Automobilismo

Ofuscado por vitória de Hamilton, Kimi Räikkönen se torna o piloto com mais corridas na Fórmula 1

Todas as atenções no último domingo na Fórmula 1 ficaram voltadas para Lewis Hamilton, que conquistou a sua 91ª vitória na categoria e igualou a marca de Michael Schumacher, maior vencedor até então, e a cada corrida se aproxima do heptacampeonato para chegar a outra marca do alemão. Porém, outro piloto também quebrou um recorde na F1. Kimi Räikkönen chegou a 323 GPs disputados, ultrapassou Rubens Barrichello e agora ninguém disputou mais provas do que o finlandês.

Além do número de GPs disputados, Kimi Räikkönen também se tornou o maior piloto em corridas iniciadas. Isso porque a organização da Fórmula 1 só computa para o piloto que ele disputou uma prova se ele passar da primeira curva, algo que o finlandês sempre conseguiu nas 323 provas que disputou. Ele também deixou para trás Rubens Barrichello nesse quesito.

Início na Fórmula 1

Atualmente com 40 anos, Kimi Räikkönen começou na Fórmula 1 com apenas 20. Na sua primeira temporada, em 2001, deixou uma ótima impressão ao pilotar a Sauber e no ano seguinte teve o prazer de substituir o bicampeão mundial e seu compatriota Mika Häkkinen na McLaren. Inclusive, ganhou o apelido de “Novo Häkkinen” e se tornou uma grande esperança para a Finlândia de um segundo piloto do país conquistar um título.

Mika Häkkinen chegou a ser companheiro de Airton Senna na McLaren em 1993 e foi conquistar seus títulos em 1998 e 1999. Após um 2021 ruim, ele resolveu se aposentar e a equipe inglesa seguiu apostando na escola finlandesa e foi buscar Kimi Räikkönen para substituir o compatriota. E ele chegou com muita moral na escuderia, por conta de sua temporada anterior na Sauber.

Temporadas de altos e baixos na McLaren

Na McLaren, Kimi Räikkönen alternou bons momentos e temporadas que poderiam ter sido melhores. Após um modesto sexto lugar no campeonato em 2002, foi vice-campeão em 2003 e 2005, perdendo na primeira vez para Michael Schumacher e na segunda para Fernando Alonso. Porém, com a aposentadoria do alemão em 2006, o finlandês se transferiu para a Ferrari, onde viveu o grande ápice de sua carreira.

Se viveu a responsabilidade de substituir o maior nome de seu país na Fórmula 1 na McLaren, Kimi Räikkönen teve outra responsabilidade na Ferrari, pois ele estava entrando na vaga deixada por Michael Schumacher, que após 16 anos e sete títulos mundiais, um recorde até hoje. O alemão pulverizou muitos recordes na categoria, alguns deles que vem sendo quebrados por Lewis Hamilton atualmente.

Título na Ferrari e pausa na Fórmula 1

O homem de gelo, como ficou conhecido, fez dupla com Felipe Massa e se aproveitando de muitas brigas internas em sua antiga escuderia, entre o então atual bicampeão mundial Fernando Alonso e o estreante Lewis Hamilton, Kimi Räikkönen somou 110 pontos e se sagrou campeão e foi no circuito de Interlagos, no Brasil. Ele ainda correu mais duas temporadas na equipe italiana antes de se aventurar nos campeonatos de rali e na Nascar.

A saída de Kimi Räikkönen da Fórmula 1 poderia não ter acontecido, pois ele negociou com duas equipes. A sua antiga escuderia, McLaren, mas a negociação não foi a frente, pois o time inglês já tinha Lewis Hamilton, naquela altura, já campeão do mundo, e com medo de um confronto do britânico parecido com o que ele teve com Fernando Alonso, a escolha foi por outro finlandês, Heikki Kovalainen. Outra negociação que aconteceu foi com a estão novata Mercedes, que hoje domina a categoria. Porém, a equipe alemã optou por pilotos “da casa” e escolheu Nico Rosberg e tirou Michael Schumacher da aposentadoria.

Retorno animador na Lotus

Entretanto, em 2012, Kimi Räikkönen retornou a Fórmula 1 para correr pela Lotus, que estava retornando à categoria. Muitos acreditavam que o finlandês não seria o mesmo, mas mesmo numa equipe modesta, ficou na terceira colocação do campeonato em 2012, quinto em 2013 e conquistou duas vitórias, uma em cada temporada. Suas exibições o levaram de volta a Ferrari.

Com suas boas temporadas na Lotus, a pergunta que ficou era se Kimi Räikkönen poderia ser o grande piloto que havia sido na sua primeira passagem pela Ferrari. E diferente do que costuma fazer, onde busca um piloto consagrado e outro com menos estrada para ser o número dois, a equipe italiana apostou em dois campeões mundiais enquanto o finlandês estava lá. Seu primeiro companheiro foi Fernando Alonso e depois Sebastian Vettel.

Segunda passagem sem brilho para a Ferrari

Porém, Kimi Räikkönen não brilhou como na sua primeira passagem na escuderia italiana. Após um 12º lugar no campeonato de 2-014, ele fez campanhas modestas até 2017 e apenas em 2018 voltou a vencer uma prova, no Estados Unidos, que foi o último de seus 21 triunfos na Fórmula 1 e ele terminou a temporada na terceira posição.

A segunda passagem apagada pela Ferrari fez Kimi Räikkönen não conseguir um dos principais carros do grid. Apesar da sua história na Fórmula 1, nos últimos anos as equipes vêm apostando em pilotos mais jovens e o finlandês não conseguiu um carro que pudesse lhe colocar em condições de disputar títulos.

Carreira próxima do fim e sofrimento na Alfa Romeo

Nas duas últimas temporadas, Kimi Räikkönen vem defendendo a Alfa Romeo. Mesmo com um dos piores carros do grid, o finlandês ainda somou 42 pontos na temporada passada, mas este ano foram apenas dois. Apesar de ter abandonado corridas apenas três vezes na atual equipe, o homem de gelo sofre muito para chegar a zona de pontuação nas corridas.

Kimi Räikkönen ainda não tem garantia de que vai seguir na categoria no ano que vem e pode encerrar sua carreira na Fórmula 1 ao final da temporada. Caso complete a temporada, ele chegará a 330 GPs disputados, aumentando seu recorde que pode ser superado por alguns pilotos que seguem em atividade na categoria.

Agora Kimi Räikkönen retorna as pistas no próximo dia 25 de outubro, no grande prêmio de Portugal, que volta a Fórmula 1 após 24 anos.

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