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O 2021 do Botafogo: da queda ao título da Série B e à esperança com a SAF

Foto: Vitor Silva / Botafogo

Chega ao fim o ano de 2021 e certamente é possível dizer que foi uma temporada de fortes emoções para os botafoguenses. O torcedor alvinegro viveu uma experiência que poderia ser comparada a uma série de streaming repleta de ação, suspense e drama. Cada capítulo dessa saga foi marcado por um momento bem forte e singular.

                 

O TERCEIRO REBAIXAMENTO PARA A SÉRIE B

Por conta da pandemia, o Brasileirão de 2020 se encerrou no ano seguinte. O primeiro episódio do Glorioso se iniciou com requintes de drama, no dia cinco de fevereiro, o Botafogo entrava em campo para um duelo decisivo, contra o Sport pela 34ª rodada do campeonato.

No Estádio Nilton Santos, não teve um herói para salvar o time carioca de seu fatídico destino, o time comandado por Eduardo Barroca foi derrotado por 1 a 0, gol de Igor Maidana de pênalti e se despediu da Série A com quatro rodadas de antecedência.

Era terra arrasada em General Severiano, o clube vivia turbulências tanto em campo quanto fora dele. Não demorou muito para as mudanças surgirem no alvinegro. Um dia após a confirmação do rebaixamento, Túlio Lustosa gerente de futebol, e Barroca foram demitidos em reformulação feita pelo diretor de futebol, Eduardo Freeland.

INÍCIO DA ERA FREELAND

O novo chefe do futebol, Freeland, resolveu implementar suas mudanças no clube, visando a disputa do Carioca e da Série B. Para comandar o onze alvinegro foi escolhido o técnico Marcelo Chamusca. Com larga experiência na segunda divisão do Brasileiro. “Especialista em acessos”, o treinador parecia a escolha acertada para guiar o time carioca de volta para a primeira divisão.

Chamusca traçou a ideia de um elenco baseado em duas premissas: jogadores com experiência na competição como o lateral esquerdo Jonathan Lemos, o volante Barreto e ex-comandados por ele como: Felipe Ferreira e Marcinho.

O comandante estreou no dia 21 de março contra o Boavista em partida válida pela 1ª rodada da Taça Guanabara do Campeonato Carioca, o duelo terminou em 0 a 0. O Botafogo foi irregular ao longo de toda a competição vencendo apenas cinco jogos, empatando seis e sendo derrotado em cinco confrontos.

DECEPÇÃO NA COPA DO BRASIL

Após passar sem problemas na primeira fase da Copa do Brasil e vencer o Moto Club por 5 a 0 fora de casa, o alvinegro encarou o ABC na segunda fase da competição. Vivendo a frustração de uma trajetória decepcionante no Campeonato Estadual, o time do técnico Marcelo Chamusca entrou pressionado para vencer o duelo no Estádio Frasqueirão.

Não demorou muito para a pressão sob os ombros dos alvinegros dobrar. Aos 11 minutos, Maycon Douglas abriu o marcador para o time da casa. A batalha ganhava doses de drama, o time carioca foi para cima e após muito tentar, já nos acréscimos, Gilvan empatou e deixou tudo igual no marcador.

Com o empate, a decisão foi para as cobranças de penalidades. Ricardinho acertou sua cobrança, porém Marcinho e Cesinha erraram e decretaram mais um capítulo triste na Série do Glorioso no ano de 2021. Era mais um insucesso em um ano importante, a pressão aumentaria e muito em General Severiano.

ÍNICIO DA SÉRIE B E CHEGADA DO MEIA-ATACANTE CHAY

O Botafogo iniciava sua trajetória na segunda divisão com muita pressão por resultados imediatos. Para a competição, o alvinegro resolveu apostar suas fichas em um veterano com “alma de novato”, Chay meia-atacante de 30 anos, que havia feito um excelente Campeonato Estadual pela Portuguesa da Ilha. Mal sabia o clube que o jogador que chegava sob olhares de desconfiança, seria peça chave na trama alvinegra.

Não foi um início fácil para o time carioca, foram oscilações constantes, ganhando apenas três partidas, empatando quatro e sendo derrotado em cinco oportunidades. Foram somente 13 pontos conquistados em 12 duelos pela Série B. A situação era crítica, dois pontos separavam o Botafogo do temido rebaixamento para a terceira divisão. O Glorioso resolveu mudar novamente o comando da equipe e o treinador Marcelo Chamusca foi demitido.

A CHEGADA DE ENDERSON MOREIRA E O ENCONTRO DO TIME IDEAL

A mudança de treinador no Botafogo foi vista por grande parte da mídia como um “tiro no pé”. Jornalistas e Comentaristas de grandes veículos defendiam que Chamusca saía injustiçado do alvinegro e que a culpa do desempenho irregular seria muito por conta da qualidade do elenco.

O Botafogo anunciou a chegada de Enderson Moreira, que chegou sob olhares pessimistas de boa parte da torcida alvinegra. O novo comandante debutou nas quatro linhas do fogão no dia 24 de julho em duelo contra o Confiança em Sergipe.

O início desta nova “temporada” da saga do Botafogo não poderia começar diferente, muitas emoções estavam por vir. Logo no primeiro confronto, o treinador foi expulso da partida após discutir com membro da arbitragem. Apesar do ocorrido, o Botafogo saiu vitorioso do confronto, com gol de Romildo. O time carioca espantava a “zica” e começava a respirar na Série B.

No elenco alvinegro haviam chegado entre maio e junho: Diego Goncalves, Daniel Borges e Luís Oyama, três destaques do Mirassol no Campeonato Estadual.

O técnico Enderson Moreira começava a enxergar a equipe ideal, com boas alternativas de rotações e mudanças de estilo de jogo. Aos poucos a mentalidade da equipe começava a ser moldada em prol de uma reação no campeonato. Foram muitos protagonistas nos capítulos seguintes da trama alvinegra.

O destaque do setor defensivo sem dúvidas foi o argentino Joel Carli, com sua liderança e gana reassumiu a posição de protagonismo que sempre lhe foi natural. A sua entrada na zaga alvinegra promoveu uma estabilidade defensiva e uma melhora significativa na bola área.

No meio-campo Barreto, Luís Oyama e Pedro Castro revezaram na titularidade e deram consistência na linha de volantes, Chay foi o “maestro” e construtor do alvinegro, Warley e Marco Antônio os pontas e elementos “surpresa”, Diego Gonçalves foi o “12 jogador” e Rafael Navarro o artilheiro e líder de assistências da equipe na competição.

A dupla Chay e Navarro liderou grande parte das estatísticas do Botafogo, o jovem centroavante anotou 15 gols e 9 assistências na Série B, já o meia-atacante guardou oito tentos e foi “garçom” em oito oportunidades.

Com esse time desenhado, o técnico Enderson Moreira teve uma arrancada fantástica, foram 17 vitórias, seis empates e apenas três derrotas, um aproveitamento de 73%. O time que “namorava” com o Z4 e estava a 16 pontos da liderança zarpou em alta velocidade para o G4, o acesso a Série A e o título. Uma campanha histórica e cinematográfica do Botafogo.

No natal a torcida botafoguense recebeu um grande presente: o Botafogo confirmou a a assinatura do pré-contrato da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) com o fundo americano Eagle Holding, liderado pelo empresário John Textor.

O Glorioso pode começar 2022 com o clube empresa sacramentado e a esperança de dias melhores.

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