Associação de Jogadores Profissionais (PFA) argumentam que a ampliação para 28 atletas não resolveria a fadiga mental ou física, já que mesmo quem não entra em campo precisa viajar, se preparar e participar integralmente da rotina da equipe.
A Uefa, a EFC, a FifPro Europe e as Ligas Europeias já iniciaram estudos para entender melhor o impacto das cargas de trabalho no desempenho e na saúde dos jogadores. O debate está apenas começando, mas a possibilidade de uma nova mudança nas regras de substituição é real e pode moldar o futebol dos próximos anos.