São Paulo

Análise: O tabu continua o mesmo e o futebol do Miranda também

Foto: Rubens Chiri/São Paulo FC
Foto: Rubens Chiri/São Paulo FC

Um jogo nivelado por baixo, mas mesmo assim com cara de clássico. Com vontade, duelo tático, emoção, gols, pênalti e muitos outros ingredientes que fazem parte de um jogo dessa importância. Aquele jogo que é importante até quando na verdade não tem tanta importância assim.

Verdade seja dita, apesar do tabu, significava menos para o São Paulo do que para o Corinthians. O tricolor classificado tem jogo importante na Libertadores, está confiante, jogando bem e vencendo, com o empate segue a sequência invicta. O Corinthians, de Mancini, era o time pressionado em campo, precisando não perder para garantir seu respiro por mais algumas semanas de trabalho.

Com essa atmosfera toda que o jogo se desenhou, mas um desenho, apesar da cara de clássico, feio de se ver. O Corinthians fez o que tinha que fazer, Mancini espelhou o time do São Paulo, povoou o meio com dez dos 22 jogadores em campo e na força conseguiu anular a transição do adversário. Resultado? O São Paulo tentou quase 30 lançamentos só com o seu trio de zaga. Número bem maior que os cerca de 20 passes longos usuais.

Essas jogadas, ainda mais disputados por Vitor Bueno e Galeano, eram quase como uma bola sendo chutada na parede. Igor Gomes e Nestor também não conseguiam aparecer muito no meio de campo extremamente físico do jogo, com Fagner, Gabriel, Ramiro e Pitón sempre em cima, tirando as linhas de passe da zaga tricolor e forçando essa ligação direta. Essa dinâmica de jogo derrubou a porcentagem de acerto de passe dos zagueiros tricolores. Eles, que normalmente ultrapassam 80%, hoje ficaram abaixo de 60%. Com exceção de um: Miranda, que teve 74% dos passes certos.

E é dizendo isso tudo, que chegamos a conclusão. Afinal, sabemos que não foi um jogo maravilhoso e o empate ficou bem justo pelo que foi apresentado, mas precisamos falar do que foi Miranda mais uma vez. Quem já havia ficado impressionado com o veterano no jogo contra o Rentistas-URU, adicionou mais um ponto de confiança de que ele ainda é o craque que vimos por tantos anos.

Em seu retorno, dois dias antes de completar dez anos da última partida da sua passagem anterior pelo São Paulo, foi absoluto em campo. Além do gol, que foi um bônus, não perdeu um duelo sequer, venceu todas as nove disputas, seis pelo alto e três pelo chão. Foi o jogador de maior índice de acerto de passes longos do São Paulo, com sete em 11 tentativas. Em uma partida bem mais pegada e mais difícil do que o jogo contra os uruguaios, o jogador acima dos 30, que vem de uma temporada mais curta do futebol chinês, mostrou qualidade como se abril de 2011 fosse ontem.

Por fim, o pênalti sofrido por Pablo e convertido por Luciano, em uma jogada infantil de João Victor, serviu pra não deixar o gosto de derrota em clássico em uma partida brilhante do camisa 22. E quem diria, não é? Os papéis mudaram no último minuto e ao término de tudo o não perder ficou melhor para o São Paulo.

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